Carry Me Home

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Rey nunca correu tanto por aqueles corredores, sentia-se finalmente correndo em direção do que sempre correu naquela floresta: sua família. Seus passos eram ágeis, tentando apenas chegar a tempo de libertar sua família. Tentava não pensar em Bellamy, mas seus olhos enchiam de lágrimas a cada passo. O seu coração estava despedaçado, mas pelo menos aquilo havia dado a energia que precisava para a luta. 

Cenas passavam em sua cabeça, todas as vezes que Bellamy esteve ao seu lado, dizendo que estavam juntos, e agora se encontrava sozinha. 

Ela finalmente chega no lugar, encontrando os quatro soldados de Mount Weather guiando o seu povo pelo corredor, todos em algemas e alguns profundamente feridos. Rey observa a porta de onde estavam sendo mantidos prisioneiros, encontrando dois corpos no chão. Entretanto, ela respira fundo vendo Marla e Josh algemados, ambos com ferimentos no rosto. 

Havia dois soldados na frente e mais dois no final, e ela observa a sua arma, apenas com duas balas disponíveis. Iria precisar lutar, mas não tinha como lutar. Então lembra de quando lutou ao lado de Bellamy para desligar a nevoa ácida, que havia pego um pequeno machado. Ela olha para o seu cinto e o encontra lá. Não seria bonito, mas seria eficiente .

Rey respira fundo, logo estariam passando pelo corredor que estava escondida, precisava agir logo. Chegou o momento que tanto esperou por anos, era agora ou nunca. Não estava pronta, ela pensava, não seria capaz de fazer tudo isso sozinha. 

E naquele momento, Rey sentiu falta de Marla, sempre lá apenas para provar que sim ela era suficiente. Todos aqueles anos sozinha, lutando contra os terra-firmes com Marla em sua cabeça, nunca pensou que não seria capaz.

Apenas precisava acreditar.

Rey então saí do seu esconderijo, usando as suas únicas duas balas para atirar nos soldados ao fim do comboio. Ela atinge os dois, não foi o suficiente para os matar, apenas os imobilizar enquanto os prisioneiros a ajudavam, chutando os dois soldados no chão. 

Logo em seguida ela parte para o próximo soldado mais próximo, com sua mão ela joga a arma dele para longe, e assim que vê a sua arma no chão, ela pega o seu machado. Não esperou nenhum segundo, apenas crava o machado vermelho no pescoço do homem. Nunca que um machado pequeno como aquele iria ser capaz de fazer grande estrago, mas assim que ela o retira do corpo e vê o sangue jorrando da ferida, a garota sabia que havia vencido. 

Entretanto, ainda havia mais um , que gritava para Rey e apontava sua pistola. Rey tinha suas roupas manchada de sangue, seu machado em uma mão e pronta para partir para cima daquele homem, mesmo sabendo que não havia chance. É quando ouve dois tiros, atingindo o corpo do último soldado vivo. Ela vira para onde viera os sons, e vê Marla segurando a pistola do soldado que havia desarmado. 

Marla tremia, Rey sabia que a amiga nunca realmente havia matado alguém, mas sabia que tinha força de lutar. Ela caminha até a amiga, retirando delicadamente a arma de sua mão.

— Está tudo bem...vencemos. — Rey fala e sorri para a amiga, que caí em lágrimas. Elas se abraçam da melhor maneira que podiam.

Assim que terminam de se abraçar, Rey começa a tatear as roupas dos soldados mortos, tentando encontrar as chaves das algemas. Demora dois corpos para encontrar, mas logo as acha e começa a retirar as algemas de todas as pessoas. Ela olha para quem sobrou do seu povo, o que antes era centenas de pessoas, vivendo em um buncker e realizando alianças com os terra-firmes, agora era no máximo 25 pessoas, feridas e cansadas de tantos anos vivendo como prisioneiros.

Rey então percebe, eles não estavam usando roupas contra radiação...a medula óssea estava funcionando. 

Josh segura a mão da irmã, que respirava rapidamente tentando se acalmar. 

Whispering {Bellamy Blake}Onde histórias criam vida. Descubra agora