Os filhos de Apolo e a ruína dos deuses ( livro 3 )

Vinte e Oito

Mia

O vento me deixava de olhos ardendo mas mantive alerta, meu bracelete parecia quente pronto para virar meu chicote. O pegasus se mantinha firme mas eu sabia que estava abusando da sorte.

- pare agora - digo e ele sobe mais um pouco e pousa. As nuvens ali deixam tudo com névoa e os relampagos clareiam o local. - Volte, chamarei quando for seguro - digo e ele voa em direção a um local seguro.

Desenrolo meu chicote e começo a andar devagar, o vento bate forte e parece me puxar de volta, Me mantenho firme e concentrada. Escuto asas batendo e me viro esperando ver o pegasus mas asas escuras me acertam e eu caio no chão. Me levanto novamente procurando pelas asas mas a névoa escura dificulta e sou acertada novamente. Caio de cara no chão e sinto o gosto de sangue na boca, me levanto pela segunda vez e o que vejo na minha frente não parece ser real: um tipo de corvo, Era pequeno e negro, com olhos inteligentes e maldosos, ele crocitou para mim e balançou a cabeça, e abriu as asas, quando as abriu seu tamanho tornou se 10 vezes maior, ele crocitou novamente e a terra tremeu, se tivesse neve uma avalanche ocorreria.

Guardo o chicote e puxo minha presilha que vira um grande arco prateado, pego uma flecha e me preparo, o corvo começa a voar e sobe como uma bala se perdendo nas nuvens, me viro lentamente e atenta e ela aparece e ataca, desvio e lanço a flecha que erra o alvo por 5 metros.

Me levanto e puxo outra flecha, o gosto de sangue em minha boca começa a piorar, minha mão treme e tento me manter calma, eu posso atirar e acertar um alvo.

O grande corvo ataca de novo e suas garras raspam meu ombro que começa a arder ele crocita novamente e escuto asas, muitas asas e uma nuvem vira milhões de pássaros negros que me atacam. Largo o Arco e com o chicote tento abater as aves que arranham e tentam bicar meu rosto e meus olhos. Sangue impedem minha visão, continuo batendo sem ver quase nada quando um corvo acerta meu olho direito, grito em agonia e me jogo ao chão protegendo a cabeça, seu que machuquei sério meu olho mas sinto a cura ajudando a voltar ao que era. Rezo por ajuda quando escuto cascos e um relinchar, asas grandes passam por mim e começam a afastar os corvos menores. Me levanto e vejo que o pegasus voltou e me ajudava. Sem perder tempo me pus de pé e puxei o arco, sem pensar abati um, dois e mais outro corvo que voaram em retirada. Vou ao pegasus que tem cortes no rosto e dou um beijo entre seus olhos, os cortes começam a fechar, monto nele e o peço para voar.

Ele voa dando voltas na montanha e eu estou com a flecha pronta. Quando o corvo gigante vem para o ataque lanço a flecha que voa e se perde nas nuvens, ele crocita e tenta me arranhar, rapidamente uso meu chicote e o lanço em uma de suas Garras, o corvo voa para o outro lado mas eu pulo e fico pendurada pelo chicote no ar, meu peso faz ele ficar lento, olho para baixo e o pegasus voa perto para caso eu cair. Respiro fundo, dou um puxão no chicote e o corvo da um tranco, escalo com muita dificuldade até suas grandes garras e rezo para ele não diminuir de tamanho, me prendo entre suas garras, pego o arco e lanço uma flecha direto na sua barriga.

Solto o chicote e me desprendo de seu corpo que começa a tombar, em queda livre vou em direção a montanha quando o pegasus aparece e me apanha com uma certa dificuldade. Monto com dificuldade e vejo o corpo do Corvo gigante se chocar com o chão e explodir em um milhão de penas negras. O pegaso pousa e eu desço e lhe abraço.

- obrigada - sussurro e ele relincha suavemente.

Onde tinha um corvo havia uma grande pena negra. As nuvens começaram a se dissipar e pude ver onde estava, Um pouco mais para cima Desmond se encontrava coberto de sangue e com apenas bermudas, seu torax estava cheio de cicatrizes e parecia ter sarado recentemente. O solto com dificuldade e ele se apoia totalmente em mim, com um pouco de esforço o deito no chão, ele respira devagar e estava muito quente.