Henrina|Capítulo 21

3.6K 262 17
                                    


Esperei que nem um prisioneiro pela visita de Ricardo e seu irmão, mas não aconteceu. Tudo que recebi foi a porra de um entregador de pizza com uma pizza que um dia foi meu sabor preferido, brigadeiro, e um bilhete grafadas por Ricardo.

"Para a doutora se acalmar. Nosso encontro acontecerá quando você menos esperar"

Uma maldita semana passou depois disso. E até agora não fui agraciada por nenhuma de suas brincadeiras. É mais que evidente, que ele quer brinca de cão e gato, porém eles esquecem que eu sou um lobo. Já estive pensando em planos B. caso eu vir jogar o jogo deles, pois o email com assinatura de meu pai no meio de toda essa fracatua me fez temer e sentir ódio da situação, mas as consequências  é fruto da escolha de cada um. E se for verdade o envolvimento do homem que um dia admirei e quis seguir seus passos nesse sistema corrupto, ele terá que pagar por isso.

Crime é crime.

Bom, hoje é a saída de Thiago do hospital, mas não estou certa de ir visita-lo. Ainda estou fugindo de Gabriela e combinei com Henrique de leva-lo para conhecer o orfanato.

Lucas e Iolanda estão bem melhor, por isso vamos lá.

O estado ainda está em caos, estamos de greve e isso só melhora a situação de Ricardo juridicamente falando. Não há muito o que fazer, é a droga do sistema. Nesse meio tempo, Henrique grudou em mim como um carrapato e isso tem sido incomodo para mim. Não gosto dessa invasão a minha fortaleza, principalmente quando essa invasão me deixa confusa.

Não entendam isso como drama, é simples: a minha zona de conforto é um espaço que está frágil, com as colunas condenadas e em recuperação. E Henrique de maneira inexplicável só contribui para essas rachaduras emocionais aumentarem. Ao ponto de ontem, eu sentir a sua falta enquanto eu cozinhava algo e me perguntar o que sinto em relação a ele.

Corro para o closet a procura da minha mais confortável peça, mas no meio do caminho a campainha toca. Enrolada na toalha, vou abrir a porta.

Henrique surge trajado em uma bermuda e camisa polo azul. Devo fazer uma nota que ele deve parar de usar essa cor, pois ela é a causadora do destaque de seus olhos que perturbam minha sanidade.

—Bom dia, Meritíssima.—sorri entrando no meu apartamento como se eu tivesse autorizado

Querida, ele já entrou em você. Vamos parar de falso moralismo, lindinha?

Minha consciência sincerona me lembra.

—Bom dia Henrique. Aguarda aqui que vou me trocar e poderemos ir.

—Tudo bem, mas se você quiser eu te ajudo a vestir.—pisca

Reviro os olhos e corro para me vestir.

***

Abro o portão branco e sou atacada por várias criaturinhas. Henrique e eu passamos no shopping e compramos presente para todos. Iolanda pulou no meu colo e me deu um abraço que chamamos de abraço de urso. Lucas assim que viu Henrique correu para seus braços. Cavichiolli retribuiu o carinho, as outras crianças ficaram olhando e Matheus caminhou em minha direção desconfiado. Atrás de todos, Tereza surge com um sorriso nos lábios e nos convida para entrar.

—Kat, esse moço bonito é o príncipe da história que você conta?—Maria perguntou.

—Não minha pequena. Esse é o tio Henrique.—apresento.

—Hum.. ele parece um príncipe.—ela comentou desapontada.

—Kat... Quem é esse homem que Lucas está abraçando? Ele quer tirar meu irmão de mim?—Matheus perguntou com o rostinho tristonho.

Treinada para não Amar_ Katrina[CONCLUÍDO]Onde histórias criam vida. Descubra agora