7- Luta na Arena

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Comecei a tremer.

— Quê? Lutar? Mas por quê? Contra quem?

— Contra Adryelle — disse Gerald, com a voz áspera. — Você terá que provar que é merecedor de ir até o conselho.

Olhe para a mulher esperando uma cara no mínimo surpresa.

— O que foi, está com medo? — perguntou Adryelle, com um tom de deboche.

— Miguel, por que fez isso? Por que tenho que lutar para ir até o conselho?

Ele me chamou e nos distanciamos um pouco da mesa. Miguel olhou para mim com olhar preocupado.


— Olhe aqui, eu não queria que você tivesse que lutar tão cedo, afinal, eu não te ensinei tudo que você precisa saber. Terá que contar com seus instintos, mas tome cuidado, ela é uma das melhores, senão a melhor, de todas as missões de extermínio que foi convocada, sempre teve sucesso absoluto, ela é extremante cruel, tome cuidado com suas armas, e suas garras!

— Garras? Ela tem garras?

—Sim, tem, por isso, tenha cuidado. Eu já estava em pânico, minha vontade era de sair correndo, mas eu não podia desapontá-lo.

— E aí, Alexander, como vai ser? — Adryelle me chamou com fúria nos olhos.

— Tudo certo. Eu aceito!

— Muito bem, está decidido! — disse Gerald com imensa alegria.

—A luta será no saguão logo abaixo, preparem-se!

Foi anunciado a todos eu haveria uma luta naquela noite, todos vibraram, com exceção de Miguel e eu, que não esboçávamos nenhuma alegria. Mas uma coisa eu tinha certeza, desta vez eu teria que mostrar para Gerald, Miguel e Adryelle que eu merecia estar ali, eu faria de tudo para ganhar.

Dirigimos-nos para o saguão, onde todos se aco- modaram, e começaram a vibrar. Miguel e Gerald sentara-se na primeira fila para assistir a luta, não havia mais nada para ser feito, a multidão delirava, parecia que


não viam uma luta há muito tempo.

A luta estava prestes a começar, então eu e Adryelle nos dirigimos para a arena, não havia mais nada a ser feito.

Nós nos olhávamos atentamente, nenhum movi- mento sequer, ambos nos estudávamos, procurando uma brecha, uma fresta sequer, então, Adryelle perguntou:

— O que está esperando? Devo atacar primeiro?

Assim que ela terminou a frase ela já estava diante de mim, senti uma dor muito forte no meu abdômen, quando vi as garras de Adryelle estavam cravadas nele. Ela sorriu e deu uma risada que me causou tremendo pavor.

— Nunca pensei que seria tão fácil! Poxa, até pensei que eu iria me divertir mais um pouco! Que pen...

Não a deixei nem sequer terminar o que falava, agarrei seu braço e dei um soco bem no seu rosto, com tamanha força que Adryelle foi arremessada para longe. Aproveitei para conferir meu abdômen. Meu ferimento era bem grave, fiquei horrorizado, mas não parei por muito tempo.

— Não pense que acabou sua convencida! Não será tão fácil me fazer render.

Ela sorriu com desdém e falou:

— Agora, sim, está ficando interessante! Não teria graça se você não esboçasse uma única reação.

— Pare de falar e lute!


A luta recomeçou, estava bem equilibrada, ambos estávamos bem feridos. Eu avançava em sua direção quando ela desapareceu, deixando-me atônito!

Todos que presenciavam a lutam também ficaram surpresos. Quando voltei a me concentrar, comecei a ser golpeado várias vezes, sentia suas garras rasgando mi- nhas roupas e minha carne, o sangue jorrava.

Como lutar contra o que não posso ver

No meu desespero, eu fechei os olhos, tentava me concentrar no som de seus passos, eu apenas ouvia as vozes dos outros.

— O que ele pensa que está fazendo?! Ele vai mor- rer assim. Nunca pensei que Adryelle fosse tão forte!

Ouvi a voz de Gerald falando com Miguel:

— É nesse rapaz que você deposita sua confiança? Não me faça rir, ele nem consegue acertá-la, o que estava pensando quando o escolheu?

— Eu sei muito bem porque o escolhi, logo você

verá!

Eu continuava sendo atacado ferozmente, então,

consegui ouvir os passos de Adryelle. Armei um soco na direção do som, pude ouvir e sentir sua voz perto de mim.

— Como você pôde me acertar?

—Você não percebeu? Isso é só o começo!

—Agora você vai ver do que eu sou capaz! Avancei em direção a ela, usei toda minha veloci-


dade, eu a atacava com vários socos e chutes. Ela não conseguia ma acompanhar, Adryelle já estava furiosa, então sacou uma arma e começou a disparar. Dois tiros acabaram me acertaram me derrubando. Ela se aproxi- mou de mim ofegante, seus olhos refletiam todo ódio que ela sentia por mim naquela hora, a dor era insuportável, Adryelle começou a falar.

— Não achei que você fosse capaz de me ferir tan- tas vezes! Que humilhação, eu, uma matadora de elite, sendo afrontada por um reles novato! Não pense que acabou, onde quer que eu dispare o próximo tiro? No seu coração ou na sua cabeça?

Eu já estava no meu limite, já tinha perdido muito sangue, eu já estava sedento, então sem pensar eu con- segui dar-lhe uma rasteira, derrubando-a no chão. Cravei meus caninos em seu pescoço e comecei a sugar seu sangue, fortalecendo-me. Eu podia ouvir os outros co- mentando a respeito do que estava acontecendo.

— Ele a derrotou!

— Incrível!

— Realmente, eu não esperava que seu novo protegido fosse tão surpreendente, conseguiu derrotar Adryelle — ouvi a voz surpresa de Gerald.

Eu já sabia qual seria o resultado, não se deve jul- gar um livro pela capa.

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