Se não voltarmos...

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                                                                     POV: Collin

Não fazia sentido. Nada daquilo fazia. As mãos dela no meu rosto, os lábios dela e o gosto doce demais de frutas e álcool.

Afastei seus lábios dos meus e seus olhos me fitaram inseguros. Deu um passo atrás com um sorriso derrotado nos lábios e assentiu, seguindo ate o fim do corredor e desaparecendo em um dos quartos.

Permaneci onde estava e fechei os olhos por alguns segundos sem poder evitar aquela sensação estranha de vazio. Algo que eu não havia comentado com ninguém e que eu não podia decifrar. Como se tivesse abertos os olhos, mas não tivesse despertado de verdade. Como se estivesse parcialmente dormindo e isso não fosse mudar.

Senti sua presença minutos depois. Seus olhos desviaram-se surpresos quando os meus pousaram sobre os seus.

— É por isso que esta aqui? — Não pude controlar a rispidez na minha voz. Não gostava de ser pego de surpresa. — Por isso se aproximou novamente de Pedro? 

Negou veementemente enquanto dava um passo na minha direção no corredor iluminado apenas pelas luzes da sala lá embaixo.

— Então o que estava fazendo ai? — Mordi os lábios sem conseguir conter a raiva crescente por ter sigo pego desprevenido. Sabia que havia escolhido esse caminho e me sentia grato por tudo o que havia conseguido na minha carreira, mas não ter um momento sozinho, onde não estivesse sendo observado era frustrante na maioria das vezes. — Esteve nos observando? Também é uma aspirante em comunicação louca pra vender uma notícia falsa?

Fitou-me com os olhos lagrimejados negando lentamente.

Sorri sentindo um gosto amargo na boca do estômago e dei de ombros apoiando a cabeça na parede.

— Nós não vamos voltar. — Fechei os olhos cansado. — Pode fazer o que quiser com essa informação.

— Por que me sinto tão feliz com isso?

Sua voz fez com que algo estranho se agitasse dentro de mim. Algo que me deixava nervoso por não conseguir explicar. Fitei-a sentindo aquele vazio crescer no peito.

— O que você disse?

— Você acredita que na vida de uma pessoa possam haver nuvens como as do céu dessa noite? Nuvens capazes de ocultar as estrelas?

Estreitei os olhos observando com mais atenção a estranha a minha frente. Seus olhar terno incrementou aquela incógnita desconcertante que começou a me irritar.

— Por acaso é você quem tem colocado essas idéias absurdas na cabeça do meu irmão?

Seus olhos se arregalaram e ela negou rapidamente, mordendo os lábios e dando mais um passo na minha direção. Afastei-me. Por alguma razão aquela garota me desorientava.

— Collin eu...

Neguei encurtando a distância entre nós dois e seu olhar aflito encontrou o meu. Levou a mão ao pescoço assustada com a proximidade e meus olhos pousaram sobre o pingente que havia escapado de dentro da gola do seu vestido.

Senti a cabeça girar enquanto meu estômago revirava com o pouco que tinha comido ate então aquela noite. Engoliu em seco enquanto seu corpo estremecia diante do meu torpor e observou meus dedos tocarem o anel que ela tinha pendurado no colar.

— Onde conseguiu isso? — Não pude controlar o tremor que começava a fervilhar dentro de mim. — Onde?!

— Você me deu. 

Antes que eu desapareçaOnde histórias criam vida. Descubra agora