Capitulo 30

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Bruna

Alguns dias depois

— Esse quero o sofá ali. – apontei para perto da porta de vidro.

— Mas porquê aí Bruna? Ao lado da porta? – Breno perguntou, enquanto os técnicos arrastavam o sofá para o lugar indicado.

— Por causa do vento. É pra quando eu estiver a amamentar, sentar e sentir o vento bem na minha cara linda. – digo.

— Bem pensado! Azar se estiver a fazer muito sol. – ele diz, contradizendo a minha ideia.

— Não vamos pensar nisso. – digo. — Esses autocolantes com o nome dele têm que estar bem  no  centro dessa parede, tenham atenção. Por favor. – digo chamando atenção aos técnicos.

Saio do quarto do bebé e vou até a cozinha almoçar. Estou exausta! Essas provavelmente são as minhas últimas semanas grávida. Estou ansiosa pela chegada do meu bebé. Quero logo carregá-lo nos braços.

Os filhos da Marta já nasceram, fortes e saudáveis. E quanto a presença daquele ali, não é tão constante como antes, mas tem de feito presente. Liga sempre, vem aqui duas ou 3 vezes na semana.

Não serei egoísta em querer que ele esteja sempre aqui, sendo que, ele tem dois filhos recém-nascidos e sem mais tardar, terá mais um. E quando o meu chegar, eu vou querer a presença dele. Não vou querer que prejudique o meu filho por causa de outros.

O almoço estava ótimo. Agora eu ando muito mais gulosa, tudo que como tem que conter batatas-fritas e como várias vezes durante o dia. A preguiça toma conta de mim, definitivamente. Só fico com vontade de fazer nada.

Mas sempre que eu faço " nada ", a minha mente me leva a pensar no Marcos. Lembro da borrada que eu fiz.

Desde aquele trágico dia, não voltamos a nos ver. Ele não vem me ver, manda mensagem algumas vezes e outras pergunta por mim ao Breno. Eu acho que ele não quer me ver. Ele não quer estar perto de mim.

Breno, desconfia que ele vá viajar. O mesmo, acha que o Marcos recebeu uma proposta de trabalho para Londres e também ele ele tem visto ele cada vez mais ausente da empresa.

Eu descartei a possibilidade, pois para mim, não há sentido algum nisso. Ele tem um ginásio, é sócio de uma empresa de arquitetura, porquê que ele se colocaria na posição de empregado? Já que ele sempre foi patrão? Não faz sentido. E não irei perguntar nada disso à ele. Nós já não falamos nada, não quero ser uma intrusa.

Levanto para dar uma olhada ao quarto do Kiluanje, quero ver como andam as coisas.

— Breno, não vais te atrasar? Estás em hora de almoço. – digo.

— Sim, eu já vou. – dá-me um beijo na testa e se vai. Agora resta a mim supervisionar os técnicos. 2 horas depois, os técnicos já tinham ido. O quarto estava limpo e com cheiro de bebé. Estava tão lindo, o cantinho do meu bebé.

Peguei a mala de maternidade e comecei a arrumar. Coloquei tudo que o bebé provavelmente iria precisar. Agora era só esperar os dias, talvez semanas para ele chegar ao mundo.

Fui ao meu quarto tomar um banho, estou muito cansada como de costume, o banho vai diminuir esse cansaço.

A água caía sobre mim e eu só ficava cada vez mais relaxada. Tinha que ser muito rápido, pois depois disso eu iria caminhar na praia. Preciso da brisa no meu rosto.

Eu não sabia que os meus planos teriam que mudar. Eu não sabia que eu iria me arrepender de ter ido tomar banho.

Quando eu saí do banheiro molhada, pisei sem querer óleo da pele que estava aberto, e caí. Dei  um grito enorme de dor, coloquei a mão na minha barriga e senti um alívio por ainda tê-la ali. O desespero foi maior quando eu senti algum líquido sair de mim. Era sangue, o que raios estava acontecendo? Eu estava a perder o meu bebé? Eu não sabia. Eu não conseguia levantar.

Me arrastei até perto da cama, fiz um esforço enorme e consegui esticar o meu braço e pegar o meu celular que estava em cima da cama. Liguei logo pro Breno, só dava caixa postal. O desespero estava a tomar conta de mim. Eu só conseguia pedir que Deus cuidasse dele, que me fizesse tê-lo bem.

Tentei ligar para o Pedro, caixa postal de também. Isso só podia ser diabo conspirando contra mim. Eu comecei a chorar em desespero. Eu pedia vezes sem fim para que Deus cuidasse do Bebé. Eu me sentia fraca cada vez mais. A solução era ligar para o Marcos.

Liguei a primeira vez e não atendeu. Liguei a segunda, eu gritei em desespero.

Chamada on
— Marcosss!! Socorro. – gritei em desespero.

— O que foi Bruna? – senti seu tom preocupado, mas agora o tom dele era o que menos importava. Eu só queria salvar o meu bebé.

— Eu cai, e estou perdendo sangue. Vem aqui. Por favor. – disse chorando.

— Calma. Estou chegando. – disse

Chamada off

Não sei quantas orações eu fiz em 15 minutos, que foi o tempo que levou para que o Marcos chegasse. Eu estava nua, caída no chão, sem força alguma. Eu tinha medo que isso matasse o meu filho, pois se ele morresse eu morreria também.

Marcos logo pegou foi ao meu armário e me ajudou a colocar um vestido. Saímos às pressas de casa. Durante o trajeto até ao hospital, ele dizia sempre que tudo iria ficar bem. Ele me confortava. Tentou ligar para o Pedro e para o Breno, os dois não atendiam os telemóveis.

Logo que chegamos ao hospital, fui encaminhada para a emergência. Eu rezei para que tudo corre bem, entreguei tudo nas mãos de Deus.

—————-

Abri os olhos devagar. A forte luz acesa me causava algum desconforto nos olhos, pois eu provavelmente tinha ficado muito tempo com os olhos fechados.

Sem saber onde estava, olhei em cada canto daquele cómodo, vi que estava numa sala de hospital. Lembrei do que tinha acontecendo, toquei automaticamente em minha barriga e não senti nada. Eu já não tinha o bebé dentro de mim.

Disse à mim mesma que não iria entrar em desespero. Contei várias e várias vezes até 10. Eu só queria ver o meu filho, onde ele estava? Fechei os olhos tentando pensar em algo, tentava me acalmar.

Nessa tentativa de tentar não entrar em desespero, esqueci que ao tocar na minha barriga, senti um enorme curativo e a dor que sentia ali. Toquei novamente, constatei que, tive cesariana. A médica logo entrou, tratei logo de saber sobre quem realmente me importava.

— O meu filho doutora? – perguntei.

— Ele está bem. Vim ver se já tinhas acordado, vou tratar de trazê-lo aqui. Tu tiveste cesariana, porque a queda foi extremamente forte e a placenta se rompeu. Então, tivemos que tratar do parto urgente.

— Entendi! Os meus parentes estão aí? – perguntei, quis saber se os 3 estavam aí à espera de mim.

— Sim, estão. Eles já já virão vê-la.

— Porquê que eu sinto tanta dor? – eu estava a sentir muita dor.

— São contrações,  como não tiveste parto normal, as contrações aparecem logo depois do nascimento, ou seja quando a mãe acorda. Elas aparecem e depois desaparecem.

— Está bem. Agora só quero ver o meu filho. – digo. Ela assente e sai. Minutos depois ela volta com o meu bebé e sem ainda toca-lo os meus olhos se enchem de lágrimas.

Lágrimas de felicidade. Quando coloquei ele em meus braços, foi mágico, único, imensurável. Consegui esquecer a dor que sentia e me concentrei apenas em observar o quão lindo é o meu filho. O meu tão amado filho.

— Você tem que de amamentar ele. – a médica disse. Ajudou-me a colocá-lo na posição confortável  pra ele. Doeu um pouco, pois esse meu menino suga os meus peitos.

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