PEDRO
– Pai, a Bruna foi embora. Mas ela deixou uma carta. – falou a Lukessy, entregando-me uma folha de papel e sair do quarto.
Relutei em ler a carta, tinha medo. Independentemente de qualquer coisa, sabia que ali só teriam verdades. As mais duras e cruéis.
A curiosidade venceu o medo, olhei profundamente pra aquela folha de papel que dizia:
" Amor. Será mesmo amor? É assim que eu devo chamar-te? A minha cabeça diz que não, mas sabes que o coração de uma mulher apaixonada é ridículo e traiçoeiro. Independentemente de qualquer merda que tenhas feito, ele suplica para que te chame e te considere AMOR.
Nós fomos muito felizes, até o momento em que tu deixaste ela entrar em nossas vidas. Com ela, tiveste noites de farra, sexo bruto, todo tipo de sacanagem. E em nenhum momento pensaste em mim, fui um foda-se para ti, e tem mais, não fazias questão de me preservar, não te envergonhavas da tua promiscuidade.
Lágrimas para chorar já não tenho. Só me restou a dor, a mais profunda delas no amor, a decepção. Sim, decepção, revolta, é tudo que eu sinto por ti agora.
Espero que na hora da leitura dessa carta que deixei com a sacana da tua filha, a tua cabeça arda, queime de tanto arrependimento. Queria te dar dois tiros agora, mas não, vou deixar o trabalho da morte lenta e dolorosa pra tua consciência, porque ela vai pesar, e muito.
Só mais uma coisa, eu te amei, inúmeras vezes te perdoei, dei uma chance porque acreditava em nós. Mas tu não foste homem pra mim como eu fui mulher pra ti, e agora, eu estou repleta de sentimentos vingativos. Eu quero que tu te fodas.
Bruna "
As lágrimas do meu rosto caíram e o meu coração estava dilacerado. Lembrei de todos os avisos que ela me tinha dado. Avisos que eu ignorei.— NÃO NÃO BRUNAAAAAAAAAAAAAAAAAAAA – acordei assustado, olhando pras 4 paredes. Foi automático, olhei para as minhas mãos, na esperança de de encontrar uma folha de papel.
Agoniado, era como eu estava. Percebi que foi uma merda de sonho. Um turbilhão de pensamentos me invadiram, e perguntas como quem era " ela ", a pessoa que a Bruna se referia, porquê que ela chamou a minha filha de sacana. Em que estágio do relacionamento estávamos, para ela me dizer tantas coisas ruins. E porquê que sonhei com algo do tipo se nem namorando estávamos?
Não aguentei, levantei da cama e a raiva me consumiu rapidamente. Estava nervoso, chateado. Atirei um dos meus vasos a parede, comecei a partir tudo. Sem me importar com quaisquer possíveis prejuízos.
Minutos depois, a raiva tinha saído pela janela. Sentei na minha cama e vi o quão envolvido estava com ela, e o pior. Estava com medo de ficar mais envolvido ainda.
Levantei de novo, fui ao banheiro, lavei o rosto e escovei os dentes. Fui até ao quarto, vesti uma roupa esportiva. Estava irritado, tenso. Precisava tirar a tensão que se encontrava em mim.
Fui até a cozinha e coloquei a água no cantil. Fechei a porta e fui correr. Respirar ar puro estava me acalmando, e a cada passo que dava a tensão diminuía gradativamente.
Foram 2 horas de corrida, intercalando com caminhadas, pois não sou de ferro e por mais que eu quisesse tirar a tensão que se encontrava em mim, eu não conseguiria correr durante 2 horas sem parar.
Fui até à um quiosque da praia, para comprar água, já que a tinha pouca água e já estava completamente natural.
— Bom dia moça. Quero água de coco.
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Inegavelmente sexy
RomanceEssa é a história entre a tatuadora brasileira Bruna e o luso-angolano Pedro, romance entre duas pessoas terrivelmente convencidas e duronas. Os dois sabem o efeito que causam as pessoas, e principalmente à eles, mas nesse romance convencido e engra...