De vez em quando

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"And that's the way it is." - Walter Cronkite  


Mais um sábado e novamente ela ficaria sozinha na academia. Bom, não exatamente sozinha. Ainda existiam alguns alunos circulando pelos corredores ou em seus dormitórios, mas Alya não estava lá e nenhuma de suas outras amigas, ou Nino, nem mesmo Adrien.

Todos haviam ido para suas casas, passar o final de semana com suas famílias. Alya a convidou para ir junto, mas ela sabia que Nino provavelmente iria querer ver a namorada, então preferiu ficar na instituição ao invés de virar uma vela de um metro e sessenta e cinco de altura.

Ui.

Aqueles dois juntos lhe causavam arrepios. O pior de tudo foi descobrir que eles transaram no quarto que elas dividiam. Meu Deus. Aquele lugar agora parecia feder a sexo.

Resultado: quem foi que disse que ela conseguiu dormir direito.

Passou então, uma hora dando um sermão nos dois, após pegar o moreno saindo de fininho no quarto na tarde anterior.



Marinette não conseguia encontrar sua chave em lugar algum. Sempre estava junto de seu celular, mas naquela tarde, quando voltou dos exercícios da academia, não encontrava o objeto em lugar algum. Revirou os bolsos da calça, a pequena bolsa, pensou em até mesmo voltar e procurar próximo aos equipamentos que usou e no refeitório.

"Era o que me faltava". Pensou ela se encaminhando para os dormitórios.

Se desse sorte, encontraria a amiga ainda acordada.

Alya estava com muito mais sono do que o normal nos últimos dias. A mestiça justificava isso pela quantidade de ensaios que a avermelhada estava fazendo. Tinha dias em que só conseguiam conversar quando voltavam para dormir.

Chegando próximo ao quarto escutou a voz da amiga. Suspirou aliviada.

- Alya, está aí? – Bateu na porta e esperou uma resposta, mas tudo ficou em silêncio. – Alya...Abre a porta, eu acho que perdi minha chave.

- Já vai, Mari. – Finalmente escuta uma resposta da amiga.

Encostada na parede ao lado da porta, ela conseguia escutar uma movimentação estranha dentro do cômodo. Será que estava tudo bem como a garota?

Até que a avermelhada abre a porta. A roupa amassada o cabelo úmido e desarrumado. A mestiça colocou a cabeça para dentro do quarto e sentiu que um furação havia passado lá dentro. Ou em pelo menos metade do quarto.

Sua cama estava intacta, a cômoda também. Mas o lado de Alya parecia virado de ponta cabeça. Como se o Chapeleiro maluco e a Lebre de Março tivessem resolvido fazer o chá da tarde naquele lugar...

- Nossa, o que foi isso? – Olhava espantada para o lugar. – As peças do teu guarda-roupa resolveram fazer uma revolução?

-N-não... Eu só... estava fazendo a... mala... – Alya deixou a garota entrar e fechou a porta.

- Me lembre de nunca pedir a tua ajuda para fazer a minha mala. – A azulada varria os olhos pelo local. Travesseiros no chão, coberta torna, sendo metade na cama e metade praticamente virando um tapete. Havia espalhadas ainda camisetas, calças, meias, uma cueca...

Preferiu não perguntar.

- Bom eu vou pegar as minhas coisas e vou tomar um banho. Só tenta não bagunçar a minha parte também, por favor. – Riu enquanto pegava algumas peças de roupa na cômoda.

Keep moving slowOnde histórias criam vida. Descubra agora