Mutantes - Capítulo Piloto - 1/2

255 28 27
                                    

Olá, leitores.

O seguinte conto, na verdade, é o capítulo piloto de um livro que idealizei há algum tempo. Eu apenas escrevi este primeiro capítulo como teste para entender como o universo funcionaria. Logo após o capítulo eu contarei um pouco sobre a inspiração e as ideias para criar esse universo.

A ideia de publicar o capítulo piloto aqui é, primeiramente, para ter a receptividade do público e entender como as pessoas reagirão à história. Outro fator é que, como esta história se passa em um universo cyberpunk neon, parecido com Blade Runner, acho que será bem interessante para o público deste livro.

Espero que gostem desse capítulo. Um abraço e boa leitura.



-------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------------


Mutantes

(Piloto)




Desde a Terceira Guerra Mundial os mutantes se tornaram comuns na sociedade. No século XXI eles andavam escondidos entre as pessoas normais. Mas o tempo passou, o mundo os descobriu, e a guerra teve início. No final a humanidade descobriu que a mutação é apenas o próximo passo da evolução. No entanto, mesmo com o fim da guerra entre as nações, o mundo continuou odiando os mutantes. Forças militares foram criadas para caçá-los, mas com o tempo as leis foram sendo amenizadas. No ano de 2153 fora aprovada a lei que permitia a vida dos mutantes, desde que eles jamais usassem seus poderes em público. Passaram então a serem considerados humanos "normais" perante à lei. Mas perante a sociedade nunca foram.

Com o tempo os mutantes começaram a criar as famosas Rodas de Batalha, onde os jovens se reuniam para lutar entre si e ganhar dinheiro com os ingressos de quem ia para assistir. Eram eventos ilegais nos guetos das cidades. E a principal cidade onde as batalhas ficaram famosas foi o Rio de Janeiro. Lar de Bruno Lira.

Bruno andava nas ruas, sob a sombra das estradas magnéticas que passavam entre os prédios no céu. Ele andava de capuz na cabeça e mochila nas costas, vestindo um casaco preto com o símbolo do Damassaclan - antiga banca de rap já extinta -, bermuda preta e um par de tênis falsificado. O tênis já estava sujo por causa do esgoto que corria à céu aberto. Aquele bairro era esquecido pela sociedade. Um dia a Praça Seca foi um bairro nobre, mas não no século XXII. De longe ele escutava o som da música eletrônica. Um remix do som do grande Titã do rap, Xxxtentacion, tocava ao fundo. Uma mistura de música country com trap e batida eletrônica, a famosa Garette's Revenge Remix. A música mascarava o som das batalhas que aconteciam naquele gueto. Bruno andava por entre os prédios em vielas escuras e fétidas, e enfim chegou na Roda da Barão, a roda de batalha do seu bairro.

Era um ringue modesto; cabiam cinco caminhões no local, o que não era algo tão grande, já que certas habilidades exigiam espaço para mobilidade. No entanto, aquele era o tamanho que dava para construir naquele gueto. Ao redor do ringue estavam dezenas de jovens gritando a cada soco dado. Bruno não conseguiria enxergar a luta até que se aproximasse do local. Ele então andou entre a multidão, empurrando um e outro, até alcançar a grade de aço que separava os lutadores da plateia. A grande maioria da plateia era formada por humanos comuns que não tinham preconceito contra mutantes; muito pelo contrário, os admiravam e adoravam ver as batalhas. Mas nenhum lutador sem poderes entraria naquele ringue. Apenas os mutantes, e apenas os mais poderosos. E foi então que Bruno viu seu ídolo underground batalhando. Seu nome era Easy Money, o astro das sombras.

Contos De Um Futuro EternoOnde histórias criam vida. Descubra agora