Carlos virou-se para mim e rebateu:
— Você não conhece esse mundo novo no qual en- trou, acha realmente que seu mentor se importaria ao ponto de se arriscar assim para salvar alguém? Não existe lealdade entre vampiros, parece até que você está querendo se matar. Se estiver eu não estou, eu não faria isso por alguém que cravou seus caninos em mim e me transformou.
—Escute aqui, Carlos... — Não estava fácil suportá-lo. — Você está me irritando! Sugiro, sinceramente, que pare com essas insinuações, não percebeu onde estamos? E o pior, está falando para que todos ouçam! Imagine essa situação, já pensou se seu
mentor estivesse aqui? O que acha que ele diria?
Meus nervos já estavam à flor da pele, não supor- tava que dissessem essas coisas de Miguel, a pessoa que me ensinara tudo o que sei, pelo menos o pouco que sei. Então uma voz atrás de mim se dirigiu a Carlos:
— Então, se eu estivesse em apuros, você não iria mover um dedo, não é?
Carlos se afastou com um imenso pavor, seu men- tor havia ouvido tudo. Carlos tentava se explicar:
— Meu senhor... E... Eu... Não queria dizer isso, eu apenas.
— SILÊNCIO!!! Aprendiz infiel! Nunca imaginei ouvir tal coisa de você, eu lhe tirei das ruas, lhe dei o presente da imortalidade e é assim que me retribui?
Carlos ainda tentava encontrar palavras para ame- nizar o estrago, mas seu mentor estava irredutível.
— Entre, agora! Quero ter uma conversa com você, venha também Adryelle.
— M... Mas senhor, eu não...
— Eu disse para os dois me acompanharem! Carlos e Adryelle o seguiram cabisbaixos.
Nickolas estava atônito, sem saber o que dizer, me dirigi a ele:
— Ouçam, se caímos em uma armadilha ou não, é melhor entrarmos. Já houve estragos demais para uma noite apenas. — Dirige-me a Mary: — O que acha, Mary?
Vai entrar?
Mary olhou para mim, uma lágrima saiu de seus olhos, com a voz trêmula ela concordou em entrar. Assim que entramos fomos recebidos por um homem de cabelos negros, com um sorriso nos lábios, vestido com um sobretudo escuro.
— Por favor, queiram entrar. Fiquem à vontade!
Mary ainda estava preocupada com Adryelle, as duas pareciam ser irmãs. Nós finalmente chegamos à sala de reuniões, onde o chefe do conselho estava. Ele era loiro, tinha olhos verdes, usava um terno impecável e óculos.
— Sejam bem-vindos! Meu nome é Orlando Arnauld. Por favor, sintam-se em casa.
Quando o viu, Nickolas o olhou dos pés à cabeça, admirando cada centímetro de seu corpo, era quase como se Nickolas tivesse visto um ser acima de tudo e de todos; logo fez questão de se apresentar.
— Muito prazer, meu senhor! Chamo-me Nickolas Kreeve, estou honrado em conhecê-lo.
— Sim, eu sei! — disse Orlando com certo desdém, e continuou à todos: — Antes de irmos aos assuntos que os trouxeram até aqui, vamos esperar por seus amigos.
Nickolas mais do que depressa disse:
— Amigos? Eles não são meus amigos. Veja minha classe, como pode achar que somos amigos?
Mary olhou para mim com uma expressão de
assim que sairmos daqui eu o MATO!.
Sugiro que não fale assim deles, afinal, não gosto que falem mal de meus convidados, sejam quem forem
— Orlando disse a Nickolas. Este deu dois passos para trás e virou-se
— Por favor, me desculpem... Eu falei demais.
— Mesmo? Que coisa, não?! — disse Mary, tre- mendo de raiva.
Orlando pediu para que esperássemos na sala ao lado enquanto Carlos e Adryelle não chegavam.
Aliás... Por que estavam demorando tanto?
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Histórias De Uma Não Vida
VampireO livro conta a história de Alexander Bogardan, um sujeito simples e pacato que trabalha como web designer que presencia um assassinato brutal, levado pela sua curiosidade ele tenta se aproximar da cena mas infelizmente é descoberto. Os assassinos n...