Sondando Território|Capítulo 3

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"Sou a melhor no que faço, mas o que faço nem sempre é o melhor"

Como havia falado, em cinco minutos eu já estava vestida em minha toga, aguardando o novo rei da "cocada preta", nossa que clichê esta frase! Enfim... abri meu Mac na página do processo da ré em questão, e constatei que o Cavichioli estava atrasado três minutos e cinquenta e dois segundos...

Infelizmente, pelo processo envolver menor, há necessidade do MP.

Mas se ele está achando que vai fazer do meu tribunal a casa da mãe Joana, ele está completamente enganado. Os júris começam a entrar e meu nervoso só aumenta. Que parte dos CINCO minutos ele não entendeu? Estamos chegando na casa dos dez e nada dele.

Com quase todos presentes no auditório incluindo a ré, o Cavichiolli chega com o maior sorriso no rosto, como se nada estivesse acontecendo, só então dou início a audiência.

-- Ok então, está iniciada a sessão de audiência onde a ré Sarah Mendonças Natucci está sendo acusada de abandonar a menor Alicia Natucci em condições insalubres, num lixão. De acordo com os processos e testemunhas, a ré aqui presente, foi vista no dia 19 de Abril de 2014 às 23:46 jogando a menor em questão em um lixão.

--Licença Meritíssima, mas gostaria de analisar os processos em pauta.--ele pede evidenciando que não se deu ao trabalho de estudar o caso.

Entrego os processos da ré para Cavichiolli em contragosto. Ele acha o que? Bagunça meu sistema e ainda pede para analisar processo perante os júris e o imbecil advogado de defesa? Demonstrando despreparo e desordem.

-- Sarah Natucci, onde você estava às 23:46 do dia 17 de Abril de 2014?-ele pergunta ainda com a cara enfiada nos processos.

Calminha amiguinho!! Este tribunal é meu. Uma coisa é você analisar o processo outra é tomar a frente da audiência sem que eu tenha concedido a atuação. Mas eu disse isso? Não. Apenas observei minuciosamente, como uma tigresa pronta para o ataque.

--- Vossa Excelência, a minha cliente após o parto de sua filha, entrou em um quadro de depressão. Como informa os processos e este laudo médico recente-ele me entrega um laudo psiquiátrico.

Odeio quando me entregam provas assim.

Passo o laudo para Cavichioli que explica pacientemente o que está escrito para os júris, mas eu não paro de prestar a atenção na audácia desse advogadinho dos infernos. E daí que ela estava com depressão? Nada justifica abandonar uma criança em um lixão.

-- Compreendo Dr. Bernardo a situação da ré. Todavia, ela não respondeu ao Dr. Cavichioli-Digo em um tom sereno para que eu possa ser compreendida e ter o controle do meu tribunal.

-- Eu, não me lembro direito... Mas lembro-me de ter brigado com o Alex um dia antes de ter a Ali...-ela para e começa a chorar, mas tenho quase certeza que essa ceninha foi tramada e dirigida por Bernardo para convencer os júris-Quando Alicia completou um mês, o Alex passou a ir na minha casa com mais frequência, então comecei a reclamar e lógico a brigar também.. Ele me disse que era direito dele como pai, visitar a Ali... e isso começou a me irritar então depois de uma discussão, peguei Alicia e saí andando pela rua, juro que meus planos era fugir do Alex e sua família, mas vi o lixão e acabei jogando ela ali...

Assim que a infeliz fecha o bico o burburinho irritante começa no auditório. E não há coisa que me tire mais do sério do que esses burburinhos, Cavichioli não transparece nenhuma reação, o que acho bom.

Analiso nos processos quem viria ser o "Alex" citado no depoimento da ré, mas o barulho me impedia de prosseguir com meus objetivos. Então apenas gritei o famoso" Ordem no tribunal" para que todos calassem suas malditas bocas e passei a palavra para Cavichioli

Treinada para não Amar_ Katrina[CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora