Natal. Os meus dos últimos anos tem sido todos aqui no orfanato. Sempre contrato uma empresa para organizar e decorar , o jantar tem um buffet responsável... tudo para proporcionar uma noite gloriosa para todos. Matt, sempre aparece vestido de papai noel e distribui os presentes que passamos o mês inteiro procurando. Tudo para realizar sonhos!Os possíveis, é claro.
Uma vez ou outra surge pedidos como uma família; conhecer os pais... que nos fazem sentir um desconforto, mas que damos um jeito de mandar o papai Noel dizer que todos têm uma família e somos nós.
Esse ano temos uma novidade: Henrique. No mais, está tudo como manda o roteiro.
Desde a semana passada Henrique está um pouco distante, na verdade, foi um pouco corrida a semana como um todo. Todos que presenciaram a "misteriosa' morte de Ricardo tiveram que prestar esclarecimentos, depois tivemos que fechar o contrato de compra da nossa casa lá na Barra da Tijuca, encerramos as consultas da terapia... tantas coisas.
—Está pensando em que olhando para o nada?—Henrique abraça.
—Fazendo a retrospectiva dos meus 365 dias.—encosto minha cabeça em seu peito
—Acho que faço parte da melhor parte dela.—sorri convencido, beija minha testa.
—Indubitavelmente, doutor Cavichiolli.
—Sei disso, Doutora. Mas como a senhora me disse há dez meses atrás, tem cinco minutos para entrar naquela sala.—gargalhei com sua alusão ao nosso primeiro momento, o seguindo para sala.
Estavam todos sentados como todos os anos a espera para o momento da saia.
Gabriela exibindo sua bela barriga de 13 semanas, alisando, Matt ao seu lado exibindo um sorriso de dever cumprido. Tia Alexandra e Tereza conversando sobre alguma coisa aleatória e as crianças esbanjando sorrisos e olhares brilhantes. A verdadeira cara de família. No fundo é o que somos, uma grande família.
Sinto a falta de Tanaka. Aposto que ele deve estar em algum monsteiro praticando za zen ou passando dialéticamente mensagens que só ele entende.
—Madrinha... é verdade que meu quarto será do homem de ferro?—Lucas corre em minha direção perguntando sobre seu futuro quarto.
—É sim, meu amor.—sorrio o abraçando.
Ele volta correndo feliz para onde estava e eu me sirvo de vinho, enquanto converso amenidades com o pessoal.
Involuntariamente penso nos meus genitores, mas não com dor ou ódio como eu vinha alimentando, pensei com pesar.
—Vamos crianças está na hora do show.—Tereza organiza.
Como todos os anos, uma criança é quem põe a estrela na árvore que é acendida e em seguida elas fazem uma apresentação como o marco do início da noite natalina. Esse ano, por ter sido um ano tenso, foram escolhidos o Lucas e a Iolanda para colocarem a estrela na árvore. Visto o que eles passaram...
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Treinada para não Amar_ Katrina[CONCLUÍDO]
Romance6° lugar em leitura feminina- dia 09/07/2018 10° em leitura feminina- dia 09/08/2018 Katrina González Bitencourt é, sem dúvidas, um dos nomes mais temidos no sistema judiciário penal brasileiro. Com apenas 29 anos e determinação e ousadia surpre...