Capítulo 7

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Isa on

A água morna descia pela minha pele, meus cabelos molhados grudavam em meu rosto e minha mente gritava, clamava, implorava por paz. Eu estava perdida, meus pais estavam tensos e meu irmão estavam sempre prestes a explodir.

Bárbara estava sempre enfiada na casa do namorado, não consigo tirar seu rosto apavorado da minha mente. Ela olhava para o Th como se o conhecesse a muito tempo e o olhar dele está a altura. Me lembro da época em que ela se relacionava com um homem mais velho, as vezes me pergunto se esse homem era ele e se ela sabia quem ele era.

Respiro fundo e tento esvaziar a mente, devia fazer uns vinte minutos que ainda estou no banho. Desligo o chuveiro e pego minha toalha, me seco e pego a primeira roupa que vejo, uma camiseta larga grande e um short de pano confortável. Faço um coque no cabelo e passo creme no corpo, desço as escadas e mais uma vez me encontro sozinha em casa.

Resolvo ir passear na rua, ver a molecada brincar e sorrir, mais não é o que eu vejo. Desde que o Th expões a cabeça sangrenta do meu tio para todos na comunidade,  todos sente medo. Inclusive eu. Fico boquiaberta quanto noto que meu pai dobrou a segurança no morro, todos armados até os dentes. Ver essa cena me provocava calafrios. Engulo em seco quando vejo um garoto de mais ou menos 15 segurando uma arma maior que ele, tão novo e já nessa vida sem volta. Ele era baixo dos olhos negros e os cabelos loiros, sua pele bronzeada o deixa bonito. Respiro fundo e continuo a andar, já faz uma semana que não vejo o Cadu. Meu pai disse que quando conheceu o Cadu, só faltou matar ele. Agora eles se dão bem. Já não posso dizer o mesmo dele e do meu pai, minha mãe diz que estão sempre se alfinetando.

Embora ele seja o herdeiro do morro, meu tio Leandro colocou ele como subdono. Agora quem comanda o morro do Jacarezinho é o braço direito do meu falecido tio, Sandro conhecido como maluco é um cara bacana, tem o papo mil grau e tem 39 anos e mesmo assim sua aparecia é jovial.

O sol estava de rachar, eu daria tudo para ir para a praia e deixar que o mar levasse todo esse baixo astral que me consome. Ligo para as únicas duas pessoas que topariam dar um jet pela praia, e rezo para que eu esteja certa. Felipe tinha aceitado numa boa e  Julia também.

Volto para casa correndo, pego uma bolsa qualquer e coloco meu bronzeador, procuro minha carteira naquela zona que chamo de quarto. Que medo de andar no meu quarto, pisar em algum lugar e ir parar em Nárnia de tanta bagunça que tem nele. Depois de revirar todo meu quarto e o deixar ainda mais bagunçado, guardo minha carteira, pego meu óculos escuro e minha toalha. Coloco meu biquíni floral azul claro e coloco o mesmo short de pano que eu usava.

Escuto a buzina do carro do meu primo, desço as escadas e entro no carro depois que tranco a casa. No caminho aviso minha mãe que estou indo para praia com meus primos e ela apenas visualiza. Típico da dona Heloisa. Julia usava um biquíni branco com algumas listras pretas, de fato era lindo.

Felipe era meu primo mais velho, era o mais bonito. Seus cabelos loiros brilhavam tanto quanto o sol, seus olhos verdes eram encantadores e ao contrário do idiota do Arthur e do Pedro, lipe era dócil, meigo e carinhoso. Sempre foi meu anjo da guarda, assim como eu adora uma cachaça e fico boquiabertas com as poucas,mas, garotas exuberantes que ele fica.

Lipe: Vocês estão tão quietas.- diz concentrado na estrada.

Ju: Deve ser porque não ligamos o som. Musica sempre anima tudo.- sorri.

Isa: Bota vai malandra.- digo animada.

Minha prima liga o som e canta comigo, meu primo ri das nossas palhaçadas e zoa. Sei que ele sente inveja da minha cantoria que parece uma galinha sendo estrangulada e depenada ao mesmo tempo. Aqui é the voice Brasil. Até parece.

Amor e Odio   2°tempOnde histórias criam vida. Descubra agora