30- Bônus: Apresentação ao pai

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Nervoso Max sentia suas mãos gélidas quando o avião pousou nos EUA, sabia que George Benkoff estaria ali no aeroporto para os receber, Joshua tentava amenizar seu nervosismo dizendo:

_ Calma amor, meu pai é um bom homem, e logo se apaixonará por você assim que ver como você me faz feliz. 

_ Tomara amor, tomara que ele goste mesmo de mim, mas e se...

_ Não tem  e se... 

Após passarem pela alfândega, percorriam pelo corredor até que um senhor de meia idade com muitos traços semelhante ao de Joshua vinha os receber, e o temor de Max se acabaram no abraço apertado que o homem lhe dera:

_ Bem vindo Maxwell, o Joshua me passou o relato inteiro do seu nervosismo e não se preocupe eu não sou nenhum bicho papão. 

Muito sem graça Max olhava para Joshua arqueando uma das sobrancelhas: 

_ Não acredito que ele fez isso sr° George. 

_ Ele está com a mão gelada papai, mas agora ele percebeu que o senhor o aceita por que ele me faz feliz. 

A conversa fluía de forma divertida e descontraída, os três foram almoçar em um restaurante antes de irem para a casa onde Joshua cresceu. 

Durante o almoço, Joshua preferiu contar sobre as coisas menos complicadas, como o casamento, sobre a boate, sobre Daniel, sobre a empresa e coisas assim. Em nenhum momento o nome de Enzo foi tocado. 
Quando chegaram em casa, Joshua preferiu um banho antes de conversar, era perceptível que ele estava procurando uma maneira razoável de contar para o pai tudo o que se passou,  ele e Max subiram para o quarto de Joshua que ficava de frente para a escada de caracol, enquanto relaxavam no chuveiro Max lhe perguntava:

_ Seu pai não sabe que você foi para o Brasil se passando pelo Enzo não é?

_ Não, ele não sabe.  


_ Eu percebi, você não acha que é melhor manter ele assim sem saber, será um golpe muito duro para ele saber a maneira como o filho morreu.

_ Não sei Max, meu pai e eu nós não guardamos segredos um do outro, ou pelo menos até eu descobrir da existência do Enzo. Ainda assim, eu não gosto de mentir para ele. 

_ Amor, você não estará mentindo e sim omitindo alguns fatos que irão deixá-lo triste. Você pode dizer que o Enzo era um homem amoroso, que ele o amava. Mas não vejo razão para dizer que o filho dele, matou a mãe dele, tentou matar você e acabou se matando. 

_ Você tem razão, no fundo o Enzo era só uma pessoa perdida, ele ficou com a minha mãe, mas ela não soube ama-lo, e ele não teve um amor de pai como eu tive. Não quero justificar o que ele fez, mas eu me sinto um pouco responsável.

_ Ai não amor, você não é responsável pelos erros que ele cometeu, por favor.

_ De uma certa forma eu roubei tudo o que era dele Max, minha mãe, meu pai, e até você. 

_ Não, não tem como roubar o que nunca foi dele, eu pensei que eu o amava, mas hoje eu percebo que nunca amei o Enzo, o que eu sentia por ele era uma desculpa para minha própria insegurança, eu o via como uma pessoa forte por que ele era confiante, bem resolvido, quanta ingenuidade, onde ele chegava todos os olhares se voltavam para ele e eu me sentia bem com isso, mas nunca foi amor. Amor é o que eu sinto por você, apesar de serem iguais, você não chama atenção dos olhares, por que não tem o jeito dele de ser, você prefere chamar a minha atenção, e eu me sinto privilégiado com isso. Não estou dizendo que os olhares dos outros não estão sobre você, por que estão, mas você não os provoca entende o que eu quero dizer?

_ Sim, e eu acho que você tem razão, vamos omitir sobre o Enzo para o meu pai. 

Permaneceram mais alguns dias com George fazendo-o prometer que ele viria para o Brasil para o casamento dos dois. 

Apesar de poucos dias nos EUA, Max aproveitou bem a viagem com passeios sempre acompanhado de Joshua. Voltaram com a mala cheia de fotografias, presentes, e bons momentos para contar a todos:

_ É uma pena que tenha que retornar tão rápido, você me roubou o filho Max, ele vai morar com você no Brasil. 

_  Seu George, você será muito  bem vindo a nossa casa sempre, é muito bom saber que o meu Joshua tem um pai que o apoia, que o ama apesar da opção dele.  Nem todos tem essa sorte. 

Joshua selava os lábios de Max:

_ Tenho certeza de que quando formarmos a nossa família, você será um excelente pai Max. 

Filhos? 
Max olhou com um sorriso de orelha a orelha, sempre quis ter uma família com Enzo, porém ele sempre se negara quando o assunto era filhos, por isso nunca tocou no assunto com Joshua:

_ Eu ser pai?

_ Sim, você não quer?

_ Se eu quero, esse é o meu sonho, quero adotar duas crianças, um casalzinho o que acha?

_ Perai vocês dois, deixa eu me acostumar com a ideia de ser avó de um, e vocês vem logo com dois. Me dê mais dois minutos. 

Silêncio:

_ Pronto já me acostumei e vou adorar mimar meus netos. Eles podem passar as férias aqui e no ano letivo lá no Brasil, já está combinado. 

E foi sonhando com o futuro que Joshua e Max se despediram de George. 

Ao chegarem ao Brasil, a correria decorria em torno do casamento dos dois e a festa ficou a cargo de Daniel, Joshua queria algo simples mas Daniel   não contara os detalhes a nenhum dos dois dizendo que seria o presente de casamento para eles, vindo de Daniel, tanto Max como Joshua estava a espera de algo grandioso. 

Faltava ainda uma semana para o grande dia, e Max corria na alfaiataria para a última  medida na roupa, enquanto Daniel arrastava Joshua para experimentar os doces a serem escolhidos para os aperitivos.
 Ambos já estavam cientes de que três dias antes da data Max seria expulso da mansão e para garantir o próprio Daniel já havia feito a reserva no hotel onde Max ficaria hospedado. 
Mesmo reclamando não teve argumentos que funcionasse com ele e Max se preparava para ficar três longos dias longe de Joshua, prometendo que essa seria  a única separação deles. 



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