Estávamos prestes para seguir na direção do Parque, quando nos deparamos com dois indivíduos.
— Vocês chegaram! — disse Mary.
—Sim, chegamos a tempo para acompanhá-los.
Eu me aproximei deles, e o de jaqueta e jeans pretos se dirigiu a mim.
— Então você é o tal Alexander?
— Isso depende quem quer saber?
— Meu nome é Carlos. Fiquei sabendo da luta que você teve com Adryelle e tive vontade de te conhecer.
— Sendo assim, muito prazer, Carlos!
— E então, já se conheceram, agora podemos ir? —
o outro perguntou com certa impaciência.
— Calma, já estamos indo! — disse Mary, derru- bando a bola do apressadinho.
Ele tinha o mesmo jeito esnobe do tal Aleph, só podia ser seu pupilo.
— Bom, já que os outros me conhecem, vou me apresentar a você mesmo que não queira. EU me chamo Nickolas Kreeve, sou pupilo de Aleph — eu já não su- portava o jeito daquele playboizinho. E agora ele iria fazer parte do grupo.
Sinceramente, não sei como isso poderia ficar pior!
Já não havia mais nada a ser feito, o grupo já estava formado, e estávamos nos dirigindo para o local.
No caminho, Carlos começou a puxar conversa comigo:
— Esse é um belo carro! Ele é seu? — perguntou com bastante entusiasmo.
— É, sim. Meu mentor me presenteou com ele.
— Você tem sorte mesmo. Eu nunca fui presente- ado assim pelo meu mentor; se eu não me virar, o pro- blema é todo meu.
Então Nickolas falou:
— Ora, se ele teve esse privilégio, é porque ele deve ser especial para o mentor dele. Mas também tem umporém, como dizem: o que vem fácil vai fácil! — Depois de ter dito isso, ele deu um sorriso bem forçado,
olhando para mim. Aquilo simplesmente quase me fez dar-lhe um soco bem dado. Como uma pessoa pode ser tão inconveniente!
— Mas também, sendo aprendiz de Aleph, não era de se esperar menos.
Quando estávamos chegando perto do local, vimos que uma coisa estranha estava acontecendo; o céu, que outrora estava estrelado, começou a se encher de densas e escuras nuvens. Isso não era comum, o que será que estava havendo?
Eu, assim como Carlos e Nickolas, estávamos apreensivos. Logo mais a frente, o carro de Adryelle parou, decidi fazer o mesmo. Segui em direção as duas e perguntei a Adryelle o que estava havendo.
— Eu não sei. Mas de uma coisa estou certa, esta- mos com problemas. Isso é obra de um vampiro qualquer.
Senti um imenso pavor tomando conta de mim. Como um vampiro poderia controlar o tempo dessa maneira? Me virei para Mary, que já estava em pânico.
— Mary, você tem ideia de quem pode estar por trás disso?
— Nã... Não, sei ao certo, mas ele é muito forte! Nunca vi nada igual, com certeza não é um dos nossos aliad... — Mary foi interrompida por um raio que vinha em nossa direção.
— Cuidado! — gritou Carlos, pouco antes de o raio atingir seu alvo, nos dando tempo de nos afastar do
carro de Adryelle, que, ao contrário de nós, não saiu ileso.
Estávamos todos atônitos encarando o carro. Nunca tínhamos visto algo parecido. Mary sugeriu que fossemos para um local mais seguro, então deixamos o carro ali mesmo, afinal éramos um alvo fácil com ele. Por sorte, havia uma lanchonete aberta; fomos na direção dela e mais um raio caindo nos surpreendeu. Parecia que eles estavam sendo controlados; esse caiu bem próximo à lanchonete.
Entramos e fechamos a porta, mas, para nossa sur- presa, ela estava vazia. Não tinha ninguém ali, nem atendentes. Então Mary olhou ao redor e viu um homem de cabelos negros e compridos.
—Era você, não era?! — disse Mary com a voz trêmula.
— Sim, fui eu quem trouxe vocês até aqui.
— Com qual propósito, meu caro, posso saber? — questionou Nickolas com arrogância.
— Bom, em primeiro lugar, eu não lhe devo satisfações, seu burocrata de uma figa. Assim como seu amigo Aleph, só tem pose. Agora, vocês, por outro lado...
— O homem se virou para mim e Carlos. Seus olhos não tinham expressão de ódio, mas mesmo assim era aterrori- zante, juntei alguma coragem e perguntei a ele:
— Por que tudo isso, você é um inimigo ou o quê? Adryelle e Mary estavam muito apreensivas.
Nunca passou pela minha cabeça ver Adryelle tão
nervosa e sem ação. O homem misterioso olhou para mim como se estivesse vendo o fundo da minha alma.
— Respondendo sua pergunta, eu posso tanto ser seu aliado como seu pior inimigo, isso cabe a mim deci- dir, mas no momento não quero ser seu inimigo. — Enquanto conversávamos, Carlos avançou na direção dele.
— Carlos! Nãaaaaaaaao!
Carlos também tinha garras, assim como Adryelle. Ele investiu contra o homem, que com uma rapidez inacreditável sacou uma adaga e perfurou o ventre de Carlos. Seu grito ecoou por todo o recinto; Mary e Adryelle foram em direção a Carlos para ajudá-lo, então o homem se virou para mim novamente com a mesma calma de antes, como se nada tivesse acontecido, e disse:
—Continuando nossa conversa, meu caro... — Eu encarava a adaga cravada no corpo de Carlos. — Ah, não se preocupe, ele não vai morrer por causa disso! — disse gargalhando.
— Como pode rir numa situação dessas? Por que fez isso? — Adryelle serrou os dentes para ele, olhando-o com fúria.
— Se você não se lembra, minha linda jovem, foi seu amiguinho que me atacou primeiro. E, se eu fosse você, não tentaria tirar a adaga do corpo dele, é melhor deixar que eu faça isso. Agora, por favor, deixem que eu me apresente. Agora era Mary também estava se preparando para investir contra ele.
— Chega! Não faça isso, deixe que ele fale. — Percebi seu desentendimento. — Eu não quero que se machuque. — Após eu completar, ela felizmente me ouviu e não cometeu a mesma loucura que Carlos.
— Muito bem! Pelo visto, temos uma pessoa sen- sata no nosso meio. Não é à toa que Miguel o estima tanto!
Como assim? Como ele conhecia Miguel?
Cada vez mais perguntas surgiam. Já as respostas...
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Histórias De Uma Não Vida
Ma cà rồngO livro conta a história de Alexander Bogardan, um sujeito simples e pacato que trabalha como web designer que presencia um assassinato brutal, levado pela sua curiosidade ele tenta se aproximar da cena mas infelizmente é descoberto. Os assassinos n...