Treinamento|Capítulo 32

3.8K 234 19
                                    

"Se a vida te der limões, esprema nos olhos de quem merece e com as lágrimas dela, faça sua melhor limonada"


Deixar Ricardo pensar que estamos jogando o jogo dele está sendo a coisa mais difícil de fazer.

—Henrique acorda. Tá na hora da aula.

—Hmmm... deixa eu dormir mais um pouco.—ele insiste.

Hoje Henrique surfou o dia todo, mesmo sob meus protestos sobre segurança, tem um amigo dele aqui no Rio e ele disse que nada aconteceria, pois, segundo ele, o amigo andava protegido até os dentes com seguranças altamente capacitados e armados.

—Ok, então vou mostrar minha mira sozinha para o Sam.—ameaço.

Desde nossa última reunião que já tem mais de mês, decidimos treinar tiros. Não que vamos usar, mas é necessário e a gente nunca sabe qual a próxima jogada do adversário. Na última segunda feira, por exemplo, recebi no fórum uma boneca com minha foto sem a cabeça. Henrique fez um alarde, Gabriela ficou muda do nada. E a mim o que restou foi respirar fundo e contar para Sam. Ricardo voltou para o Brasil, mas não sabemos para onde, tudo que eu sei é que marquei sua audiência para daqui a um mês, porém farei o certo, alegarei incompetência.

—Nem por um senhor caralho!—ele correu para o banheiro

Fui para o closet vestir roupas leves já que além da ida a um clube de tiro, vamos treinar luta corporal na academia de Tanaka. Ele foi bastante solicito em nos ajudar, tratei logo de assumir o que temos, tanto para minha tia e Tanaka, quanto para Sam. O resto, achamos que não está na hora.

Para Sam, tem alguém no fórum trabalhando com eles, mas não faço ideia de quem seja. No momento, desconfio de todos.

Outro ponto, é que na justiça Federal ele será julgado por Thiago, primo de Gabriela. Ele acabou de ser transferido pelo Rio o que me deixa otimista no sentido de que a justiça será feita.

–Estou pronto, Meritíssima.

Descemos em direção ao estacionamento, enquanto caminhamos ao meu carro blindado, sinto o peso da visão de alguém. Procuro vestígios de alguém, mas não tenho sucesso.

...

—Pronta para atirar, Capitã de Ferro? —Sam veio ao nosso encontro, assim que passamos pelo hall—Henrique.

Juro que tento ignorar a continuidade desse ciúme por parte de Henrique. Ele só balançou a cabeça para Sam e grudou na minha cintura. Isso passaria despercebido, se eu não compreendesse a linguagem corporal.

Irritada com essa disputa de Henrique, entrei na sala reservada para nós, pus os fones e comecei a atirar nos alvos parados. Maestria em todos. Não errei um sequer. Eu havia esquecido o quão prazeroso é atirar.

—Devo ficar com medo, meu bem? —Henrique se posiciona ao meu lado para sua vez.

—Talvez.—deposito um selinho em seus lábios e vou para perto de Sam.

Vejo Henrique errar os quatros primeiros alvos, ele xinga esperando a perfeição. Arrancando risadas minhas e de Sam. Continuamos assistindo Henrique fechar o semblante e começar a acertar os alvos; Sambataro abraça meus ombros e eu faço sua cintura, ainda observando o desempenho de Henrique.

—O que está acontecendo que você está distante?—possivelmente ele deve ter percebido a minha preocupação.

—Nada, eu acho. Só que quando estávamos vindo para cá, senti o peso do olhar da observação, mas não vi ninguém.—sinto a mesma sensação da garagem.

Treinada para não Amar_ Katrina[CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora