Nivarna parte 2|Epílogo

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Janeiro de 2019

Quando eu disse que queria que vocês conhecessem o meu terceiro momento da minha vida é esse: o estágio de nirvana.

Como diria roupa nova; Só o amor muda o que já se fez e a força da paz junta todos outra vez.

E foi isso que me mudou. O amor. Aquele que eu me treinei, condicionei a não permitir que acontecesse, me abraçou e cá estou com a maior prova dele nos braços, Atena.

Sim, eu consegui engravidar. Um verdadeiro milagre ou seria uma compensação da vida pelas provações as quais passei? Naquela viagem de Março, quando chegamos a cidade de Atena eu não conseguia controlar os enjoos e mal estar, por isso procurei um médico lá mesmo e a infecção que eu suspeitava era a infecção de uma prova de amor. E por isso a batizamos de Atena, porque foi descoberta em Atena e por ela ter sido guerreira, visto que minha gravidez foi de risco.

Graças ao risco, passei o oitavo mês inteiro no hospital sendo aprisionada mais uma vez; tive um parto cesariano porque não consegui o normal e na primeira semana tive um problema hormonal que interrompeu a minha amamentação. No mais, foi tudo como os conformes. E estamos há dois meses curtindo a fase morcego, trocando dia pela noite.

—Como estão as mulheres de minha vida?—Henrique entra no quarto. Acabou de chegar do MP.

—Estou caindo de sono, essa pequena guerreira não deixou a mamãe dormir—cheiro seu pescoçinho e ela abre os olhos.

Atena está com uma febre inexplicável, então eu não dormi mesmo, não dei nem um cochilo sequer.

—Vem para o papai, vem.

Henrique a pega e vou tomar um banho.

Gostaria de deixar claro a minha reclamação quanto a romantização da maternidade. Claro, é lindo. Mas puta que pariu! Ficamos inconstantes, fedidas, zumbis, viramos praticamente freiras porque sexo deixa de existir; o peito parece a merda de uma pedra quando passa da hora de amamentar. Ou seja, não é romântico.

É uma dádiva, mas é uma dádiva sôfrega

Talvez fosse menos sofrido se minha tia ficasse aqui como ela queria, mas não aceitei. Ela tem que curtir a lua de mel dela.

Sim, ela e Tanaka casaram no fim do ano passado.

—Ela já dormiu?

—Claro com o papai ninando.

—Convencido—jogo a toalha que eu estava enrolada na sua direção.

Vou andando para o closet afim algo confortável para vestir, nua.

—Não faça isso comigo, esposa.—ele corre me pegando pela cintura me jogando na parede com o espelho.

—Fazer o que?—provoco mordendo os lábios.

—Isso. Provocar um pobre homem que esteve em um dia cansativo e cheio, sedento por uma mulher nua a sua frente.—ele fala as palavras baixas em meu ouvido enquanto alterna entre mordida na orelha e beijos quentes no pescoço se encaixando em minhas pernas.

Gargalhei.

—Vai com calma papai. Temos uma ferinha dormindo ali e dois monstros na sala.—mordo seu pescoço.

—Uma rapidinha vai.

Quando eu ia concordar um pequeno choro corta o clima.

—Puxa filha, deixa o papai se divertir um pouco. —ele a pega no colo—Puta que pariu! Ela está armada, amor.

Treinada para não Amar_ Katrina[CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora