"Queria descobrir o que foi que me fez ser assim, ser uma pessoa bondosa com os próximos, e tão cruel comigo mesmo." - Lucas Ribeiro
Tudo o que ela queria naquele momento era arrumar suas coisas e ir para casa, abraçar seus pais, deixar com que o cheiro de massa, açúcar e canela lhe preenchesse os pulmões. Tinha saudades de seu lar, e agora mais do que nunca. Então porque simplesmente não ia embora?
A resposta era simples. Não queria magoar Tom e Sabine. Eles se esforçaram tanto para vê-la chegar até aqui. Então como ela poderia simplesmente voltar com as mãos vazias? Marinette sentia-se mil vezes pior agora. Ela havia expulsado Adrien de seu quarto aos berros e agora se encontrava sozinha, sentada em sua cama, completamente perdida.
Quando foi que ela deixou sua vida virar de ponta cabeça?
Foi quando ela mudou-se para Paris? Ou quando deixou Alya convence-la de vagar pela noite em busca de diversão? Ou então quando conhecer o loiro de olhos verdes? O príncipe vestido de gato vira lata.
Suspirou cansada. Exausta de tudo, inclusive de chorar.
Culpar os outros não resolveria nada. Afinal, a culpa era só dela, não é mesmo? Então aguentaria aquelas últimas duas semanas com toda força que lhe restava no corpo. E quando tudo acabasse, encontraria algo de útil para fazer com sua vida. Poderia vagar pela cidade ou simplesmente voltar para casa.
Até lá tomaria uma decisão.
- Amiga, você não vai acreditar no que eu... – Alya entrou no quarto sorrindo, mas parou assim que viu a azulada sentada na cama, cabisbaixa. – Mari, o que aconteceu?
Marinette somente levantou a cabeça, os olhos enchendo de lágrimas novamente. Era só sua memória retornar para alguns momentos atrás que seus olhos já à traiam.
- Alya... – Sua voz saiu chorosa. Esse pequeno chiado foi o que bastou para a avermelhada se jogar ao seu lado e abraça-la.
Marinette mantinha-se calada durante o café-da-manhã naquela segunda-feira. Seus amigos estavam sentados a mesa, todos conversando animadamente, ansiosos com o espetáculo que estava se aproximando. Alya mantinha-se sentada ao seu lado e se não fosse pela insistência da amiga, a mestiça se quer teria descido para comer. Ela não queria encontrar o loiro.
Para sua sorte, o mesmo não estava no refeitório quando chegou. Um momento de alívio para seu peito dolorido. Nino também não estava presente, imaginou ela, que ele estaria ao lado do amigo. Afinal, eles se conheciam desde o berço.
Mas para o moreno a situação não estava tão clara assim...
- Mas que merda, Adrien. – Nino suspirou pela décima vez naquela manhã, sentando-se em sua cama e encarando o amigo cabisbaixo do outro lado do quarto.
O loiro nada falou. Nada que dissesse mudaria o que aconteceu. O que estava feito, estava feito. Sem voltas.
Adrien não havia voltado para o quarto na última noite. Nino não estranhou de imediato, pensou que ele estivesse com a azulada. Mas naquela manhã, quando retornou para o quarto, completamente arrasado, contou para Nino tudo o que havia acontecido.
- Alya sabe? – O moreno quis saber.
- É provável que a Mari tenha contado... Afinal, elas são amigas.
- Você também me coloca em uma situação difícil, sabia disso? – Nino jogou-se de costas, colando as costas no colchão.
- Sinto muito... – O que mais ele poderia dizer?
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Keep moving slow
FanfictionMarinette Dupain-Cheng é uma garota do interior da França que passa a estudar na famosa Françoise-Dupont Art Académie, como forma de alcançar seu sonho de se tornar uma grande bailarina. As aulas são severas e seus dias cansativos, mas é durante a...