Capítulo 2 | RABISCOS NA CABINE QUATRO

3.2K 275 100
                                    



- Eu queria dizer aos gays que não vale à pena, essa coisa de se apaixonar por caras héteros, todo esse sadomasoquismo desnecessário.

- Enfim cara - Ele desconversa, pondo as três caixas com os pertences no braço e fazendo um tremendo esforço para carregar tudo de um modo humanamente impossível

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

- Enfim cara - Ele desconversa, pondo as três caixas com os pertences no braço e fazendo um tremendo esforço para carregar tudo de um modo humanamente impossível. - sentirei saudades, te cuida!"

- Espera ai! - Exclamo num sobressalto, avançando em sua direção e tomando uma das caixas para mim, em parte para ajudá-lo, mas também para que dê continuidade ao que havia dito. - Mas que diábos significa "Empurra Cabeça" e poquê o Tómas é um deles? - Indago, praticamente atropelando as palavras umas nas outras, os olhos fulgurantes de um entusiasmo curioso.

Ele me lança um riso descrente e como se eu fosse aparentemente o único idiota no universo que não entende a expressão, então fala de um modo elucidativo e com pequenas pausas, como se escolhendo quais termos usar:

- É como chamamos os carinhas que deixam outros carinhas fazerem sexo oral neles. - pausa. - O que, pelo que ouvi algumas semanas atrás, o Tómas admitiu fazer.

- C-como a-ssim ?! - gaguejo, tão sedento por detalhes quanto um maratonista deseja um gole d'agua após correr numa maratona:

- Deixa eu ser mais claro... - ele fala com certa dificuldade, bufando pelo peso das caixas que leva no braço. - Digamos que o pênis dele é um parque de diversões, aberto aos gays incubados do colégio. Preciso desenhar agora?

Levo um certo tempo até captar a mensagem por completo, e mais tempo ainda para perceber com uma espécie de felicidade a faísca de possibilidade que agora tenho diante de mim, Bart consegue ler meu semblante contente e notar os fogos de artifício explodindo internamente, ele ri disso:

- É inacreditável! - exclamo, talvez com empolgação demais. - isso muda tudo pra mim, eu que já havia entregado as cartas!

- É por isso que está tão alegre? - ele observa num tom carregado de critica. - pela possibilidade de fazer sexo oral num carinha daqueles? Quer dizer, não pelo sexo oral (ainda que eu também ache isso bem asqueroso), mas pelo Tomás em si, qual é, achei que vocês gays usassem caráter como critério na hora de escolher, mas pelo visto ele foi substituído pelo nível de popularidade ou pela má reputação.

- você tá aí falando essas coisas, mas na primeira oportunidade que tivesse pegaria uma dessas líderes de torcida siliconadas e com o histórico de garotos tão extenso quanto a minha coleção de mangás, devo lhe lembrar que existe uma palavra pra isso, se chama hipocrisia!

Ele se rende diante do meu contra argumento e rimos juntos do fato de sermos escravos dos nossos desejos, só então lembro de perguntar:

- Como ficou sabendo, digo, dessa "diversão secreta" do Tomás?

- Já faz alguns dias, não havia lugar vago em nenhuma outra mesa senão a que ele estava, eu hesitei por um tempo, na verdade fiquei um bom tempo em pé esperando que surgisse algum outro assento vago para eu me...

O Capítulo do Pedro (Spin-off Alojamento dos Héteros)Onde histórias criam vida. Descubra agora