Me mantenha em mente

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"Modesty is a vastly overrated virtue." - John Kenneth Galbraith  


Depois da tempestade vem a calmaria; e assim a luz do sol invadia sem só o quarto da azulada naquela manhã. A garota se espreguiçava em sua cama e se preparava para mais um dia cheio. A mestiça olhou para o lado e viu a amiga completamente apagada. A noite deveria ter sido longa, a garota riu com esse pensamento e finalmente levantou-se.

- Alya, hora de levantar. – Cutucou a amiga que sequer se moveu. – Vamos logo, quis farrear agora aguenta...

- Humm. – Foi a única coisa que teve como resposta.

Marinette não podia ficar esperando a boa vontade da amiga. Suas aulas começariam cedo e ainda tinha que descer para tomar café. Trocou-se rapidamente, colocando o típico uniforme e calçou uma sapatilha qualquer, enquanto carregava as de ballet nas mãos.

- Alya, estou descendo. – Anunciou já da porta. – Vê se não demora. Hoje é dia de treino com a Juleka e a Rose. – Fechou a porta e desceu.

Estava tudo tranquilo no refeitório, havia poucas pessoas ainda. Marinette deixou suas sapatilhas na mesa de costume e foi buscar sua refeição. Já era costume seu fazer isso, afinal ali, as pessoas em sua esmagadora maioria, eram ricos o suficiente para não precisarem roubar. Então não havia problema em deixar os pertences sozinhos.

Entretanto, isso não impedia brincadeirinhas de mau gosto, ou atos propositais para ferir alguém.

De não muito longe, uma loira e sua amiga observavam a azulada se afastar na mesa, deixando parte de seu uniforme para trás.

- É agora, Sabrina. – Chloè encarou a ruiva com olhos ferozes. – Faz logo o que eu te mandei antes que ela volte.

- Claro, claro, estou indo Chloè. – Sabrina saltou da cadeira e foi em silêncio até a mesa da azulada. A garota tinha duas pequenas tachinhas nas mãos. Sorrateiramente colocou uma em cada pé, bem no funda das sapatilhas, para que a mestiça não as enxergasse; e voltou saltitante para a mesa da loira com um sorriso orgulhoso. – Tudo feito!

- Ótimo. – A loira tinha um sorriso no canto dos lábios, um daqueles que consegue causar arrepios em qualquer um. – Agora é só esperar para ver. Eu falei que as coisas não ficariam assim Marinette Dupain-Cheng.



A mestiça voltou para a mesa e começou a tomar seu café da manhã. Tudo parecia calmo naquela manhã, ela gostava daquela sensação. Tranquilamente levava o café quente até os lábios e deixava o aroma preencher seus pulmões.

Pelas portas do refeitório entrava Alya praticamente sem fôlego. Não muito depois que a azulada havia deixado o quarto, o despertador tocou, mostrando que a avermelhada estava incrivelmente atrasada. Colocou a primeira roupa que viu pela frente desceu o mais rápido que suas pernas a possibilitavam.

- Caramba, garota. – Marinette encarou a amiga. – Não sabia que tinha maratona na cidade.

- Engraçadinha. – Alya a encarou brava. – Por que não me acordou?

- Eu bem que tentei. Mas seu sono estava mais pesado do que de uma pedra. – A garota continuou a comer e estendeu a porção de Salada de Frutas para a amiga. – Coma!

- Não estou com fome, Mari.

- Não perguntei... Agora coma. – nos últimos dias, os hábitos alimentares da avermelhada estavam assustando Marinette. Ela percebia que a garota não estava comendo direito e aquilo não era nada bom, ainda mais, se levar em consideração a quantidade de energia que gastam.

Keep moving slowOnde histórias criam vida. Descubra agora