O que eu fiz? Eu sou tão tola quanto eles? Tudo está desmoronando, eu preciso continuar procurando. Não vou avançar se eu ficar tentando ajuda-los. Não tenho nada com eles, não preciso protege-los. Alguma hora ou outra eles irão aprender.
Rey não queria acordar, se abrisse os olhos iria confirmar ao seu corpo que era hora de levantar. Tinha que caçar, seu estoque de carne havia acabado e não pode sobreviver de frutas por muito tempo, iria deixa-la fraca e cansada.
— Apenas outro dia no paraíso... — Rey suspira sentando na borda da cama. Suas botas estão ao seu lado e a coragem de coloca-las não aparecia.
Descalça ela vai até o espelho que ficava em cima de uma mesa improvisada que tinha um balde, o mais próximo de uma pia que ela já teve em seis anos. Lava seu rosto e prepara seu cabelo marrom claro em três pequenos coques. Sua franja sempre ficava solta e seus olhos verdes nunca se incomodaram com a mesma.
— Rey, Rey...você anda falando demais, Rey — Ela avisa a si mesmo, por muito tempo tudo que falava no dia era "apenas outro dia no paraíso" e sua boca se calava pelo resto do dia. Sua cota de um mês em palavras foi gasta apenas ontem.
Botas, arco, flechas e mochila. Sempre deixava tudo pronto para caso algo acontecesse, arco para caça e para distancia, adagas para lutas corporais. Na mochila suprimentos para duas semanas e as botas que a acompanham por anos.
Sair para caçar sempre era uma coisa fácil para Rey, desligar de tudo e apenas rastrear sua caça. Mas agora sua cabeça estava uma bagunça, desligar não era possível. Cada passo sua mente voltava ao acampamento, se Jasper estaria bem, se eles precisavam de ajuda. Acho que esteve tanto tempo sozinha que ter alguém com quem conversar mudou-a.
CALE A BOCA, REY! Ou...cale sua mente? Pare de pensar e olhe para o chão. Precisa comer agora.
O chão, a resposta para tudo. Ver o que está errado num ambiente incerto, pegadas ou algo deixado para trás. Pegadas de algum animal machucado, ele estava correndo e deixou sangue para trás. Alguém estava o caçando. Selvagens? Não, muito longe para eles. Os caídos? Pode ser, mas também estão longe do acampamento.
Pare de pensar e ouça. Rey tenta parar de pensar e presta atenção nos sons. Vozes...droga, eles estão por aqui e não sabem nem caçar.
— Idiotas! — Rey corre em direção das vozes, que não demorou nem três minutos para acha-los pelo volume deles. Um grupo de meninos liderados por Bellamy.
Quando ela aparece todos preparam a arma a estavam prontos para atiras em mim, mas não sabiam nem segura-las direito. Um bando de crianças armadas.
— Esperem, ela não é uma terra-firme. — Bellamy avisa e uma criança sai de trás dele, uma menina com menos de trezes anos. — O que você está fazendo aqui?
— Caçando até vocês aparecem — Rey responde se aproximando — Animais não são idiotas, ouvem vozes e decidem o que fazer. Se forem panteras ou outros do tipo eles vem te atacar, se for coelhos ou veados eles fogem. Então, ou vocês estão atraindo a morte ou afastando a comida.
— Não precisamos de você nos ajudando — Algum dos meninos grita.
— Eu concordo, eu poderia deixá-los morrendo de fome, mas o que vocês estão fazendo está também me prejudicando. — Respondo para ele e se volta para Bellamy — Parece que não é o único ingrato.
A trombeta amarela soa, Rey a chamava assim. Os selvagens soavam para avisar a neblina acida para o povo que estava fora do acampamento deles. O que acabava a ajudando também.
— Precisamos ir, agora. — Rey avisa já sentindo o cheiro forte e a vendo ao longe.
— O que é isso? — Todos gritavam desesperados, já podíamos ouvir os gritos de alguns. — QUEIMA!
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Whispering {Bellamy Blake}
Science FictionHá histórias sobre o que aconteceu. Sobre pessoas indo para o espaço abandonando a Terra. Foram eles que causaram isso, eles que criaram as bombas atômicas e destruíram seu lar, apenas para ir para o outro que está esperando para ser destruído. Não...