Capítulo 46: Invasão Mental.

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As mãos de Marine ainda tremiam após a confusão generalizada que se formou minutos atrás. Os rostos das pessoas estampavam repúdio e raiva. Até quando aguentaria essa repulsão coletiva? Perguntava-se mentalmente, sentindo o peso daqueles olhares sorver suas forças. Na realidade, havia incontáveis dúvidas lhe açoitando a alma e tudo parecia convergir sempre para o temeroso caos.

Josh a levou para uma das salas na Casa de Campo e observava da janela uma movimentação incomum no gramado entre os vigilantes. Mantinha-se atento também ao aparelho celular, na expectativa da chegada de William, pois não deixaria Marine sozinha, embora ela tenha insistido para ficar só.

No mesmo instante, William e Sarah entraram, e ele logo ajoelhou-se diante da jovem, que se mantinha sentada em uma poltrona no canto. De imediato perguntou como estava e tocou em suas mãos. Marine assentiu fixando um olhar de clamor. As mãos se uniram.

Sarah e Josh comentaram o ocorrido na Congregação e, em seguida, Sarah informou que houve uma invasão das Sombras nos limites da propriedade, o que deixou Marine ainda mais angustiada.

— Preciso ir embora daqui — disse ela, ficando de pé, consumida pelo desespero que a dominava.

William ficou à sua frente, estavam bastante próximos, e ele alegou que estava tudo sob controle e que não fora uma invasão, mas um aviso.

— Que espécie de aviso?

— Não sabemos, mas é algo a respeito de Dhorion, não de você — quis confortá-la.

William a tocou com uma mão no ombro e outra na face esquerda e proferiu:

— Tente abstrair o que aconteceu, você foi a vítima e agiu corajosamente contestando a decisão de Dhorion. Você salvou aquele idiota — acrescentou com firmeza.

— Eles, de certa forma, estão certos. — Ansiedade a dominava. — Só não quero prejudicar mais ninguém. Só precisava fugir disso tudo. — Olhou para os três com pavor estampado no rosto.

William a tocou nas mãos e disse confiante:

— Nada de mal vai lhe acontecer — garantiu com firmeza.

Marine não disse nada, apenas continuou fixa no olhar dele, e sentiu a segurançalhe estabilizando.

A porta que estava entreaberta fora escancarada e os quatro olharam para Dhorion, que traçou uma linha reta até Marine, como se os demais não existissem.

Zenneher e Peter entraram irrequietos. William o olhou para o homem loiro de maneira ameaçadora, ele fugiu do olhar. Os olhos do jovem procuraram o athame, que brilhava nas vestes.

— A segurança foi redobrada em todos os nossos limites — discorreu Dhorion disfarçando o nervosismo. — Conjurações, encantamentos, círculos de proteção. A Congregação está absolutamente protegida. Aqui você está segura, contudo não podemos infringir mais as regras — falava um tanto ofegante. — Por isso a guarda foi reforçada em sua casa, senhorita Finnin. — Olhou para a jovem.

— Claro, guardião — respondeu Sarah preocupada.

Zenneher olhava de Sarah para Marine como se intuísse algo. William notava e controlava o impulso de atacá-lo, bem como de denunciá-lo ao Conselho.

Dhorion voltou-se para Marine e tentou a tranquilizar.

— Recorda do que te disse? Ninguém pode fazer nada contra você, é apenas uma prevenção. Principalmente à senhorita Finnin — alertou Dhorion.

Marine fez um gesto com a cabeça concordando.

Sarah lembrou-se das palavras de sua mãe e tentou disfarçar o nervosismo.

ELEMENTAIS vol.1 - Labirinto de Fogo.Onde histórias criam vida. Descubra agora