— Miguel, acho que ele conseguiu! — disse Sophia calmamente.
— Sim, conseguiu. Não achava que ele seria capaz de tal coisa nesse curto período de tempo, parece que escolhi bem meu parceiro — Miguel falou. — Sophia, vamos colocá-lo na cama, já está amanhecendo!
— Vou fechar as cortinas! — Sophia percorreu todos os cômodos da casa, fechou uma a uma todas as janelas e cortinas. — O que vamos fazer agora, Miguel? Por que ele ainda não despertou?
Sophia parecia aflita. Miguel tocou em seu ombro tentando a acalmar.
— A batalha dele ainda está acontecendo, ele tem
que descansar. Não se preocupe, ele vai voltar.
— Eu espero que sim, meu querido, vamos precisar de todas as habilidades dele.
Não conseguia entender porque eu não ouvia nada. Mas agora eu já sentia meus membros. Minhas mãos e pés estavam amarrados.
Onde eu estava?
Será que eu havia vencido Danov? E o que será que havia acontecido com Sophia e Miguel?
Estava tudo escuro.
Eu não conseguiria mais voltar.
Então finalmente comecei a ouvir algumas vozes. Eram familiares. Mas ainda estavam muito longe de mim.
— Miguel, já se passou muito tempo desde que Alexander terminou com Danov, e até agora ele não...
— Acalme-se! Agora temos que nos preocupar com o que vem a seguir.
— O que você quer dizer com isso? — Sophia perguntou com uma voz de preocupação.
A porta fez um barulho.
— Uau! Eles chegaram mais cedo que eu esperava.
Eu ainda estava muito distante, mas consegui ouvir o que parecia ser um tiro. Droga! Por mais que eu tentasse, ainda não conseguia me mover.
— Miguel! Você está bem? — escutei Sophia per- guntando em pânico. — Adryelly?
Adryelly estava ali? Ela havia efetuado o tiro?
— Por que fez isso? — perguntou Sophia. — Olha o que fez com o Miguel!
— Não tenho que dar satisfações a uma estrangei- razinha qualquer, estou aqui para eliminar vocês de uma vez por todas!
— Está o quê?!... Mas a mando de quem?
Ouvi um gemido de dor, que percebi ser de Miguel, pois logo depois escutei Sophia pedindo em um sussurro que ele tentasse se levantar.
— Gerald, você também?! Por que está fazendo isso? Ele é seu amigo! — disse Sophia. Pelo visto, ela também não estava entendendo absolutamente nada.
— Neste nosso mundo não existe amizade, minha cara — disse Gerald com uma risada sarcástica.
Meu corpo estava começando a me obedecer no- vamente, meus esforços para tentar sair daquela escuri- dão tão profunda estavam finalmente surtindo algum efeito.
— Nunca... Nunca pensei que você se uniria a Zarovick.
— Gerald... — Acho que era a voz de Miguel agora. Ele parecia estar ficando cada vez mais sem forças. Sophia, por sua vez, não entendia o porquê.
Um tiro não o deixaria naquele estado, a não ser
que...
— Seu maldito! Essa bala estava envenenada?!
Como pode ser tão baixo?
— Ora, ora! Demorou a perceber — disse Adryelle. Ainda não conseguia me mover ou falar, mas con-
segui abrir um pouco meus olhos e virar um pouco meu resto para enxerga-los.
Adryelle apontava a arma na direção de Sophia e Miguel. Não esperou muito antes de disparar nova- mente.
Sophia tentou proteger Miguel, mas ela não conse- guiu. O tiro atingiu o peito dele. E nem mesmo um vampiro tão poderoso como Miguel poderia suportar a mais uma bala daquela.
Miguel desabou.
Eu queria gritar. Queria matá-la. Mas ainda não conseguia me mover.
Sophia correu em direção a Adryelle com toda fúria que possuía.
— Sua traidora maldita! — Ela agarrou Adryelle e ambas acabaram no chão. Ambas eram extremamente rápidas e fortes.
— Cuide dela, Adryelle. Eu vou atrás do nosso amigo. — Gerald já ia saindo quando alguém o segurou pela perna. Era Miguel, que mesmo com suas forças quase esgotadas ainda não havia desistido de lutar.
— Você não vai durar muito mais, meu caro. Acho melhor acabar logo com isso. Me largue, Miguel!
— Mesmo que você me mate aqui e agora — Miguel gaguejou — não será tão fácil. Você pode conse- guir acabar comigo, mas não sabe o que te aguarda.
— Fala de seu adorado pupilo? — ele perguntou com deboche. — E por que eu deveria ter medo daquele garoto? — Gerald não se preocupou nenhum pouco com as palavras de Miguel, ele apenas sacou um punhal. — Também tem veneno neste aqui, Miguel. Chegou o seu fim!
Eu tentava me mover, mas ainda não conseguia. Esforcei-me o máximo que pude, mas comecei a sentir uma dor terrível. Estava insuportável, mas eu não pode- ria parar de tentar.
Com muito esforço, consegui mover um pouco mi- nhas mãos e, pouco depois, com ainda mais empenho, os pés.
— Veja o que vai acontecer ao seu querido Miguel. Aprecie. — Adryelle havia conseguido imobilizar Sophia e a apontava para a direção de Miguel e Gerald.
Miguel também não conseguia mais se mover.
Gerald ajoelhou-se perto dele.
— Você vai cair, Gerald, assim como Zarovick... Ale... Alexander... vai acabar com você.
— Ainda insiste nessa história?! — disse Gerald descrente.
— E... Ele não é o mesmo... Agora tudo vai mudar.
— Isso já está me cansando, Miguel! Por favor! Você
mesmo sabe que ele não pode comigo, o único que tem tal proeza era Danov!
— Você está vendo Danov em algum lugar? — Miguel deu um breve sorriso, já quase sem forças.
Isso aparentemente deixou Gerald preocupado. Ao ouvir aquilo ele segurou com fúria Miguel pela camisa e perguntou o que ele havia feito.
— Agora... a alma de Danov pertence a Alexander Bogardan!
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Histórias De Uma Não Vida
Про вампировO livro conta a história de Alexander Bogardan, um sujeito simples e pacato que trabalha como web designer que presencia um assassinato brutal, levado pela sua curiosidade ele tenta se aproximar da cena mas infelizmente é descoberto. Os assassinos n...