Escolhas

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POV: Collin

Marcela virou o copo de água de uma só vez enquanto nos fitava em uma mescla de decepção e cansaço. Suas mãos tremiam enquanto ela apoiava as costas na parede e fechava os olhos. Sua voz soando fraca, como se ja nao estivesse ali.

— Por que estão fazendo isso comigo? Por que não podem simplesmente fazer o que eu digo?!

Fitou-me com dúvida genuína. Como se realmente acreditasse que eu estava afundando como um barco quebrado bem perto da costa. A tão somente alguns metros da terra firme.

— Eu já expliquei. — Não pude controlar tampouco na minha voz o quanto não desejava ter aquela conversa. Havia uma sensação inquietante martelando em meu peito entre o que era certo e o que eu queria e quanto mais rápido tudo isso terminasse, mais rápido eu poderia me livrar dela.

— Collin. — Marcela me fitou. Os dedos na testa massageando enquanto deixava o ar escapar pesadamente. — Esta perdendo a melhor oportunidade de recuperar a sua imagem.

— Daremos outro jeito.

— Por que?! O que aconteceu de tão importante para que não possam seguir o jogo por apenas algumas semanas mais?!

— Megan esta voltando para casa.

Os olhos desesperados e cansados dela finalmente focaram na menina do outro lado da sala. Sua exaustão ultrapassando todos os limites do seu corpo.

— O que? — Caminhou em sua direção lentamente como se a visse pela primeira vez. — Então sua família finalmente resolveu te buscar? — Questionou como quem já tivesse esquecido que não sabia exatamente nada sobre ela.

— Marcela. — Minha voz soou cortante e por um momento ela permaneceu confusa observando-me enquanto eu suspirava e caminhava em sua direção, levando-a ate a cadeira mais próxima para que ela pudesse se sentar. — Farei o que quiser. — Não pude evitar sentir pena ao observar seu rosto cansado. Entre todas as pessoas que haviam decidido partir, aquela mulher de caráter forte e palavras duras havia decidido ficar. Não queria machuca-la, não queria tornar as coisas ainda mais difíceis para ela. — Prometo que seguirei todas as regras daqui pra frente. Só... Deixe-a ir.

— Isso é loucura... Quer dizer. — Deixou os ombros caírem e pareceu envelhecer dez anos em apenas alguns segundos. — Mas suponho que não vão me explicar o que realmente esta acontecendo, não é? — Passeou o olhar entre ambos ate dar-se por vencida levantando-se e seguindo em direção a porta da sala da produtora, para onde havíamos ido imediatamente depois da entrevista. — A matéria sera publicada amanha. Vou ligar para a Julia. Eh melhor adiantarmos os planos sobre a reconciliação dos dois.

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Voltamos para casa em silêncio. O mesmo silêncio incomodo que nos havia seguido desde a noite anterior, quando ela havia me contado toda a verdade.

As ruas passavam sem que eu me precatasse do tempo e do clima lá fora. Todas os caminhos pareciam iguais e nenhum deles parecia realmente importar.

Diminui a velocidade e dobrei lentamente na entrada do estacionamento, ansiando por afastar-me antes que me arrependesse do que estava fazendo. Antes que voltasse atras e resolvesse ser tão egoísta quanto desejava ser.

Antes que eu desapareçaOnde histórias criam vida. Descubra agora