Delta Green - 1/3

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O oceano abriga segredos do quais a população mundial desconhece. E manter tal segredo é responsabilidade da Delta Green, uma organização secreta mantida pelo governo dos Estados Unidos, juntamente com outras nações importantes. Tal organização é encarregada de lidar com as forças do oculto. Nem todas vem do oceano, mas as que Abe enfrentaria sim.

Abe, também conhecido como "homem-peixe", é uma criatura criada pelo governo para auxiliar no combate às forças do oculto. É um humanoide com corpo similar ao de um peixe, o que lhe permite respirar dentro d'água e possuir extrema força, tanto dentro quanto fora dela. Era ele quem liderava a expedição da Delta Green contra uma civilização submersa.

Dentro do profundo oceano havia uma caverna, e dentro dela suspeitava-se haver uma cidade de criaturas monstruosas. Abe era o único da expedição trajado apenas com o uniforme da organização, mas sem tanques de oxigênio. Os outros, todos humanos, usavam trajes aquáticos, além de carregarem armas e ferramentas. Connor, o parceiro de Abe, estava logo ao seu lado.

— Vai tranquilo, vai tranquilo... — disse ele, adentrando aos poucos a caverna. — Não vai afobado não.

Logo foram obrigados a acender as luzes dos capacetes. Quando a caverna foi iluminada, surgiu uma criatura inominável. Era uma forma de massa protoplásmica, viscosa, repleta de tentáculos, olhos e bocas. Abe não perdeu tempo e logo disparou contra a criatura.

As balas, no entanto, adentraram a massa viva e lá ficaram, sem causar dano algum. O monstro, por sua vez, disparou contra Abe seus tentáculos gosmentos. Os humanos da Delta Green atiraram contra o tentáculo até que ele se desfizesse em gosma, flutuando pela água. Abe logo avançou contra a criatura.

Tentou golpeá-la com sua mão, mas fracassou. Seu braço foi sugado para dentro do corpo amorfo da criatura. No entanto, exibindo sua extrema agilidade e força, Abe se desvencilhou da gosma viva. Ao se distanciar mais, pegou de sua cintura uma granada, então a lançou contra o monstro.

A explosão o jogou para fora da caverna, mas também desintegrou a criatura.

O primeiro monstro fora derrotado, antes mesmo de haver baixas na missão.

— Boa, peixão! — disse Connor, tomando a frente da expedição, seguindo caverna adentro.

— Melhor não comemorar tanto — disse Abe, retornando à linha de frente. — Aquele foi só o guardião.

A expedição ultrapassou a barreira onde a gosma viva estava. Então adentrara a região mais ampla da caverna. Lá eles encontraram, de fato, uma civilização submersa. Haviam torres, edifícios cilíndricos, enormes tubulações, e claro, as criaturas. Centenas delas nadando de lá para cá, vivendo suas vidas, até serem encontradas pelos humanos. No entanto, para o espanto de Abe, tais criaturas eram muito similares a ele.

Não possuíam uma aparência física exatamente igual. Abe era mais humanoide do que peixe. No entanto, aquelas criaturas, peixes bípedes de cabeças horrendas e expressões bestiais, lhe pareciam tão familiares.

Treinado para matar monstros, Abe paralisou diante das criaturas. E elas, por sua vez, também. Durante certo tempo nada fizeram. Apenas admiravam uns aos outros, observando as estranhas semelhanças. O sonar de Abe detectou uma câmara secreta entre as rochas, no interior da caverna. Lá dentro havia mais uma centena dessas criaturas. Deveria avisar os humanos.

Mas não o fez.

— Merda, Abe! — gritou Connor, tomando a frente. — Atira! — Sacou seu canhão-subaquático e disparou.

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