Capítulo 42

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Helo on


Ali estávamos mais uma vez, armadas e poderosas.  Jade enchia a bolsa com o dinheiro do caixa e do cofre onde tinha as grandes quantias, enquanto eu e a Let éramos movidas pela a adrenalina que percorria pelo nosso corpo, tiros vinham de todas as direções. Se fosse pra roubar, temos que roubar pessoas grandes e cheias do dinheiro e a muito tempo eu não fazia isso.

Pode parecer loucura o que irei compartilhar com vocês mais eu adorava essa sensação que eu sinto nesse exato momento. A adrenalina, aquela incerteza se você irá sair bem plena e cheia da grana enquanto da fuga nos rato cinza ou se você irá receber uma carona de camburão até a delegacia afim de fazer um tour pela cadeia. Naquele momento eu me lembro que a última vez que roubei um banco, eu ainda estava com o Grego e hoje eu roubo banco ao lado do Magrin que é um amor, cavalheiro mas ultimamente sinto que estou me enganando, quero dizer, nos enganando. Barulhos de tiro me tiram dos meus pensamentos, atiro nos policiais que fecharam nossa saída e isso me enfurece.

Pego o fuzil e sem paciência, pego uma das mochilas preta recheada de dinheiro e saio atirando na testa de qualquer infeliz que queira me atrapalhar. Quando me dou conta, já estou fora do banco e escutando barulho de sirenes dos carros de polícia. Logo atrás meus parceiros e parceiras me seguem calados e boquiaberto com a loucura que acabei de fazer, eu poderia ter levado um tiro mais sai de lá sem qualquer arranhão.

Saímos de lá antes que o reforço chegue, corremos tão rápido que mal vejo quando chegamos no morro. Assim que saio do carro, percebo que meu braço está completamente ensanguentado. Sem entender o que aconteceu, me desespero e procuro a let que estava ao meu lado, temia que algum verme vestido de farda tivesse a acertado mas eu estava enganada. Foi eu que havia sido baleada, me pergunto como não notei e nem se quer senti dor alguma.

Magrin vem até mim e pega a mochila, mando ele ir cuidar da boca que eu me virava com a bala dentro de mim. Eu já nem me reconhecia mais, nem se quer chorava de dor e muito menos estava desesperada. Não conseguia entender como eu conseguia estar tão calma, se isso fosse a 17 anos atrás, poderia ter certeza que já estaria fazendo o maior escândalo e o desespero estaria estampado no meu rosto.

Escuto fogos estourarem no ar, olho em volta mais não vejo nada fora do normal. Rapidamente, as pessoas se escondem em estabelecimentos que se desesperam e fecham seus estabelecimentos de forma desajeitada e apressada.

Começo a escutar barulho de tiro e coloco a mão na cintura a procura da minha arma. Naquele momento eu queria me matar por ter deixado a arma dentro do carro. Ótimo, eu estava baleada e desarmada.

Vejo motos passarem desgovernadas passarem pelos becos causando desordem e amedrontando os moradores já assustados. O barulho fica mais alto a cada passo que dou, fico pensando se daria tempo de chegar na boca para pegar uma arma ou se valeria mais a pena ir pra casa pegar minha arma.

Começo a correr rumo a boca, me sinto tonta e fraca cada vez mais, tampo meu braço que continua a sangrar na expectativa de estancar o sangramento. Minha visão fica turva e sinto que irei cair a qualquer momento.

Realmente hoje não era meu dia de sorte, sou fechada por duas motos, os homens que estão sentados na garupa apontam suas armas em minha direção. Sinto minhas pernas bambas, estou sem saída. As batidas do meu coração estão aceleradas, minha mente esta a milhão, meu braço começa a doer demais, uma dor insuportável. Até os menores dos barulhos soam como bombas que explodem a centímetros de mim. Em um piscar de olhos, os homens que antes me cercavam caem mortos no chão, pego sua arma e corro quando tudo escurece e eu sou capaz de sentir apenas o impacto da meu rosto no chão duro antes de apagar completamente em meio ao caos.

(. . .)

Abrir os olhos é algo difícil, sinto que estão pesados demais para força los a abrir. Quando abro os olhos me deparo com meu braço enfaixado, eu estava deitada em uma cama de casal e não conseguia reconhecer o lugar onde eu me encontrava, naquele mesmo instante eu temia que tivesse sido sequestrada. Tento me manter calma mais é difícil, eu estava em uma casa simples e humilde, a casa estava totalmente silenciosa mais eu sabia que não estava sozinha.

Minutos após eu ter acordado, fico pensando no que aconteceu no morro. Será que estão todos bem ? Será que mandamos aqueles cretinos malditos para o inferno ? Quando mais eu penso mais a minha mente dói. Alguém entra no quarto onde eu me encontrava, fica de costas para mim mexendo em alguma coisa na cabeceira.

Eu sabia quem era, reconheceria aquela silhueta em qualquer lugar, aquele corte de cabelo e aquele corpo que já me aventurei inúmeras noites e dias, sinto que meu coração vai sair pela minha boca a qualquer momento de tão disparado que ele está. Devagar o grego se vira para a mim, sinto que ele evita me olhar mais mesmo assim insisto em fixar meus olhos no seu, eu procurava ou apenas queria ver alguma coisa que eu ainda não sou capaz de saber o que é.

Grego: Toma, isso vai melhorar sua dor de cabeça.- sua voz soa rouca, ele me da um comprimido e um copo de água.

Helo: O que aconteceu ?- pergunto um pouco perdida em relação ao que aconteceu.

Grego: Não se preocupa, matei os caras que te cercaram e logo em seguida você desmaiou, então eu te trouxe pra minha casa e pedi ajuda para a minha mãe que removeu a bala e cuidou dos seus ferimentos.- ele da de ombros como se aquilo não fosse nada demais.- Aliás, aquele cara lá, soube cuidar dos caras que invadiram o morro. Ele botou todos pra correr assim que souberam que você tinha sido baleada e que desmaiou.

Helo: Obrigada por me ajudar.- dou um pequeno sorriso.

Grego: Você sabe que eu faria tudo pela mulher que eu amo.- ele diz isso, me encara por míseros segundos e depois desvia o olhar, olhando para o chão como se fosse o maior foco dele.

Helo: Henri..- ele nem se quer deixa que eu termine.

Grego: Você realmente o ama ? Sei que fiz inúmeras besteiras e que todas elas são razões para ter feito seu amor por mim ter sido desgastada mais eu sinto que você ainda me ama, que procura nele costumes meus. Eu vejo como você o olha quando ele diz algo que eu te dizia, como o olha quando ele te acaricia do jeito que eu acariciava, não mente pra mim Heloisa, eu sei que sou eu que você vê quando ele faz coisas que lembram a mim, porque procurar em outras pessoas coisas que eu mesmo posso te dar Helo ? - Ele me encara e segura a minha mão, me sinto paralisada.- Por que se enganar quando você mesma sabe que ainda me ama, que sou eu que você quer, que você deseja. Me diz que você não sente a minha falta ? Das nossas noites de aventuras loucas. Sinto a sua falta, sinto falta dos meus filhos, do meus amigos, sinto falta da minha família.- Ele segura meu queixo e me faz olhar pra ele, seu toque faz meus pelos se arrepiarem, nossos olhos se encontram e ele deixar escapar um pequeno sorriso.- Olho nos meus olhos e diga que não me ama, diga que não sente minha falta. Vamos embora daqui, vamos recomeçar em outro lugar longe de tudo isso, apenas e eu você. Porra, eu te amo e já te disse isso muitas vezes e não me canso de dizer. Vamos Heloisa, diz pra mim que não me ama e eu sumo da sua vida, mais se você ficar em silêncio, sei que me ama e eu não vou desistir de você.- ele aproxima seu rosto do meu.

Naquele momento eu me encontrava encurralada, sem saída. Meus lábios poderiam dizer qualquer coisa, mais meus olhos diriam outra, diriam a verdade , não poderia fugir deles. Respiro fundo, foi ali que percebi que jamais o deixei, sempre o carreguei perto de mim, me enganando e jurando a mim mesma que amava outra pessoa quando na verdade eu nunca deixei de ama ló. Já não sabia mais o que era certo e o que era errado, eu só sabia sentir.

CONTINUA...

Amor e Odio   2°tempOnde histórias criam vida. Descubra agora