Histórias De Uma Não Vida

29 - Derrota e Vergonha

Enquanto esperava por Sophia, fiquei pensando numa maneira de tentar me aproximar de Zarovick sem ser atingido nem pelas balas nem pela sua espada. Mas também o que me preocupava era o fato de Gerald e Adryelle estarem do lado dele. Isso ainda não fazia sentido...

— Armand disse que queria falar comigo. O que foi? — Sophia chegou.

— Antes eu gostaria de saber qual o seu motivo para está atrás de Zarovick e querer derrotá-lo. Tem algum motivo específico?

— Por que quer saber isso? — Sophia perguntou aparentemente surpresa.

— É que... Armand me informou que Zarovick

queria ser livre, e tanto o conselho de Londres como o daqui não aprovam tal afronta.

— Está correto, isso é inadmissível. E, além disso, ele matou vários dos nossos companheiros, por puro desejo de obter mais poderes. — Eu podia sentir que ela estava apreensiva me dizendo tudo aquilo, mas eu tinha que saber o máximo possível sobre meu inimigo.

— Sophia, se Zarovick é tão perigoso, por que só você está aqui? Por que veio sem nenhum apoio, sem nenhum companheiro? Isso é bem estranho.

Sophia ficou sem saber o que dizer, ela tentava se esquivar de minhas perguntas, mas eu precisava confirmar uma suspeita.

— Diz logo aonde quer chegar, Alexander. — disse irritada. — O que significa tudo isso, por que essas perguntas?

— Eu preciso saber do seu real objetivo vindo sozinha até aqui para detê-lo! Essa é a razão! São motivos pessoais?

— Pare! Já chega! Não preciso e não irei falar mais nada. — Sophia disse já começando a chorar.

Minha suspeita provavelmente estava certa, afinal de contas. Pelo estado que Sophia se encontrava, ela estava agindo por impulso. E se... Talvez Zarovick esteja ameaçando alguém ou... tenha matado algum ente querido dela.

Maldito seja!

— É... Isso mesmo, isso é pessoal. Aquele demônio matou meu irmão, e eu não pude fazer nada para impedir — ela disse interrompendo meus pensamentos e confirmando minha especulação.

— Me desculpe, Sophia! Mas... eu precisava saber. Sophia ainda estava aos prantos. A abracei tentando confortá-la. Sabia como era perder alguém querido.

— Deve ter sido horrível... Mas agora você deve se concentrar na sua missão. E vou estar com você. Vamos conseguir.

Ficamos um tempo assim, Sophia parecia mais aliviada. Já estava escurecendo quando escutamos alguém se aproximando.

— Ora, ora, ora!... Mas que cena tocante, então os dois pombinhos se uniram. Acham mesmo que conseguirão matar Zarovick? A positividade de você me surpreende. — Era Adryelle. Ela estava sozinha.

— Como chegou até aqui? — perguntei a ela.

— Foi Armand. Ele disse antes de morrer.

— O quê?! —disse Sophia atônita.

Eu também não estava acreditando. Era um absurdo. Armand era o mais poderoso da cidade.

— Quem fez isso? — Meus olhos se encheram de fúria. — Foi Zarovick?

— Bingo! Acertou, meu caro Alexander. E agora é

ele que está no comando — disse rindo sarcástica.