Capítulo 12

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Bruna

Alguns dias depois

Desde ontem estou triste, mas hoje estou mais triste ainda. Hoje era o dia que o Breno iria viajar para estudar arquitetura nos Estados Unidos.

O que eu sinto é tão inexplicável, é como amor e ódio, calor e frio, felicidade e tristeza. Eu estava com os sentimentos opostos dentro de mim.

Estava feliz porque esse seria um passo para a realização do sonho dele e estava triste porque eu iria te-lo a milhares de KM de distância.

Há 5 anos atrás quando nossos pais morreram eu prometi pra mim mesma que iria cuidar dele como se fosse meu filho. Prometi que não iria sufoca-lo, prometi que seria tudo pra ele e ele tudo pra mim.

Eu fiz muitas promessas, e agora me sinto feliz por saber que consegui cumprir com todas elas, e a mais importante eu, com a ajuda dele não falhei: tornar-lo um homem íntegro e de caracter.

Não foi fácil e nem foi difícil. Graças à Deus, o Breno sempre foi firme, com os pés no chão e muito maduro. Claro que as vezes ele falhava, talvez por causa da idade, mas eu não dava tanta importância porque eu sabia que gritar não ajuda, e maturidade não de adquire num estalar de dedos.

Maturidade vem com o tempo, com as situações que nós vivenciamos ao longo da vida. Sabia que era injusto pedir maturidade de um homem de 25 anos para o menino Breno que nem 19 tinha.

Eu não queria estar longe dele, não mesmo. Mas por agora, teria a companhia da Alexandra que não estabelecia a data de sua partida e teria a presença da Luana que só ficaria comigo mais alguns dias.

Paro de pensar o quanto Breno é de boa índole e inteligente e decidi seguir em frente, ou seja, parar de pensar. Afinal, já era hora dele ir ao aeroporto.

Estávamos os 4 na porta de casa, Eu, Breno, Luana e a Alexandra. Chegou a hora difícil, a partida. Ele despediu-se das 3 e quando chegou a minha vez, não aguentei, chorei. Não queria sair daquele abraço nunca, era como se uma parte de mim estivesse a ir embora.

— Eu venho Bruna, para de chorar. Por favor.

— Promete que vais ligar todos os dias.

— Prometo, tu és a minha irmã. Amo-te mais do que tudo.

— Eu também amo-te. – ficamos assim abraçados durante alguns segundos.

— Não queres mesmo que te leve até ao aeroporto?

— Não Bruna. Se me levares sabes que não conseguirei ir. Cuida-te. – dito isso, ele pegou as suas malas e foi. A cada passo dado, ele ficava mais distante, tão distante que já não conseguia vê-lo.

Eu queria tanto ter ido até ao aeroporto, mas ele recusou. Ele não gostava de despedidas.

Fechamos a porta e cada uma foi para o seu quarto. Ali já não havia o que dizer, apenas o que sentir. Espero que tudo corra bem, e quem esses anos passem que nem dias.

Precisava ir espairecer, e só um lugar me acalmaria. Fui para o meu estúdio ver como andavam as coisas. Logo que cheguei, fiquei na entrada do estúdio. Logo uma menina chegou e veio falar comigo.

— Olá moça. Tudo bem? Você é tatuadora?

— Oi, estou bem. Sim, sou tatuadora. Por quê?

— Ah cara, eu quero muito fazer uma tatuagem, mas morro de medo. Tenho medo de me arrepender.

— Primeiro que morro, só do vidigal, rocinha e etc. segundo você não tem que morrer de medo. Terceiro que se você morre de medo de fazer e se arrepender não faça. Tatuagem não é piercing.

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