6- Bela e Mortal

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Finalmente havia chegado o momento de ir até a apre- sentação, eu estava ansioso para ver os outros vampiros. Miguel havia me dito que praticamente todos estariam lá, então, entramos no carro e nos dirigimos para o local.

— Quantos vampiros existem nessa cidade? — Perguntei com um sorriso tímido.

— Para falar a verdade, nem eu sei quantos têm. Pois, mesmo numa sociedade organizada como a nossa, não é possível saber quantos são.

— Mas essa cidade é tão pequena, vocês teriam que ter alguma forma de saber.

— Fica meio difícil, afinal, vêm vampiros das cida-


des vizinhas para cá também. Alguns entram na cidade e não se apresentam como deveriam, quebram as regras e aí alguns de nossa sociedade é incumbida de ou capturá- los ou então destruí-los. Foi por isso que eu estava lá naquele dia, numa cidade pequena não pode ter muitos vampiros, pois ficaríamos em uma situação delicada, afinal, um vampiro quando perde muito sangue, ele precisa se alimentar de dois ou mais humanos, e sempre temos que sumir com os corpos. Sem contar que muitas mortes acabaria fazendo surgir suspeitas que a gente não gostaria

— Entendi.

Não me contive e toquei no assunto que mais o aborrecera na noite anterior.

— Mas, então, o tal de Danov vai estar lá também?

Miguel ficou visivelmente perturbado com minha pergunta, mas depois de ficar em silêncio ele me respondeu:

— É provável que sim, ele é um vampiro bem in- fluente no nosso meio; ele fornece informações de grupos rivais que tentam nos atacar desprevenidos. Ele é uma espécie de mercenário, fornece informações para quem paga mais, ou em troca pede para exterminarmos alguém para ele, mas, sinceramente, eu não gosto muito dos seus métodos.

— Por quê?

— Bom, é que alguns de seus métodos chamam muita atenção das pessoas, pois ele acredita que não


devemos mais nos esconder, que os humanos são apenas alimento, enfim, essas ideias dele não são muito aceitá- veis, afinal, dependemos dos humanos para fazermos transações bancárias, armas, entre outras coisas.

— Mas como vocês os convencem?

— Com dinheiro, ora! É disso que ele gosta — respondeu ele com um tom de deboche. — Por alguns trocados os humanos fazem de tudo, você também deve entender. Os humanos, em sua maioria, pensa apenas em si mesmos, não importando os meios para atingir seus objetivos.

— Verdade — afirmei com certa tristeza.

Às vezes, os humanos são piores que o quê eles chamam de monstros, pensei.

— Bom, nós chegamos!

Estávamos em frente a uma casa de shows conhe- cida pelo nome de Automóvel Clube.

— Esse é o lugar? Nunca imaginei que aqui tivesse um ponto de encontro de vampiros.

— Certas coisas ficam mais bem escondidas se estiverem à vista de todos — disse Miguel com um sorriso nos lábios.

Finalmente havia chegado à hora que eu tanto es- perava – e temia, ao mesmo tempo. Mal podia esperar para ver e conhecer todos eles!

Dirigimos-nos para uma porta bem nos fundos do recinto, realmente eu nunca poderia ter imaginado que

Histórias De Uma Não VidaOnde histórias criam vida. Descubra agora