Henrique
Estava entrando no apartamento de Katrina para me despedir dela quando ouvi vozes, parei curioso e reconheci que era ela e Gabriela que conversavam animadas sobre algo.
Quero deixar claro que em nenhum momento objetivei escutar a conversa dela, somente e, somente, quis ir ao encontro da Dama de Gelo da Katrina.
Sim, também a apelidei.
-Kat, você tem que ver a alegria dele quando ela teve lá-Gabriela comentava debochadamente sobre algo.
Eu estava próximo ao quarto de Katrina, onde elas estavam. Estava prestes a entrar, mas não queria atrapalhar o momento delas, que mal há em esperar?
-Você está estranha Katy, distante. Desde daquela ligação, o que houve? -Gabriela constata o obvio.
Sim, Katrina estava estranha.
Simplesmente, inventou uma ida a Brasília de uma hora para outra; está distante-parece que não vive nesse plano; está mais calada e sem contar nos pesadelos estranhos que ela tem e sempre que tento ajudar, ela me expulsa ou retorna pra casa.Não " oficializamos" nossa relação, mas temos uma vida de namorados. A única regra: é não mostrar isso em público. Que acho frescura da parte dela, porém respeito. Mesmo tendo a certeza que nutro um sentimento diferente que me faz cogitar arriar os quatro pneus por ela.
-É apenas o cansaço. Me passa o meu computador. -ela finalmente falou.
-Cansaço ou fantasma do passado que você está julgando? -Gabriela indagou e fiquei alheio.
-Também tem isso, me arrependo de não ter passado o processo. -ela diz relutante.
-Por que você não alegou incompetência? -Gabriela torna questionar, mas não obtém respostas, assim como eu fico sem.
Apesar de estar escutando acidentalmente a conversa, não sei do que se trata o assunto e parece algo sério que judicialmente também me interessa.
-Entendi, vamos falar então do assunto que você fugiu a semana inteira: Você e Henrique.
Isso! Falem do pai aqui. Digam o quão maravilhoso sou.
-Vocês estão juntos a quanto tempo e porquê você não me contou?-Gabriela deu uma elevada de voz na última frase ficando evidente seu descontentamento.
-Primeiramente: nós não estamos juntos, não desse jeito. Somos amigos.
-Sim, mas desde quando você e Cavicão são amigos a ponto de estarem transando?
Katrina bufa alto e observo que ela está impaciente. É estranho ver que sei detalhes demais dela, que é uma amiga de foda, pode assim dizer, quando eu comparo com os breves lances sérios que tive na vida eu nem sabia o nome completo delas.
-Desde daquele episódio da boate barata.-reponde sólida.
-Vagabunda! E você o tempo todo me escondendo. Eu, a inocente, boba e preocupada amiga estava a morrer com seu mau-humor, crendo que era escassez de sexo quando na verdade você estava sendo bem servida.-Gabriela grita e em seguida escuto o barulho de algo se chocando no chão.
-Desculpa Gabriela Freire, mas estive ocupada demais para me preocupar com pequenas coisas.
"pequenas coisas"?Caralho Katriana. Ai você está magoando meu pobre ego e coração. Não sou uma uma pequena coisa.
-Mesmo assim. Sou sua melhor amiga.
O papo cessa e percebo passos se aproximando, como uma criança, corro para sala afim de fingir uma recente chegada e por pouco não sou pego no flagra. As suas saíram do quarto de Katrina assim que cheguei a sala e peguei meu celular para disfarçar.
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Treinada para não Amar_ Katrina[CONCLUÍDO]
Romance6° lugar em leitura feminina- dia 09/07/2018 10° em leitura feminina- dia 09/08/2018 Katrina González Bitencourt é, sem dúvidas, um dos nomes mais temidos no sistema judiciário penal brasileiro. Com apenas 29 anos e determinação e ousadia surpre...