Noite Violenta

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Meu nome é Alexander Bogardan, tenho 25 anos, moro com minha família.

Trabalho, ou melhor, trabalhava como web designer no edifício Central Park, sou meio solitário, mas isso não quer dizer que eu seja antissocial, apenas gosto de ficar sozinho para refletir sobre algumas coisas.

Tenho uma paixão pelo sobrenatural, gosto de histórias de vampiros, lobisomens, sempre fui fascinado por isso. Mal sabia eu que isso tudo que nossos avós nos contavam para nos assustar não era apenas "conversa pra boi dormir".

Sou testemunha dessas histórias, ou melhor, di- zendo eu as vivo!


Uma vez eu fiquei até tarde no edifício, estava quase entrando no elevador quando ouvi uma conversa muito estranha numa sala ali perto.

— Tem certeza que o prédio está vazio?

— Sim, tenho, todos os humanos saíram, podemos ir adiante para caçar.

Fiquei ali parado, ouvindo, mas não entendia nada. De que caçada eles estavam falando?

E por que eles usaram a palavra "humanos"? O que eles eram, afinal?

— Vamos pelo elevador, tudo bem?

— Por mim, tudo ok.

Assim que ouvi, comecei a correr em direção as escadas.

—Ei, você ouviu alguma coisa? — perguntou um deles para o companheiro.

— Ouvi sim, parece que tinha alguém aqui, mas, seja lá quem for, já não está mais aqui.

Eu desci as escadas com cuidado, para que não fosse notado, consegui chegar ao térreo sem ser visto sabe-se lá por quem ou o quê.

Pouco depois ouvi aquelas mesmas vozes outra vez.

— Vamos no meu carro, temos que ir rápido, estou faminto!

— Também estou — disse a outra voz.


Estava cada vez mais assustado, mas minha curio- sidade falava mais alto, então, resolvi segui-los à distân- cia, eles estavam indo em direção a avenida Jove Soares, mas foram para um lugar mais escuro e saíram do carro. Eu estava a uma distância segura e pude vê-los, pareciam ser pessoas comuns, mas estavam vestidas de preto, tinham o rosto meio pálido. De repente, uma pessoa foi na direção deles... era uma garota de programa, percebi. Eles a chamaram para dentro do carro e, após alguns minutos, ouvi os gritos da mulher e fiquei apavorado.

O que eles estavam fazendo?

Então, os gritos pararam, e eles saíram do carro outra vez, um estava carregando-a em seus braços, pare- cia que ela estava morta, tinha sangue em suas bocas. O que era tudo aquilo? Por que a mataram?

Eles começaram a falar em uma língua estranha, nunca tinha ouvido nada parecido antes, passados alguns minutos eles se afastaram do carro e começaram a andar o que estava com o corpo da garota a colocou dentro da porta malas do carro, com um pouco de relutância eu desci do meu carro e comecei a segui-los, eu não sei por que eu faria isso, qualquer outra pessoa em seu juízo perfeito teria ido embora e deixado por isso mesmo, mas eu não, eu queria saber quem eram aquelas pessoas.

Não precisei andar muito para achá-los, mas desta vez eles não estavam mais sozinhos, haviam mais deles, estavam em 4 agora. Cheguei mais perto que consegui para poder ouvir alguma coisa.

— E então, estão prontos?


— Sim, já estamos satisfeitos, vamos logo, Danov já está nos esperando, e ele detesta que cheguemos atrasados!

— Sim, vamos logo! Meu carro está logo ali e... — Ele parou e olhou na direção de onde eu me escondia — Ei! Quem está aí?— Mas depois virou-se para o outro lado.

Eles tinham visto alguém, era um cara enorme, e muito musculoso, estava indo na direção deles. Todos, mais do que depressa, sacaram armas e começaram a atirar.

Agora, sim, eu estava com muito medo.

Eles atiravam sem parar, mas o outro não era atin- gido, parecia que de alguma forma ele se desviava das balas, era tudo muito rápido. Então o grandalhão sacou uma espada e investiu contra um que atirava com um revolver. Em um golpe certeiro, ele conseguiu cortar o braço que estava segurando a arma, em seguida ouvi seu grito de dor.

—Meu braço! Seu maldito!!!!!

Logo depois foi a vez do outro. Com uma rapidez fora do normal, o grandalhão cortou a cabeça do se- gundo. A chuva de sangue molhava todo o asfalto. A luta não durou mais do que alguns segundos, todos os quatro estavam mortos, e eu estava tão paralisado quanto eles.

Quando tentei escapar, ele já estava perto de mim. Senti minhas pernas tremerem, meu corpo não me obe- decia, eu olhava fixamente para aquela pessoa que me olhava com olhos de profundo desprezo pela minha


pobre vida, então ele falou.

— Você viu tudo, não é mesmo?

Eu engoli a seco, apenas balancei a cabeça positivamente.

— Então acho que não posso mais deixá-lo ir.

Eu estava paralisado, não conseguia me mover, por mais que eu tentasse. E antes que eu pudesse fazer algo, senti uma dor muito forte, mas estava tudo muito estranho... Depois não havia mais dor. Eu senti meu corpo pesado. Eu estava morrendo?

Este seria meu fim?

Eu não via mais nada, nem podia ouvir coisa alguma.

Não havia mais nada. Eu estava morto...

Histórias De Uma Não VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora