Bellamy conseguia ouvir profundamente todos os gritos ecoando pelos corredores da montanha, enquanto corria na direção de onde viu Rey pela última vez. Seus pensamentos estavam uma bagunça, enquanto o cheiro de pessoas queimadas surgia, substituindo os gritos.
Passos mais largos e rápidos, cada corredor parecia ser o mesmo e sensação de estar andando em círculos o aterrorizava. Então, ele vê o sangue.
Quatro corpo em um corredor, poças de sangue em todos os lugares. Ele procurava pela câmera onde Emerson segurava Rey, mas eles não estavam lá. Apenas restava a adaga que ele apontava para a garganta de Rey, manchada de sangue.
Bellamy esfregava a sua mão na cabeça, tentando o fazer focar. Nada disso poderia ter acontecido, ainda hoje os dois se abraçaram se despedindo antes de ela ver seu povo, e agora isso. Ele pega a adaga, sujando sua mão de sangue.
Sangue da Rey.
Ele se perguntava onde estaria, vendo o vazio naquele corredor. A sala onde estavam sendo mantidos os prisioneiros estava vazia, de alguma maneira Rey conseguiu fazer com que saíssem da montanha.
Bellamy então vê o duto de lixo, com a porta escancarada e com sangue nos metais.
Ela está viva, ou sangrando nas cavernas.
Clarke surge no corredor, cansada e aterrorizada.
— Precisamos ir, Bellamy... — Ela diz para o amigo.
— Não, eu preciso ir... — Bellamy responde olhando para o sangue em suas mãos — Não posso a deixar novamente...
***
Quando Rey retoma a sua consciência, ela estava em sua cama. Ela olha para o seu ferimento, e vê pontos perfeitos haviam substituído os grampos. Ainda era noite, mas ela conseguia ver que era o seu quarto, a sua cama.
A última vez que esteve lá, estava com Bellamy ao seu lado e Finn dormindo na sala. Agora, via Josh dormindo na cadeira e ouvia vozes vindo do lado de fora da casa. Ela tenta se levantar, mas geme de dor e acorda seu irmão.
— Ow, ow — Ele diz se aproximando da irmã — Calma...
Marla abre a porta subitamente, sorrindo ao ver a amiga bem.
— Ainda bem que vocês ainda tem um estoque médico...e que Josh ainda sabia o caminho de casa. — Marla fala olhando os pontos que havia dado.
— Passei todos aqueles anos apenas recitando o caminho na minha cabeça.... — Josh suspira sorrindo, não acreditando que finalmente estava em casa novamente.
Eles ajudam Rey se levantar e a vestir suas roupas. Ela se olha no espelho, finalmente estava vestindo as suas roupas novamente e não aquele uniforme de Mount Weather, nem roupas emprestadas de Octavia. O tecido branco e leve das roupas de sua mãe, o cinto de couro que o seu pai havia feito. Era ele novamente, não uma versão que não conhecia.
As dezenas de doses de analgésico que Marla havia dado ajudava Rey ficar de pé, e andar até o lado de fora da casa, onde seu povo conversava ao redor de uma fogueira, limpava seu rosto no riacho. Era isso que sempre desejou, sua família naquele lugar.
— Nós conseguimos.... — Rey suspira chorando.
— Você conseguiu, Rey — Marla fala segurando a mão da amiga. — Não estaríamos aqui sem você.
As pessoas envolta da fogueira, algumas abrindo o bunker e retirando colchões que nunca foram usados. Rey sorri, segurando a mão do irmão e encostando sua cabeça no ombro da amiga. Seu coração estava em paz, finalmente.
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Whispering {Bellamy Blake}
Science FictionHá histórias sobre o que aconteceu. Sobre pessoas indo para o espaço abandonando a Terra. Foram eles que causaram isso, eles que criaram as bombas atômicas e destruíram seu lar, apenas para ir para o outro que está esperando para ser destruído. Não...