Só mais dois minutos

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"Time and tide wait for no man." - Geoffrey Chaucer  


A mestiça havia perdido a fome, não queria sair do quarto e muito menos encontrar o namorado. Alya bem que insistiu, mas a garota estava irredutível. O que Lila falou havia ficado preso eu sua cabeça.

Não conseguia se ver junto ao namorado, sem imaginar cenas dele junto a mulher. Seu estômago embrulhava e seu peito doia com as cenas criadas pela sua cabeça.

A culpa não era dele. Marinette sabia disso. Tudo o que aconteceu entre o loiro e a professora, na época também aluna, estava no passado. Antes mesmo da azulada pensar em estudar naquela academia.

Mas não conseguia evitar. E ter Lila por perto a deixava ainda pior.

Tinha tantas coisas para se preocupar, e agora mais aquilo. Como se não bastasse, havia prometido de ensaiar com o loiro naquela noite. Como faria isso? Como olharia para ele sem ter vontade de entrar em um acesso de choro?

Mas que droga. Ela nunca fora de ficar assim por alguém. Então por que estava assim por ele agora?

Era porque o amava. Por isso lhe doía tanto.

Tinha medo.

Medo dele a deixar, a trocar pela mulher mais velha. Do loiro ver em Lila, toda a experiência e maturidade que ela não tinha. Ele a amou uma vez, não amou? O que o impediria de amar novamente?

A azulada estava deitada em sua cama, encolhida, com as cobertas sobre o corpo, escondida até o topo da cabeça. Escutou a porta ranger, sendo aberta. Imaginou que fosse Alya voltando para o quarto.

O colchão cedeu um pouco atrás de sí, alguém sentando-se na sua cama.

- Mari... – Chamou. Ela fechou os olhos com força. Não queria falar com ele agora. Se ficasse quieta talvez ele a deixasse em paz. – Eu sei que não está dormindo. Te conheço bem... Vamos, Bugaboo, olhe para mim.

- Não... – Ela resmungou, mordendo o lábio inferior.

- Por favor, eu quero conversar. – Ele se aconchegou melhor na cama, segurando a coberta e a puxando lentamente. Mas a azulada também a puxava de volta, querendo impedir que ele retirasse aquele manto de sí. – Eu conversei com a Alya. Ela me contou o que aconteceu mais cedo.

Correção: Alya foi correndo contar para ele.

E depois tentou sair correndo para tirar "satisfações" com Lila. Mas foi impedida pelo loiro e Nino.

- Fofoqueira. – Bufou, a voz já chorosa, engasgando na garganta.

- Eu não vou sair daqui enquanto não olhar para mim. – Falou decidido, mas a voz era calma.

- Eu não quero, Adrien. – Respondeu. – Agora não...

- Mari, por favor...

- Não. – Ela mordia os lábios, os olhos enchendo de água.

Só a voz dele já lhe fervia a mente com imagens indesejadas.

O loiro suspirou e se levantou.

Sua respiração falhou. Ficou aliviada. Ele iria embora. Mas porque seu coração também doeu ao pensar nisso?

Adrien tirou os sapatos silenciosamente e antes que ela pudesse se mover ou reclamar, achou uma brecha no cobertor que a protegia, e se juntou a ela na cama. Deitando a seu lado, cobrindo os dois.

Marinette foi espremida contra a parede, as costas coladas contra o concreto gelado. O loiro a abraçou pela cintura, colando seus corpos. O queixo aboiado sobre a cabeça dela, sentindo o perfume de seus cabelos úmidos, seu corpo quente junto ao seu.

Keep moving slowOnde histórias criam vida. Descubra agora