Mutantes: A Resistência Mutante - 3/3

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O cenário, antes avermelhado com o fogo de Phiro, agora estava esverdeado. A fazenda estava em ruínas, assim como o prédio onde antes estavam os civis sequestrados. O grupo havia recebido, antes da missão começar, a informação dos poderes de Mercúrio: era capaz de causar explosões com as mãos e liberar um gás tóxico no ar. Certamente foi ele quem demoliu o prédio, matando os civis. Havia poeira esverdeada por toda a cidade. Os agentes foram obrigados a ligar seus respiradores antes que fossem infectados pelo veneno.

Natasha, respirando fundo após ligar o respirador, olhou ao redor, buscando sinais de vida vindo de qualquer lugar. Mas pelo que tudo indicava, não havia sobrado ninguém além de Vladimir e... Edir!

- Me ajuda! – Edir gritou, sentindo seu traje se derretendo sobre seu corpo. – Nat, me ajuda!

Ela correu até o amigo. Derrapou no chão ao seu lado. O pegaria pelo pescoço, mas sentiu o traje se derretendo.

- Respira – ela disse, mesmo sabendo que para ele não havia solução. – Merda... respira, Edir, respira!

- Edir! – Vladimir correu de volta para o grupo, após ter matado Phiro. Saltou sobre destroços de madeira, desviou de troncos mais altos. Então um tiro o derrubou no chão.

Sua cabeça bateu contra um pedaço de madeira. Ficou desorientado. Então ainda há outro mutante, pensou Vlad. A missão ainda não foi totalmente perdida. Ainda deveriam matar os mutantes sobreviventes do bombardeio. Vlad retomou a consciência ao ouvir mais tiros. Centenas de disparos em sua direção.

- Se protejam! – Gritou.

Vladimir correu até onde havia deixado seu fuzil. O pegou, e se ajoelhou no chão. Mirou no alvo, disparou com vontade. Mas nenhum tiro acertou o alvo. Buscou abrigo atrás de destroços de madeira, ruínas da fazenda.

Enquanto isso Natasha tentava arrastar Edir para um lugar seguro. No entanto, desistiu. Se o fizesse sua pele se rasgaria, já que estava grudada ao traje, que por sua vez estava grudado ao chão. O traje de kevlar não resistiu ao fogo de Phiro. Não havia o que fazer com Edir.

Vladimir esperou o inimigo recarregar a munição. Quando os tiros cessaram ele ergueu-se, mirou e atirou. Descarregou novamente o pente de seu fuzil. Tornou a agachar-se atrás dos destroços. Os tiros vinham da rua, fora da fazenda. Mas Vlad não sabia exatamente de onde. Havia muita poeira e fumaça verde no ar.

- Nat, consegue ver o alvo?

- Sim, tem um alvo só – ela pegou seu fuzil, mirou com o auxílio de sua poderosa visão, então disparou contra o inimigo. Mas seja quem fosse, estava protegido atrás de uma barricada. Nenhum tiro acertava o inimigo. – Tá protegido. – Viu o inimigo erguer-se, pôr a cabeça para fora da barricada, e então apontar a arma. – Vai atirar! Cuidado!

Os novos disparos foram na direção de Natasha. Seu traje a protegeu de todos os disparos, mas o de Edir não. Enquanto Natasha era lançada ao chão devido à força dos impactos, Edir fora atingido por uma dezena de tiros. Seu traje derretido não suportou. O sangue espirrou para fora de seu corpo. Natasha, caída na lama, viu o calor do corpo de Edir começar a se extinguir.

- Nãaao!

Vladimir viu o amigo ser alvejado pelos disparos inimigos. O ódio lhe consumiu. Sua energia involuntariamente foi alocada em suas pernas. Não havia tempo para o luto. Vlad disparou em uma corrida desenfreada em direção ao inimigo. Alcançou uma velocidade jamais vista por ele antes. Não desviou de nenhum obstáculo. Passou por cima de tudo o que viu pela frente. Destruiu tudo o que estava em seu caminho. Por onde correu fez um rastro de destruição. O chão de terra afundou por onde ele passou. Os carros nas ruas foram lançados longe. O inimigo atirou em Vlad, mas as balas bateram em seu peito e ricochetearam. Em segundos Vlad atingiu o alvo: uma mulher mutante. Sua energia passeou pelo corpo, deixou as pernas e foi em direção ao braço direito. Saltou sobre a barricada. Ao alcançar a mulher seu soco veio de cima. Mirou no rosto do alvo. Cerrou o punho. Trincou os dentes. O murro não seria feito apenas de energia, mas também banhado à ódio e sangue.

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