Capítulo 14

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Arthur on

Eu estava a espera do babaca do  Pedro, meu celular não parava de tocar e a única coisa que eu queria era acelerar minha ferrari e ganhar meu dinheiro. Não é a primeira vez que eu e o meu primo participamos de corridas ilegais, meus pais nem sonham que eu faço isso e nem podem até porque eu poderia ser fixado pela polícia e se tinha uma coisa que meus pais odeiam é que eu e minha irmã se envolva com a polícia. Até porque se pegarem nossas identidades será fácil ter a identidade dos meus pais também.  Mais tinha um problema, eu adorava a sensação de alta velocidade e a adrenalina de dar fuga na rota como eu fazia a maioria das vezes, eu ganhava muito dinheiro nessas corridas e adorava isso.

Pedro: Preparado para perder de novo ?- ri debochado e eu  fico sério.

Arthur: Você só ganhou porque bateu no meu carro fazendo eu sair da pista, pilantra.- reviro os olhos.

Pedro: Prometo pegar leve dessa vez.- seu sorriso é debochado.

Dou as costas pro meu primo e logo após sinto um aperto no coração, tento ignorar essa sensação ruim que se recusa a ir embora. Meu celular toca pela décima vez, já deveria ter umas 100 mensagens e ligações, não sabia o que estava acontecendo e nem queria saber. A única coisa que me importa é o meio milhão que vou ganhar na corrida de hoje, não posso decepcionar meus patrocinadores. Olho para uma espécie de prédio de vidro, os patrocinadores usavam de camarote para observar seus competidores sem se misturar com a "ralé", é assim que eles nos chamam já que nenhum de nós fazia parte dessa burguesia, com exceção do Luca. Olho bem para o camarote e encaro todos de cara feia, sempre os mesmos homens de 31/50 anos de sempre, seus ternos caros e suas caras e bocas de gente fina. Meus olhos encontram um rosto diferente e ela não se parece nem um pouco com aqueles burgueses, ela também me encara e por algum motivo não consigo desviar o olhar, é como se seus olhos verdes me deixassem paralisados, os cabelos longos negros e os lábios bem desenhados, o corpo escultural. Tinha algo de diferente nela, ela não nos encarava com cara de superior mas seu semblante era fechado, sua postura estava rígida e não parecia estar tranquila estando nessa corrida. Ela desvia o olhar e encara o Luca que sorri para ela com malícia. Ta de brincadeira, só podia ser.

Pedro: Tu não tem medo de morrer mesmo né vacilão.- ele da um tapa na minha cabeça.

Arthur: Ta falando do que pivete ?- não estava entendendo qual era a dele.

Pedro: Trocando olhares com a fiel do Luca, a princesinha é filha de um dos patrocinadores dele.- ele aponta o queixo na direção de um homem de cara fechada e postura rígida. Tal pai, tal filha.- Você também não para de receber mensagem do pessoal ?- seu olhar é sério.

Arthur: Não deve ser nada demais, deve ser os fofoqueiros querendo contar as fofocas.- dou de ombros e não consigo deixar de notar  o quanto meu primo esta tenso.-  Ei campeão, tá na hora de brilhar nas ruas do asfalto e fazer os ratos cinzas comer poeira. - ele da um sorriso fraco.

Caminho até meu carro, o meu era o único carro preto da corrida e isso me deixava entusiasmado. Entro no carro e coloco o cinto, ligo o carro e o ouço ronronar como uma fera que estava adormecida e agora desperta. Abro um sorriso e mais uma vez meus olhos encontram com o daquela garota, ela está na frente dos carros segurando uma bandeira vermelha, seus olhos estão fixos nos meus e eu desvio o olhar, não podia me desconcentrar, não agora. Mais uma vez sinto aquela sensação ruim e aquele aperto no coração, um frio percorre minha espinha e meu estômago revira, torço para que seja apenas adrenalina. Ela levanta a bandeira vermelha e ouço os motores dos meus componentes e suas máquinas ferozes, em um gesto rápido ela levanta a bandeira verde e eu acelero, fico em terceiro lugar, perdendo para o meu primo em primeiro e o Luca em segundo, vou adorar ver a cara de derrota deles quando derrotar eles.

Amor e Odio   2°tempOnde histórias criam vida. Descubra agora