A sete meses atrás

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"No bird soars too high if he soars with his own wings." - William Blake  


A sete meses atrás, Adrien Agreste não imaginava que sua vida pudesse virar de ponta cabeça. Na verdade, achava que nada mudaria em sua vida nunca.

Filho do grande ex-bailarino, Gabriel Agreste, o loiro sabia desde pequeno os deveres e prazeres que carregar aquele sobrenome lhe pesava nas costas. Por esse motivo, sempre estudou em casa, onde seu pai poderia ver de perto, como andava o desenvolvimento do filho.

Além das aulas comuns, como: Francês, matemática, história, ciências... O loiro enfrentava durante os dias, longos ensaios de ballet. Seu pai queria que ele fosse o melhor. Como ele deveria ter sido, mas por um acidente, o destino impediu de acontecer.

Quando completou 14 anos de idade, passou a estudar na renomada Françoise-Dupont Art Académie, a maior e melhor academia de artes de toda a França. Só os melhores se formavam lá, e quando isso acontecia, eram chamados para grandes companhias de dança do mundo todo.

Desde seu nascimento, tudo em sua vida já estava planejado. E pelos desejos de Gabriel Agreste, assim seria.

Então, o que poderia surpreendê-lo naquele ano?

Era só mais um ano como todos os outros.




Domingo, no fim do dia, o carro da família Agreste estacionou em frente da escadaria da famosa academia de artes de Paris. Sem presa, o loiro desceu do carro sem falar uma palavra. Fechou a porta e se encaminhou para o local que conhecia tão bem, quanto a palma de sua mão.

Assim como ele, muitos alunos retornavam para a academia naquele horário, voltando para a Françoise-Dupont, depois de alguns meses de férias passados com suas famílias e amigos.

Seguiu pelos corredores já conhecidos, cumprimentando algumas pessoas no caminho, indo em direção a área dos dormitórios masculinos. Para seu quarto, uns dos últimos do corredor.

Notou que a porta estava aberta, enquanto se aproximava. Escorou-se no beiral e observou a bagunça em que se encontrava no local, aonde um moreno revirava a bolsa, espalhando peças de roupas para todos os lados.

- É sério isso, Nino? – Exclamou o loiro. – Não faz nem 5 minutos que eu cheguei e você já deixou esse lugar uma zona...

- E ai cara. – O moreno sorriu e levantou-se para cumprimentar o amigo. – Não acho meu fone em lugar algum.

- E para isso precisa fazer essa bagunça? – Apontou para as peças de roupas jogadas pelo chão.

- Isso? – Riu sem graça. – Eu já dou um jeito. – Deu de ombros. – Mas enfim, vai ficar ai encostado na porta para sempre?

- Olha... Se eu entrar, tenho medo de ser engolido pelas suas coisas. – Riu, mas entrou no recinto, indo em direção a sua cama. Por sorte, essa havia sobrevivido a fúria do amigo.

Nino continuava a espalhas as peças de roupa e objetos pelo local.

- Achei! – Exclamou feliz, colocando o fone ao redor do pescoço. Sentia-se nú, sem o objeto junto a si.

- Bom para você... Agora de um jeito nisso aqui. – O loiro sorria divertido. – Se não o seu fone não será a única coisa que vamos perder aqui.

- Claro, claro... – Começou a juntar a bagunça do chão.

- Chegou faz tempo? – O loiro perguntou casualmente, enquanto se esticava na cama.

Keep moving slowOnde histórias criam vida. Descubra agora