Histórias De Uma Não Vida

10 - Treinamento

Na noite recebemos a visita de Mary. Miguel a recebeu muito bem, ela tinha um rosto meigo, mas Miguel havia me dito que por baixo daquele rosto, aparentemente inocente, estava uma caçadora cruel, assim como Adryelle.

Após uma breve conversa, Miguel nos levou para um porão em sua casa. Lá ele disse que teríamos especo de sobra e, de fato, havia mesmo.

— Alexander, você vai enfrentar Mary numa luta corpo a corpo, tudo bem? Você terá que ser bem mais rápido ágil e letal para fazer parte de nossas missões, afinal de contas, nossos inimigos não são apenas outros vampiros.

— Espere um pouco! Quer dizer que nessa cidade também existem outras criaturas?

Miguel e Mary Deram boas risadas com minha pergunta.

— Claro que sim! Além de vampiros, existem ma- gos, lobisomens e até alguns imortais.

— Isso é alguma brincadeira, não é? Não estão falando sério... Estão? — Senti meu corpo todo estremecer.

— Antes fosse brincadeira, meu amigo — disse Mary, com uma expressão mais séria. — Estamos sempre ameaçados por outros vampiros, magos e todo tipo de criaturas. Não estou dizendo isso para te assustar, mas para alertá-lo. Assim como nós eles se escondem no meio dos humanos que também os ajudam, por isso, Miguel escolheu você.

Miguel tomou a palavra:

— Nós vampiros não transformamos ninguém por acaso, sempre há uma razão, e o motivo pelo qual você foi transformado é sua força de vontade. Você é persis- tente. Eu já o observava com o devido tempo você vai entender. — Ele suspirou e continuou: — Bom, Alexan- der, está pronto para começar o treinamento?

— Sim.

—E você, Mary, está pronta?

—Sim, senhor!

— Então comecem!

Mary partiu para cima de mim com uma velocidade incrível, muito maior que a minha, ela desferiu vários socos e chutes, eu mal conseguia me defender. Enquanto isso, Miguel assistia a tudo de camarote.

Eu usei toda a minha velocidade para tentar atingi-la, aos poucos fui começando a acompanhar seus movimentos. Consegui acertar um soco em seu abdômen, então ela pegou meu braço e me deu u chute no ombro, Mary disse:

—Golpe perfeito, Alexander, até que você não é dos piores! — Mary Sorriu.

— Digo o mesmo. Não é a toa o título de caçadora de elite.

Horas se passaram, eu e Mary estávamos dando tudo de nós. Miguel estava muito satisfeito em me ver daquele jeito, lutando a sério, mas decidiu que já era hora de interromper a luta.

—Muito bem, por enquanto chega. Vocês dois me- recem descanso, fiquem a vontade, vou trazer algo para bebermos — disse antes de se retirar.

—Você lutou muito bem, agora sei por que Miguel o escolheu.

Passou-se quase meia hora e Miguel ainda não havia retornado, então cometei com Mary:

— O que será que aconteceu? Ele já deveria estar

aqui.