Capitulo 20

712 64 9
                                    

Pedro

Ontem durante a festa me senti acuado, com medo de ser descoberto. A Bruna questionou-me muito sobre o perfume que a Marta usava. Tive que bancar o chateado pra não ser descoberto. A minha consciência pesava.

A festa correu-me mal, acreditem, fiquei completamente indisposto depois da minha conversa com a Bruna, tive que me descontrair com 2 shots seguidos porque se não iria explodir.

Vocês não sabem o que é estar acurralado, é como uma prisão. Sem chances pra sair. Eu me sentia um covarde por ter traído a mulher que amo, e o medo de ser descoberto me consumia cada vez que via a Marta. Desespero é a palavra certa pra me descrever.

Acordei cedo pra não ter que encarar a Bruna. Fui até ao calçadão da Ilha do Cabo correr para desanuviar, antes correr como forma de alivio do que fazer mais merdas.

A corrida foi boa, encontrei um amigo antigo, o Makyade. Fomos muito próximos durante a minha adolescência, mas seus pais mandaram-o para Portugal, estudou Engenharia mecatrônica. Estava super feliz por revê-lo:

- Meu grande amigo, eternas saudades. Como está? - me cumprimentou dando-me um abraço forte.

- Estou bem e tu? Estás aqui por quanto tempo? - perguntei a ele.

- Estou ótimo. Já tem 2 anos que me mudei pra cá com a minha família. Não quero viver longe da nossa Luanda.

- Muito bom, meu irmão casou-se ontem e agora se encontra em Lua de mel.

- O pirralho do Yago casou-se? Não acredito! Mas que grande notícia.

- Pois é. Ele está feliz.

- Olha, eu tenho de ir agora pois tenho de levar o meu filho à escola.

- Está bem! Abraços e cumprimentos saudosos a sua família.

- Igualmente meu compatriota. - nos despedirmos. Liguei o carro e fui pra casa, pois essa conversa fez-me parar e perdi completamente o pique. Cheguei em casa. Fui até ao quarto e não vi a Bruna, de certeza que já tinha se levantado.

Tomei um banho demorado, pra ficar mais bonito do que já sou. Vesti um shorts preto de algodão até ao joelho e coloquei uma T-shirt azul preta também. Calcei as minhas havaianas e desci até a cozinha.

Meus pais e a Bruna estavam na mesa comendo. Sentei ao lado da Bruna. Cumprimentei todos e dei um beijo na sua testa.

- O que temos para o matabicho ( pequeno-almoço ou café da manhã)?

- Não uses calão aqui na mesa, por favor. - minha mãe disse. Ela detestava quando alguém falasse calão, ela classificava como linguagem inapropriada e de baixo escalão.

- Está bem. - comecei a comer, enquanto ouvia muito blá blá blá da minha mãe com a Bruna. As duas tagarelavam sobre como tinha sido a festa de casamento. Meu pai e eu só ouvíamos tudo. Eu particularmente não prestava atenção.

Depois de comermos, eu fui falar com o meu pai, já que o casamento tinha ocorrido, eu teria de ir embora. Queria deixar ele a par de tudo. A Bruna ficou na cozinha com a minha mãe, pra felicidade das duas, hoje as secretarias do lar estavam aqui e elas não teriam de lavar um garfo se quer. Sentei-me no sofá da sala e disse:

Inegavelmente sexy Onde histórias criam vida. Descubra agora