Capítulo 35 | REDENÇÃO

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- Sempre haverá dúvidas quanto ao próximo passo...

Eu permaneço na clareira por um tempo, rabiscando a terra com um galhinho retorcido e me deixando levar pelos pensamentos, eu ainda amo o Tómas, e essa talvez seja a única coisa que permanece imutável

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Eu permaneço na clareira por um tempo, rabiscando a terra com um galhinho retorcido e me deixando levar pelos pensamentos, eu ainda amo o Tómas, e essa talvez seja a única coisa que permanece imutável. Nessas últimas semanas, eu vi, vivi e criei lembranças indeléveis, eu expandi minha zona de conforto e ultrapassei todos os limites que me forçava a seguir, e o que eu encontrei do outro lado? Um amor, câmeras de espionagem e uma amizade curta, interrompida por mim mesmo. Seja lá o que o futuro reserva, só espero que barganhar uma amizade promissora por um romance incerto tenha sido uma escolha sabia (embora eu tenha certa dúvida quanto a isso).

Levanto da tora de madeira, pronto para deixar mais esse capítulo para trás, o medo do que virá a seguir me perturba, mas eu só saberei se estiver disposto a virar a página, acatando com o destino que escolhi.

...

Uma vez no 107, sou surpreendido pelo Boca, e me impressiono pelo modo como nosso recente desentendimento parece algo distante diante de tudo o que acabei de fazer.

Ele gira a cadeira, deixando o computador de lado e se voltando a mim no momento em que adentro o dormitório, seu semblante é sério e carrega sempre o e velho vestígio de deboche/irônico que lhe é tão costumeiro:

- Até que enfim! – Exclama, erguendo as mãos no alto para dar ênfase. – Justo quando eu achava que o certinho tinha resolvido burlar as regras, aí está ele! A princesa tem visita...

Estou tão imerso em suas piadinhas infames que só percebo o estranho intruso no momento em que ele o aponta. E lá está a figura do Jp, sentando na beirada da minha cama, é a terceira vez que eu o vejo desde o incidente, e agora, mais do que nunca, somos completos estranhos trocando olhares incertos e cheios de dúvidas, as quais ele parece realmente disposto a sanar:

- Jp... – murmuro, ainda sem saber ao certo o que dizer

- Bom... eu vou indo... – Boca intervém enquanto deixa o dormitório. – Ainda tenho alguns minutos no refeitório antes do toque de recolher, o mesmo vale para vocês, então, seja lá o que forem fazer, sejam rápidos (relaxa, "ninguém" saberá que esse "contato proibido" aconteceu.)

Com "ninguém" ele está se referindo ao Tómas, e qualquer ser humano que tenha ao menos um neurônio consegue pegar a sua deixa. Reviro os olhos, ciente de que o Jp sequer faz ideia do que está sendo tratado aqui.

Ele saí, e o Jp sinaliza para que eu me aproxime, hesito, e acabo optando por manter certa distância, ele assente em confirmação, percebendo que não está em condições de me exigir nada, apenas aceitar o que vêm de mim, não tenho tanta ira ou desprezo quanto tento transparecer agora, mas é bom saber que isso o incomoda, e é exatamente o que quero que sinta; incômodo. Como o que o grupinho dele me causou:

O Capítulo do Pedro (Spin-off Alojamento dos Héteros)Onde histórias criam vida. Descubra agora