Quantas vezes você vai me salvar?

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Nota da autora: PS: Play na música, fica muito melhor :)

O que estão achando da história ate aqui? 

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                                                                        POV: Megan

Deixei que a água morna aliviasse meus medos. Meu corpo tenso recusava-se a esquecer as palavras daquela estranha mulher, e nem sequer a discussão sutil sobre uma nova campanha publicitaria entre Marcela e Collin dentro do carro no caminho de volta foi suficiente para aliviar o peso que aquelas palavras haviam me causado.

Fechei os olhos e tentei afastar aqueles pensamentos da cabeça, mas como um presságio do que estava por vir, senti meu corpo formigar. Algo que crescia gradativamente e me dominava por completo. Exatamente como naquela noite na praia onde eu havia contado tudo a Collin. Exatamente como naquela noite onde, por alguns segundos, eu havia voltado a ser exatamente como antes.

Fitei minhas mãos tremendo enquanto meu corpo todo variava entre o sólido e algo que não existia nesse mundo. Algo que era só uma sombra de mim. Algo que Collin já não poderia ver. 

Senti o pânico dominar meu corpo enquanto as lágrimas queimavam em meus olhos. Sai da ducha e agarrei a toalha, cobrindo-me com ela e abrindo a porta com dificuldade enquanto variava em milissegundos entre estar ali e desaparecer.

Corri pelo corredor esbarrando nos quadros na parede e escutei um deles cair com um estrondo enquanto eu passava. Precisava chegar ate ele. Precisava vê-lo antes que fosse tarde demais.

— Collin...

Minha voz tremia tanto quanto meu corpo. Seus olhos encontraram os meus e ele se levantou do sofá, onde estivera vendo algo que parecia distrair-lhe na TV. Seus olhos percorreram rapidamente meus cabelos molhados e minhas mãos tremendo ao segurar firme a toalha em voltado meu corpo. Em poucos segundos ele estava na minha frente. Seus olhos fixos nos meus cheios de dúvida e preocupação enquanto ele tirava o cabelo do meu rosto.

— Hey... — Buscou meu olhar enquanto eu desviava os olhos dele. Estava aterrada. — Megan?

— Eu sinto muito! — O fitei entre lágrimas. — Sinto muito! Eu não deveria me sentir assim entende? Não deveria me sentir assim com relação a você. Eu não deveria... Mas não posso controlar. E eu sinto tanto!

— Megan do que esta falando?

Fitei-o aterrada diante do que estava prestes a dizer. Eu era o pior anjo do mundo e o mais egoísta.... E ainda assim...

— Eu... Eu...

Sorriu. Seus olhos brilharam enquanto ele finalmente respirava aliviado. Fitei-o negando veementemente. 

— Collin eu... Eu achei que ... — Respirei fundo quando senti seus dedos escorregarem pelo meu rosto. Eu ainda estava ali. Ele ainda podia me ver. Eu ainda fazia parte da vida dele. — Achei que não chegaria a tempo de te dizer que eu... — Apertei a toalha conta o corpo e senti o coração pulsar acelerado. Eu sabia o que aquelas palavras representariam. Representariam a possibilidade de eu ficar com ele para sempre e também que já não seria capaz de protege-lo como antes.

— Você saiu correndo de toalha pela casa por que...

— Eu... Quero fazer uma maratona de filmes. — Disse por fim e me senti terrivelmente estupida no segundo seguinte. Seus olhos estreitaram-se na minha direção enquanto sua testa se enrugava e ele abria um sorriso cético. — Não precisamos dormir hoje. — Me apressei em completar. — Vamos só passar a noite aqui juntos e ver quantos filmes nossos olhos agüentarem. Podemos? — Fitou-me com atenção, assentindo em silêncio enquanto eu caminhava com passos incertos em direção ao banheiro. — Volto em alguns segundos. — Assegurei mais para mim mesma que para ele.

Não esperei resposta. Fechei a porta do banheiro atras de mim e me apressei em terminar o banho. Vesti o moletom que Collin havia me emprestado naquela primeira noite e caminhei apressadamente de volta a sala. Respirei fundo ao encontra-lo no sofá com uma coberta e dois travesseiros. 

Sentei-me a seu lado sob seu olhar atento. Aquele sorriso incrédulo ainda brincando em seus lábios, enquanto ele me puxava em direção ao seu peito sob as cobertas e me deixava apoiar a cabeça nele.

— Meg?

Levantei a cabeça para encara-lo e seus olhos verdes me fitaram de volta.

— Eu amo você.

Assenti em silêncio enquanto voltava a apoiar a cabeça em seu peito tragando as lágrimas porque agora tinha plena certeza de que era isso o que eu também sentia. Mas eu não podia ser tão egoísta podia? Como podia dizer que o amava se isso significava deixa-lo a deriva?


Talvez tivéssemos visto quatro filmes completos, ou talvez tivéssemos adormecido no primeiro. Eu não saberia dizer. Sentia-me tão em paz em seus braços que todo o resto parecia distante demais para me importar. Mas em algum momento me peguei em algum lugar entre a consciência e os sonhos e quando dei por mim a madrugada já havia tomado conta de tudo lá fora. Movi-me sutilmente e levantei-me até poder finalmente fitar seu rosto. Observei seus longos cílios escuros sobre seus olhos fechados e o contorno sutil dos seus lábios rosados. Toquei com cuidado a ponta arrebitada do seu nariz e sorri ao escorrega-lo levemente ate seu queixo sentindo que aquela paz tão reconfortante dentro de mim incrementava.

— Qualquer um diria que está completamente apaixonada por mim.

Afastei-me de subido quando seus olhos se abriram preguiçosamente e um sorriso relaxado surgiu em seus lábios. Segurou minhas mãos e antes que eu pudesse deter qualquer movimento tombou-me sobre o sofá macio. Meus olhos encontraram os seus enquanto eu sentia meu coração bater na garganta. Seus olhos pintados de verde e negro fitaram meus lábios e o sorriso desapareceu dos seus. Suas mãos liberaram as minhas, mas não fui capaz de mover-me. Escorregou um tanto inseguro os dedos pelo meu rosto e meus olhos recaíram inconscientemente sobre seus lábios também. Agora meu coração batia tão forte do peito que achei que fosse saltar dele. 

— Eu amo você. — Sussurrou sem desviar os olhos dos meus.

Assenti enquanto seus lábios encontraram os meus suavemente. Senti os fios macios do seu cabelo escorregando sobre o meu rosto e o peso controlado do seu corpo sobre o meu. Senti seus lábios abrirem caminho entre os meus enquanto suas mãos escorregavam ate a minha nuca. Fitou-me em dúvida enquanto minha respiração acelerava a cada segundo e meus dedos deslizavam incertos sobre cada contorno do seu rosto. Senti seu peito subir e descer veloz da mesma forma que o meu fazia e o mais estranho de tudo era ter a plena certeza de que meu corpo não estava reagindo assim pela insegurança ou pelo medo daqueles sentimentos tão novos para mim. Era estranhamente exatamente o contrário. Sentia-me segura, confiava nele. Sabia que cada palavra dele era verdadeira.

Senti seus lábios escorregarem lentamente pelos meus olhos, descendo sobre o meu nariz e pousando nos meus labios novamente. Minhas mãos desceram lentamente ate sua cintura encontrando o tecido leve da sua camiseta. Collin afastou-se alguns centímetros reticentemente, a respiração entrecortada, os olhos fixos nos meus enquanto meus dedos apenas roçavam sobre o tecido da sua camisa. Colocou as mãos sobre as minhas enquanto eu sentia meu coração acelerado sossegar. Não havia o que temer. Ele me amava mais do que qualquer um podia mensurar e eu sabia disso. Escorregou a camisa sobre sua cabeça e meus dedos escorregaram lentamente pelo contorno de cada músculo do seu peito enquanto seu corpo inclinava-se novamente sobre o meu. Seus lábios escorregaram sobre o meu pescoço e minhas mãos deslizaram suavemente sobre suas costas. Seu corpo estremeceu sobre o meu toque e ele sorriu quando seus olhos encontraram os meus.

— Quantas vezes vai me salvar de mim mesmo?

Toquei seu rosto, observando em silêncio como Collin não se parecia em nada com qualquer coisa que eu tivesse visto antes. 

Naquela noite eu deveria ter dito. Deveria ter sabido que o tempo não espera por nossas certezas. Mas deixei que ele me abraçasse enquanto eu apoiava a cabeça em seu peito pensando que existiria um amanhã.

Quando acordei na manhã seguinte, eu havia desaparecido. 


Antes que eu desapareçaOnde histórias criam vida. Descubra agora