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POV: Collin
Pedro estava exatamente onde ela havia dito. Sentado em uma cadeira oculta no corredor do hospital, ele não parecia perdido, mas parecia triste e isso me deixou aflito de muitas maneiras. A quem eu estava querendo enganar? Eu não sabia nada sobre cuidar de alguém. Como eu podia fazer a coisa certa quando não tinha um exemplo a seguir?
Sentei-me a seu lado e ele me espiou por cima do ombro por breves segundos.
— Achei que nunca fosse descobrir. — Suspirou e observou o piso branco do corredor. — Eu não quis entrar. Sabia que te ligariam. Mas se permaneço aqui em silêncio parece que ninguém se da conta.
— Eu me dei conta. Você me assustou a morte.
— Eu sinto muito.
Assenti e permanecemos em silêncio por algum tempo observando o vai e vem das enfermeiras.
— Por que fez isso?
Fitou-me com lágrimas nos olhos enquanto suas bochechas ficavam vermelhas e ele começava a chorar.
— Eu sinto muito irmão! Eu só quis ter certeza de que você também não me esquecería se eu desaparecesse.
Fitei-o confuso enquanto ele limpava as lágrimas e soluçava.
— Do que está falando Pedro? Como eu poderia esquecer você?
— Da mesma forma que esqueceu a Meg. — Me abraçou forte, apertando-me contra sí enquanto escondia o rosto molhado na minha camisa. — Promete?
— O que?
— Que não vai me esquecer também?
— Eu não vou. Eu prometo.
O abracei de volta e deixei que ele se tranqüilizasse enquanto começávamos a captar a atenção não desejada das pessoas ao redor. Senti o peso que havia pressionado o meu peito durante todo aquele dia me abandonar lentamente enquanto o alívio tomava seu lugar.
Fitei o fim do corredor e meus olhos encontraram os dela. Sorriu, mas o sorriso logo desapareceu dos seus lábios. Deu um passo inseguro para trás, a expressão tensa enquanto levava a mão ao peito e seus olhos voltavam a buscar os meus.
Senti o peito arder enquanto aquela sensação de vazio que vinha me acompanhando me invadia novamente.
— Collin? Senhor Hill?
Fitei a enfermeira que me observava preocupada e limpei a garganta sem saber o que dizer enquanto ela perguntava se estávamos bem.
— O senhor tem certeza? — Pousou os olhos sobre Pedro, que afastou a cabeça do meu peito e limpou as lágrimas.
— Sim. Ele só... Sente falta do meu pai.
— Entendo. — A mulher a minha frente assentiu. — Temo que ele já esteja dormindo a essa hora. Mas por que não volta amanhā? — Sorriu e acariciou a cabeça de Pedro, que assentiu sem dizer nada. — Tenho certeza que poderá vê-lo amanhā.
Olhei para os dois lados do corredor vazio e senti um aperto estranho no peito enquanto não pude encontrá-la entre as poucas pessoas ao redor.
Tomei a mão de Pedro enquanto caminhava por cada corredor daquele labirinto sentindo aquela ansiedade absurda crescer. Ela provavelmente já havia ido embora. Provavelmente havia feito exatamente o que eu havia pedido na noite da festa. Então por que me sentia tão ridiculamente ansioso agora?
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Antes que eu desapareça
FantasyTodas as pessoas nascem com um anjo da guarda ao lado. Permanecemos juntos durante boa parte da nossa existência. Não temos um nome, não podemos ser vistos, mas estamos ali. Cuidando cada passo, desde o começo e em alguns casos até o final. Foi ass...