Katarina
Assim como todos os dias ,espero o sinal tocar e corro em direção ao carro de Mizael, antes que eu possa pensar em chegar perto do carro do menino meu irmão aparece vindo em minha direção,paro de correr como uma criança que acaba de deixar seu balão voar .
- Vamos pra casa!- Vítor fala um pouco alterado de mais ,me afasto de meu irmão que parece estar furioso ,mas ele segura em meu braço como se quisesse me machucar. - Vamos menina!
- Vítor eu não posso!- Digo tentando puxar meu braço de sua mão, mas ao invés de soltar ele aperta aida mais meu braço. - Vitor por favor! Se foi o papai que te mandou aqui,fala pra ele que eu volto mais cedo!
- Não foi o papai que me mandou aqui!- Ele fala tentando me arrastar para perto do seu carro. - Foi a polícia!
Paro de puxar o meu braço e encaro Vitor que também para de me arrastar ,pela sua expressão ele realmente estava falando a verdade.
- Como assim policia?- Pergunto agora caminhando por conta própria em direção ao seu carro.
Passo pelo carro de Mizael e entro no carro do meu irmão, pela janela Mizael me olha preocupado mas não se mexe do seu lugar,Vitor entra em seguida e da a partida em direção a nossa casa.
....
- Senhorita Katarina, aonde estava na noite de ontem?- A policial Rayana pergunta se sentando no sofá de casa,me a jeito em meu lugar e a observo,não posso mentir,mas não posso dizer a verdade,não com meus pais me encarando.
- Estava com um amigo meu,voltei para casa acho que as onze da noite .- Digo respirando fundo em meu lugar ,minha mãe parece estar prestes a chorar com o que ouve e eu permaneço não entendendo o que aconteceu.
- Katarina, eu sei que vai ser um pouco difícil, mas eu preciso ouvir de você, aonde e com quem estava ontem a noite.- Rayana insiste na pergunta que me incomoda,Vítor aparece na porta reunindo assim toda a minha família.
- Preciso saber o que esta acontecendo, como vou responder a essa pergunta sem saber o que ouve?- Retruco tentando fugir da verdade ,mesmo sabendo que a errada aqui sou eu em tentar mentir.
- Senhorita,se você não me responder, vou ser obrigada a te deter como culpada ou cúmplice,eu apenas quero que me responda ,pode ter a certeza de que se for para a Policia ,vão te tratar bem pior! - A policial fala já se levantando e pegando as algemas de seu bolso,me levanto junto dela e seguro em seu braço.
- Eu estava na igreja ,com o filho do pastor de lá, eu estou saindo com ele a um tempo ,depois do culto fomos a sorveteria ,por isso voltei para casa quase onze da noite!- Fala em voz alta fazendo meus pais e meu irmão escutarem ,em nenhum momento encaro o meu pai que esta atrás do sofá, para qualquer outra familia ter um filho indo para a igreja era muito bom ,mas na minha família é a pior coisa a acontecer .
- É mentira dessa menina!- Meu pai grita me fazendo fechar os olhos,ainda permaneço segurando o braço de Rayana que parece ter se surpreendido com o comentário do meu pai . - Ela sai todos os dias,ultimamente não almoça em casa e chega em casa quase na hora da janta ,e quando sai a noite ela chega tarde, esta agindo estranha e muito quieta!
Me viro em direção a meu pai que parece muito irritado com tudo que ouviu de mim.
- Pai,o Senhor gostando ou não, eu estava na igreja!- Digo ainda mantendo minha calma, ele me olha feio e volta a encarar a policial.
- Não vou te defender pelo fato de ser minha filha ,se fez algo errado tem de pagar!- Ele fala como se eu tivesse cometido realmente um crime,minha mãe me olha com lagrimas nos olhos ,mas ao invés de me defender ela segura no ombro de meu pai.
