Amor e Odio 2°temp

Capítulo 56

Magrin On

Fico pensando nas palavras do Henrique, eram sinceras e ao mesmo tempo dolorosas,  eu podia ver o quanto machucava ele dizer aquelas coisas. Não é fácil ver  a mulher que ele ama seguindo em frente com outro cara e ainda por cima ser mãe novamente de um filho que não carrega o mesmo sangue que ele. Sofríamos pela mesma mulher, isso era difícil, deixamos nosso orgulho de lado para que um pudesse de alguma forma dar uma pequena esperança e força ao outro Haja maturidade para ter atitudes como essa, quem diria que um dia estaríamos no mesmo barco.

No tempo que fiquei preso com aquela louca da Luane, percebi que o Grego realmente amava a Helo e que o seu único pecado foi não ter contado de sua traição que gerou um filho a 18 anos atrás, mesmo depois de tudo que aconteceu, ele ainda a ama, ele ainda seria capaz de matar e morrer por aquela mulher que eu julgo amar. Me pergunto se ela faria o mesmo, sempre corro da resposta, mesmo sabendo qual é, prefiro não acreditar.

Era tudo tão surreal, desde que a Helo foi atingida pelo o carro tudo parecia andar em camera lenta, desde o momento que o Grego pegou ela desde o momento me que as horas parecem se arrastar, torturando não apenas a mim como também todos aqueles que insistem em continuar no hospital a espera de uma misera notícia da nossa mais amada mulher.

As horas passavam, eu ficava cada vez mais nervoso, preocupado e  sem esperanças. Eu não suportaria perder um filho e a mulher que eu amo. Todos estavam sentados e calados a minha volta, eu já não tinha mais unhas para roer, se continuasse acabaria me machucando e enquanto isso a ansiedade me corrói por dentro, me consumindo aos poucos e acabando comigo de forma silenciosa e sem ser vista, apenas sentida.

Quando grego volta a se juntar a nós, ele está pálido e carrega um semblante atordoado, ele limpada o rosto, provavelmente querendo evitar que todos percebam que ele estava chorando. Ele parecia anos e anos mais velho, seu corpo parecia estar sem vida, seus olhso estavam nebulosos. Era incrível como a ausência da Heloisa causava tanta dor e sofrimento na vida de todo nós, mas no grego era diferente, a ausência era um fardo que te esmagada, saber que um dia você teve tudo de importante e de um dia pro outro não tinha mais é algo que nos mata por dentro. Eu posso ver que ele a ama, ele não é tão bom em mascarar seus sentimentos quando se trata da linda mulher dos olhos verdes.

Me sinto culpado, tão mal. Será que se a helo não tivesse me conhecido, ela teria voltado para ele ? Eles estariam vivendo feliz e agora ela estaria grávida de um filho dele e não meu ? Será eu que está impedindo a helo de voltar para os braços daquele que a ama imensamente ? Tantas incertezas e apenas uma resposta.

Sinto um gosto amargo na boca, a garganta da um nó e um pensamento que a meses vem me assombrando. Como eu posso ser tão egoísta a esse ponto ?

Suspiro fundo várias vezes, encaro a pequena aliança dourada na minha mão, eu daria ela para a helo e a pediria em casamento no dia em que fomos todos sequestrados, já não acho que seja uma boa ideia.

Lembro me perfeitamente no brilho no olhar dela no dia em que ela conversava com o Grego na padaria, a risada sincera e os assuntos descontraídos. Conversavam como dois adolescentes apaixonados que não faziam ideia que estavam a se apaixonar um pelo outro.

Era doloroso ter que me inconformar que a Heloísa pode ser muito mais feliz com o Grego do que comigo, isso me machuca, eu a amo intensamente sem dúvidas, mais saber que ela pode ser muito mais feliz com outra pessoa e não vai por que de alguma forma eu a prendo a mim, machuca muito mais. Aliás, ela me deu uma coisa ótima para eu me lembrar do nosso pequeno amor que será eternizado, um filho. O fruto de nosso amor.

Acho que essa é a questão. Ninguém sabe ao certo quanto impacto temos na vida daqueles que julgamos amar. Muitas vezes não temos noção. Mas forçamos a barra do mesmo jeito.

Amar é isso mesmo. É se jogar  no escuro e não saber no que vai acontecer. É se entregar sem ter certeza se irá dar certo ou não. Aos poucos, buscamos a certeza do amor. Porque o amor para ser amor precisa de certezas. A certeza do encontro, a certeza da continuidade, a certeza da presença, a certeza da verdade e acima de tudo a certeza da reciprocidade entre as duas almas apaixonadas. Infelizmente, não tenho essa certeza com a Heloisa e talvez eu jamais terei.

As lágrimas descem, minhas mãos soam e meu coração se parte com a certeza da minha decisão.

O médico aparece, ele carrega um semblante neutro, meu coração dispara e ouço sua voz séria ecoar pelo corredor.

Médico: Familiares da paciente Heloísa Rivera ?- ele diz olhando para o Grego.

Magrin: Somos nos.- digo de forma casual.

Médica: A criança que a paciente carrega em seu ventre, está em perfeita saúde e sem risco algum. Já a Heloisa quebrou uma perna e a costela, o que não é muito bom para quem está grávida de cinco meses. A paciente deverá ficar de cama e repousar o máximo possível e tomar o mínimo de remédios possível para que não afete a saúde do bebê.- ele faz uma pausa e todos suspiram aliviados com a notícia.- Peço que apenas um de vocês vá vê-la nesse momento, para evitar alvoroço e esforço demais da parte dela.

Todos olham para mim, até mesmo Grego me encoraja a ir até lá, mesmo sabendo que ele está se segurando para ir no meu lugar. Tenho que acabar com isso de uma vez e dar tempo para o grego agir antes mesmo que ela sinta minha falta.

Ao chegar o quarto, vejo a minha pequena deitada na cama mexendo em seu barrigão. Não deixo de sorrir ao ver a cena, me aproximo dela que da um sorriso fraco ao me ver.

Helo: Oi meu amor.- diz com a voz fraca  e eu luto contra a vontade de chorar.- o que você tem ? está com uma carinha triste, eu estou bem.- ela segura meu queixo e eu fraquejo me afastando e permito que as lágrimas saiam.

Magrin: Oi minha princesa, eu to feliz em saber que você está bem e que nossa cria também.- minha voz sai baixa.- Eu te amo tanto mas você não me ama como eu queria, não me ama como ama ele.- ela abaixa a cabeça sabendo de quem eu estou falando.- Eu estaria sendo um tremendo filho da puta se continuasse a negar isso pra mim mesmo, você pode ser muito mais feliz Helo.

Helo: Ta querendo dizer o que com isso ?- seus olhos lacrimejam.

Magrin: Sinto muito mas não fomos feitos um para o outro como eu acreditava que fôssemos.- as palavras são como um soco na minha cara.

Helo: Magrin nã...- eu a interrompo antes que ela termine e eu fraqueje mais uma vez.

Magrin: Eu vou te machucar. Você vai me machucar. E é claro que vamos machucar um ao outro. Mas esta é a própria condição de existência. Para se tornar primavera, significa aceitar o risco de inverno. Para tornar-se presença, significa aceitar o risco de ausência. Aliás, eu sempre carregarei um pouco de você e de nossas aventuras em meu coração, sem contar na nossa cria que nem nasceu e eu já amo imensamente. Esse bebê é o fruto do nosso amor, um amor que jamais esquecerei e que sempre vou me lembrar com alegria.- faço uma pausa e volto a me aproximar dela, seco suas lágrimas e ajeito seu cabelo atrás da orelha.- Vá ser feliz, mais me promete que não vai me esquecer, que não vai esquecer nossas aventuras e nosso amor. Promete ?

Helo: Eu prometo.- diz segurando minha mão e beijando o mesmo.

Magrin: Te amo.- é minha última palavra, dou um selinho nela e vou até a porta com os olhos cheio de água.

Helo: É uma menina.- ela diz sorridente e isso conforta meu coração.

Olho pra trás e sorrio, logo vou embora.

Só no amor, você mente para si mesmo e pelo outro. Mesmo sabendo que a pessoa simplesmente jamais poderá ser sua, você inventa as mais doidas desculpas para tentar se conformar que um dia isso pode mudar, mais jamais irá.

Apenas espero que o futuro me guarde coisas boas e um amor que realmente seja meu e apenas meu.

É O FIM DE HELO E MAGRIN, NÃO VOU MENTIR, ESTOU TRISTE COM ISSO. E VOCÊS O QUE ACHARAM E O QUE ESPERAM DO PRÓXIMO CAPITULO ?