A força do destino.

12- Segredos sussurrados

Houve ainda muita discussão até que os dois se acalmaram prometendo um ao outro não manter segredos entre eles, porém Joshua não podia cumprir o que havia prometido, não ainda, não até que todo aquele mistério fosse resolvido, então ainda mantinha segredos inconfessados, segredo esses que queria sufocá-los nos braços do único homem que  fazia suas pernas tremerem a sua simples aproximação.

Relutante a esses pormenores ele resolveu que quanto mais rápido investigasse, mais rápido os segredos terminariam, decidido isso era a vez de se aproximar de Daniel para saber se a expressão de ódio que vira no rosto dele era apenas pelo irmão ou havia algo mais por trás de toda  aquela agressividade. 

_ Hoje eu vou a boate Max. _ Joshua anunciou fazendo Max o olhar atônito:

_ Tem certeza, da última vez que aparecemos lá não foi muito legal com o Dani, temo que sem a minha presença lá vocês voltem a discutir. 

_ Não se preocupe com isso, ele não poderá me afetar com suas palavras, eu apenas quero me socializar com as coisas que normalmente eu fazia, quem sabe encontro algo, alguma pista de quem eu sou e recorde de algo.

_ Lógico que eu devo me preocupar, você é o meu marido, ele é meu irmão, sinto está ficando entre a cruz e a espada.

_ Eu apenas preciso saber quem de fato eu sou, ontem quando aquele homem me agarrou, eu senti tanto nojo, tanta repulsa, mas aquelas fotos que me mostrou mostrava ao contrário, Max eu não sei quem eu sou, eu não posso me defender quando você diz que eu tive um caso com aquele homem por que eu não sei se de fato eu sou inocente:

_ Shiuuuu! Sem passado lembra?

_ Eu só tenho medo de não ser quem eu quero ser entende.

Max que já estava próximo diminuiu ainda mais a distancia o abraçando forte entre seus braços:

_ Você não precisa ter medo, sempre terá a mim para protegê-lo e ama-lo. Eu irei cancelar uma reunião hoje e irei com você na boate.

_ Não Max, eu vou ir sozinho, preciso enfrentar meus medos, se sempre me escorar em você nunca vou vencê-los.

Em partes isso era verdade, em outras não, se Max estivesse com ele, Joshua não conseguiria investigar direito e talvez nunca viesse a descobrir o que tanto procurava. 

Depois de uma deliciosa massagem durante o banho com direitos a beijos e mordidinhas, os dois estava prontos para sair. 
O caminho foi feito entre conversas e alguns beijos roubados nos semáforos fechados, e foi nesse clima que chegaram a boate, estacionando em frente,  Joshua notava o olhar preocupado de Max:

_ Não se preocupe.

_ Não titubeia se precisar me chamar, eu virei no mesmo instante.

_ Falando assim parece que está me lançando aos leões, já disse, eu não deixarei as palavras do seu irmão me afetar. 

_ A sua confiança me convenceu amor, você foi bastante eficaz nisso. 

Joshua observou Max afastar-se e respirando fundo se conduziu para dentro da boate. 

Fugindo a compreensão de Joshua novamente encontrou o olhar furioso de Daniel, aquilo não parecia ser apenas pela suposta traição de Enzo a Max, parecia ter algo oculto, algo mais sério que Joshua ainda não conseguia atinar.

_ O que faz aqui?

_ Que eu saiba metade dessa boate me pertence, acredito eu que não preciso de convite para frequentá-la. 

Repentinamente os braços de Joshua foi seguro pelos de Daniel, levando-o a dilatar as pupilas abismado.

_ Não brinca comigo Enzo, eu não sou o meu irmão, ele acredita nas suas mentiras, eu não. 

_ Não estou surpreso com isso Daniel, você agindo assim como um menino irritado, isso é muito previsível, mas eu não tenho medo de você.

Dissimulando aquela situação Joshua esboçou um sorriso, conseguindo se desvencilhar dos braços de Daniel:

_ Se me informar onde fica a minha sala, poderemos ficar livre da companhia um do outro pelo resto do dia. 

_ Qual é o seu plano dessa vez, essa máscara de desmemoriado não lhe cabe bem.

_ Perde o seu tempo tentando me irritar. Se não me falar onde é minha sala irei invadir todas elas até descobrir qual é a que me pertence. 

Não adiantou nada Daniel protestar, acabou apontando uma das salas a nítida contragosto:

_ Obrigado cunhadinho. _ Ironizou Joshua.  

Assim que entrava na sala passando a chave, foi direto aos armários onde existia uma imensa pilha de papeladas, colocando todos eles espalhados sobre a mesa de forma desorganizada, era preciso investigar um a um aqueles papeis para saber do que se referia.

Havia notas de compra de um jatinho, recibos de saldos de banco em vários países, documentos relacionados a empresa e outros tantos papeis relacionados a boate. Entretanto nada comprometedor que viesse a chegar ao desaparecimento de Enzo.

Buscando ainda alguma pista ele abria todas as gavetas que encontrava até que observava que em uma das gavetas havia uma fresta, isso indicava que havia um compartimento, procurou algo afiado para o auxilio da abertura. Introduzindo a ponta de uma tesoura na madeira que continha o resíduo de rachadura, não tendo como abri-lo  de forma sutil ele fez o máximo de força que continha até que um pedaço da ripa se fragmentasse, dando acesso ao conteúdo de dentro, ali estava um documento que deixava claro que Enzo Leonhart estava roubando não apenas a empresa como a boate também, o espanto no olhar de Joshua ficou ainda mais real quando assistia uma filmagem de Enzo e Daniel ambos nús em um quarto, os dois transando. E a julgar pela data da emissão da filmagem era perceptivo que aquilo havia ocorrido seis meses antes de Enzo desaparecer. 
Também havia fotos de Joshua em um envelope.

Imediatamente Joshua discou o número de Antonny contando o que havia descoberto. Atordoado ele saia da sala levando com ele o documento e a gravação, encontrando Daniel com o mesmo olhar. 
Era tanta coisa para assimilar, Daniel e Enzo eram amantes, o que poderia ter ocorrido para que ele o odiasse daquela forma agora. Eram tantas perguntas sem resposta que deixava Joshua perplexo, quando mais se aprofundava naquela história mais percebia que sua semelhança com Enzo era apenas em suas aparência. 

A descoberta daquele dia era tão reveladora que Joshua começou a ver que havia se metido em um véspero de abelha e que pior não sabia onde encontrar a saída, determinado ele iria até o fim para colocar um ponto final em toda aquela história.