14- Xeque-mate

212 50 2
                                    

De toda aquela história ainda existia um enigma a ser desvendado, se tudo foi planejado até mesmo o fato de Joshua tomar o lugar de Enzo, onde Enzo estaria?

No fundo Joshua queria crer que Daniel estivesse  enganado e o irmão não fosse o manipulador que tudo indicava ser, mas as evidências eram de fato comprometedoras demais, o roubo que agora sabia que era ele o autor, as fotografias com Dimitri e o assédio do próprio na empresa, a história com Daniel e agora um suposto cúmplice, era vestígios demais para serem questionados. Por mais triste que fosse admitir o irmão era o que se chamam de rato da pior espécie.  

Ele se via em uma encruzilhada sem saída, se contasse a Max sobre quem era, ele o odiaria, e Joshua não queria isso, só de pensar na possibilidade de ter o ódio dele sentia o coração apertar. Porém também não podia esconder algo daquela relevância:

_ Vai dar tudo certo _ Dizia a si mesmo, querendo acreditar nas próprias palavras que saíam de sua boca.

Antonny estava certo, ele o havia aconselhado a manter-se calado até que ele como advogado estudasse o caso por isso deixou todo os documentos em sua posse, e quando questionado se era melhor contar tudo para Max ele foi categórico ao dizer não, e era isso o que Joshua faria se manteria calado por mais que Daniel argumentasse que era melhor contar-lhe. 

Quando mais a noite Max foi buscá-lo na boate encontrou-o conversando com Daniel, o moreno estava distraído quando sentiu seus braços em volta de sua cintura e Max beijando-lhe o rosto:

_ Que bom que vocês estão bem, achei que chegaria aqui e um de vocês estaria estirado no chão. Estou feliz Dani que percebeu que o meu Enzo é a melhor pessoa que existe. 

_ Vamos dizer que o Enzo agora está humanizado, o do passado deve se manter longe. 

_ Creio que tiveram muito tempo para conversarem hoje para que meu irmão cabeça dura tenha chegado a essa conclusão, agora eu posso levar o meu maridinho para casa, preparei um jantarzinho para nós. 

_ Claro que pode, mas vamos e convenhamos que ele não é muito esperto se não souber qual as intenções por trás desse jantarzinho meu irmão. Se eu fosse um estraga prazeres eu me convidaria para degustar desse jantar.

_ Desculpe maninho, mas esse jantar é só para dois.

Em uma conversa unilateral Max não parava de falar do quanto estava feliz enquanto Joshua se mantinha calado. Era difícil falar com todos aqueles pensamentos lhe dominando de forma voluptuosa, na metade do caminho porém Joshua passou a dedicar-lhe atenção redobrada, ele havia decidido passar a noite com Max e no dia seguinte iria lhe contar toda a história, mesmo que ele viesse a odiá-lo não poderia esconder algo daquela  importância, era tudo ou nada, o xeque-mate, o fim da linha, ou Max perceberia que ambos foram arrastados para aquela teia de mentiras, ou o odiaria mas aquilo era pesado demais para ocultar dele.

Assim que chegaram em casa, Joshua tratou logo de lhe puxar para o quarto:

_ Eu te quero tanto Max.

_ Mas e o jantar?

_ Minha fome é outra. 

Antes mesmo de chegar ao quarto suas roupas já estavam fora do corpo.  Joshua sussurrou o nome de Max que como resposta pousou os lábios quentes na curvatura de seu pescoço, descendo por seu ombro depois subindo para encontrar seus lábios, agora os dois corpos envolvidos em carícias eram repousos sobre a cama onde Max com o peso de seu corpo sobre  o de Joshua mais uma vez o tomou de forma plena, ambas as carnes excitadas responderam ao chamado da outra em um encaixe perfeito. 

Exaustos porém felizes, os dois adormeceram, Joshua acordou com beijos sendo depositados sobre o seu corpo, até que um beijo quente e úmido o dominou por completo. 

Quando enfim seus lábios se separaram, Joshua reparou que Max havia trazido alguns petisco para  eles repor as energias que havia sido gasta durante aquela noite:

_ Hoje você me pareceu mais insaciável amor, tão delicioso.

_ Você também não me pareceu mal.

_ Ah é, isso significa que das outras vezes eu não fui bem.

_ Não seu bobo, você sempre é muito bom. 

_ Então por qual razão eu estou vendo essa rusga na sua testa, tem algo te preocupando?

_ Tenho medo de perder você.

_ Hei, nunca irá me perder ouviu, eu te amo e para provar isso eu tenho algo para você. 

_ Ah é, o que é?

_ Eu havia preparado o jantar para isso, mas você foi apressado e me arrastou logo para o quarto.

_ Reclamando?

_ Não, eu adorei para ser exato, mas como eu disse, eu tinha te preparado algo, que tal substituir aquela aliança simbólica por essa?

Ao abrir uma caixinha preta de veludo, Joshua pôde contemplar um par de aliança fosca e polida em ouro, Max lhe presenteou com um sorriso enquanto perguntava:

_ Enzo Leonhart, você aceita se casar novamente comigo. 

Quem disse que homem não chora nunca deve ter experimentado aquela pontada no coração, Joshua estava ali, diante daquele homem lhe fazendo aquele pedido, e tudo o que ele desejava era responder "Sim" mas ao invés disso as lágrimas corriam no rosto que ele teimava em enxugá-las. Quando enfim conseguiu encarar Max ele lhe questionava:

_ Então, eu não mereço uma resposta? 

_ Merece, claro. Eu... te amo, mas antes de te responder isso, você precisa saber de algo antes. 

_ Essa não foi a reação que eu tinha em mente. 

O silêncio era dividido pelos dois até que Max o quebrou elevando o tom de voz, não ao ponto de gritar:

_ O que está acontecendo Enzo? 

_ É sobre o roubo na empresa.

_ Espera, eu recebi o envelope hoje com o nome do culpado.

Estendeu a mão e pegou o envelope no criado mudo:

_ Tem algo aqui nesse envelope que te impede de dizer Sim Enzo, se for isso, eu esqueço isso.

Ao insinuar que rasgaria o documento Joshua o impediu:

_ Não rasga, eu te peço que não rasgue. Eu preciso dizer que eu não... perdi a memória. 

_ Como é que é?

Antes que conseguisse dizer mais alguma palavra, as batidas na porta interromperam sua fala. 

_ Fica aqui, eu vou ver quem é já volto para você me explicar isso. 

Assim que Max abria a porta a polícia invadia a casa com um mandato de busca por Enzo Leonhart.

_ Sr° Maxwell Leonhart?

_ Sim, o que a polícia faz na minha casa?

_ O sr° Enzo Leonhart se encontra?

_ Sim, está no quarto.

Dois policiais, já o trazia algemados.

_ Recebemos uma denúncia de que Enzo Leonhart é o responsável pelo roubo em sua empresa, três acionista fizeram a denúncia, sinto muito sr° Leonhart, mas teremos que levar o seu marido preso.

_ Impossível, o Enzo jamais roubaria a própria empresa, mas é fácil provar, eu tenho aqui na minha mão o envelope com o nome do responsável. 

_ Max... 

Ao abrir o envelope e ler em voz alta o nome de Enzo, a expressão em seu rosto de incompreensão fazia o coração de Joshua congelar. 


A força do destino.Onde histórias criam vida. Descubra agora