Capítulo 37: Conector Espiritual.

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O dia amanheceu com uma temperatura agradável e com o céu abarrotado de nuvens espessas e cinza. Uma brisa intensa abriu a janela do quarto de Marine, o que a fez acordar sobressaltada e, instantaneamente, foi até a mesa verificarse havia feito todas as lições ordenadas por Sayne, recontou página por página e correu para seus afazeres. Tomou banho, café e buscou Claire pela casa. Estava sozinha de novo. Aguardou a mensagem de Sarah, que anunciava que já se encontrava dentro da van.

Avançou pelo jardim e entrou no carro cumprimentando a todos, menos Carl, que permanecia oculto atrás de seu livro de capa preta.

Os iniciados comentavam sobre o aprendizado e como a Congregação era de fato diferente do Pentagrama.

— Isso é uma coisa que a Talbott nunca saberá diferenciar — provocou Carl.

Marine, que se mantinha calada observando as ligações não atendidas de Joanne, preferiu ignorar.

Kevin emendou outro assunto a respeito de seus dons, que verdadeiramente despertou interesse em todos, incluindo em Carl.

Assim que chegaram pela entrada lateral, próximo à rodovia que leva à cidade, desceram do carro e agradeceram o motorista.

Em meio aos corredores do amplo lugar, Marine e Sarah seguiam conversando mais a respeito do caminho inicial da Magia, e dobraram o segundo andar no corredor céltico. Não perceberam que estavam sendo observadas com atenção por Sayne da porta de uma das salas no corredor e saiu engolindo a seco aquela proximidade perigosa que estava acima do bem e do mal e que fatalmente seria involuntário. Estaria o destino construindo algo adverso?

— Curioso, é a segunda vez que vejo você à espreita das duas — comentou Zenneher logo atrás, assustando-a. — A primeira na seleção do Guia.

— Fiquei mais surpresa ao descobrir que você era o mensageiro — argumentou no mesmo tom.

Zenneher a segurou pelo braço, quase que agressivamente, e a arrastou para dentro da sala, fechando a porta com a força da mente.

— Como ousa me tocar, seu desequilibrado? — inquiriu a Diretriz de maneira hostil.

— Da mesma forma que você ousa subestimar minha inteligência! — acusou-a. — Você acha que não sei que você estava em Belfast e visitou Kiara Finnin no dia em que ela morreu?

— Não tenho por que negar, afinal estava a serviço da Congregação! — rebateu, encarando-o com aversão. — Está me acusando de tê-la matado? Aliás, o laudo consta que ela morreu de mal súbito.

Zenneher a observou de cima, era uns 15 centímetros mais alto.

— Talvez não de tê-la matado, mas de ter obtido alguma informação a mais a respeito da profecia enviada à Igreja.

— Você ficou louco? — perguntou, repulsando-o. — Ah, recordo-me do histórico repetitivo de visitas suas a ela. E o mais estranho é você ser mensageiro da filha dela.

Zenneher reequilibrou-se discorreu ponderadamente:

— Fiquei ainda mais próximo de Kiara anos antes dela começar a enlouquecer. As visões, sussurros. Sei que era uma das descentes de James Bailey, ou seja, que talvez tivesse o mesmo talento e, com isso, soubesse a terceira parte da profecia.

Sayne começou a sorrir balançando a cabeça e apanhando seu athame.

— Isso é um absurdo, o Conselho Geral já investigou a árvore genealógica e nada consta — afirmou. — Deixa de ser patético.

— Sabemos que dados podem ser alterados. — Aproximou-se hesitante, ódio crescendo em seu peito.

— Não por mim, tampouco pela Congregação. Não vejo uma real necessidade disso. — Apontou o dedo contra o rosto dele.

ELEMENTAIS vol.1 - Labirinto de Fogo.Onde histórias criam vida. Descubra agora