Eu nunca quis começar um incêndio

3.6K 241 486
                                    

"Gray skies are just clouds passing over." - Duke Ellington  


Quatro semanas.

Vinte e oito dias.

Seiscentas e setenta e duas horas.

Tempo esse que parecia angustiar cada vez mais o loiro. Com o final das férias na praia, todos tiveram que voltar para a cidade. Inclusive Marinette, que aproveitou o tempo para matar as saudades de seus pais, retornando para sua cidade natal. O que deixou o loiro completamente sozinho na capital.

Bom, não completamente sozinho. Seus amigos ainda estavam lá, mas não era a mesma coisa.

Sem ela ali, não era igual.

Adrien sentia-se abandonado em casa, seu pai passava o dia trabalhando, cuidando dos negócios da companhia de que era sócio. Mas isso não o impediu de lotar o dia do loiro de atividades. Ou de ensaios melhor dizendo.

Gabriel Agreste contratara um dos melhores professores de ballet de Paris, para se encarregar das aulas do filho durante as férias.

"Se parar por um momento, vai acabar ficando atrás dos outros". Era o que ele dizia.

Para piorar a situação, o Miraculous permaneceu fechado durante esse tempo. Malditos reparos. Benditos problemas.

Mas tudo na vida tem um fim. E assim, já era tempo de retornar para a academia, com suas aulas puxadas, ensaios exaustivos, dias longos. Mas com seus amigos e com a sua Marinette.

É claro que conversou com ela durante as férias. Que tipo de namorado era ele afinal?

Mas não era a mesma coisa. Tudo o que sabia era que ela estava bem, aproveitava a companhia dos pais e dos velhos amigos, curtia a sua cidadezinha e o calor do verão. E principalmente, que estava com saudades.

As aulas retornariam na segunda-feira, mas no sábado mesmo, Adrien já havia decidido voltar para o dormitório. Não ficaria mais um dia se quer em casa. Durante a tarde juntou seus pertences e pediu para que o motorista lhe deixasse na academia.

O lugar ainda estava vazio. Afinal, quem seria louco de voltar antes do tempo?

Ele, com toda certeza.

- Já cheguei aqui. Espero que esteja tudo em ordem. – O loiro falava ao telefone com o amigo.

- Cara, eu só volto amanhã mesmo. – Nino suspira. – Meus pais resolveram voltar de viajem hoje e querem jantar comigo. O que adianta? Depois de terem ficado o mês todo fora?

- Que barra, cara. – Adrien concordou. – Meu pai me fez ensaiar as férias inteiras, eu não via à hora de voltar para cá.

- Irônico.

- Nem me fale.

- Bom, vou indo então. – Avisou. – Minha mãe já está dando um chilique aqui. Ela quer sair para almoçar.

- Boa sorte.

- Obrigado, vou precisar.

Com uma mochila nas costas e o celular em mãos, o loiro atravessou o pátio coberto, indo em direção ao dormitório masculino no segundo andar. Aquele lugar vazio era assombroso.

Ou quase vazio.

- Larga isso agora, Alya. – O grito veio do primeiro andar. Corredor dos dormitórios femininos.

"Alya está ai?" Pensou.

Seguiu pelo corredor do primeiro andar até uma porta parcialmente aberta. Ele se escorou na beirada, buscando enxergar algo.

Keep moving slowOnde histórias criam vida. Descubra agora