21 - Um Lugar Familiar

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— Onde... Ele está?— Essas foram as únicas palavras que eu consegui dizer, meus olhos mal viam Orlando, mas com um grande esforço conseguia me manter lúcido.

— Miguel está em sua casa, meu caro. O tempo todo estava lá. Lá existe uma passagem, no porão — Orlando revelou, mal se aguentando de tanto rir. Ele empurrou ainda mais a sua espada em meu peito.

Eu não ia suportar mais se aquele continuasse por muito mais tempo. Então, felizmente, ele a retirou de uma vez – e com certeza o meu grito de dor foi ouvido em todo lugar – fazendo meu sangue jorrar.

— Antes que morra, quero que saiba que Orlando não é meu verdadeiro nome, talvez algum dia você saiba qual é. Se sobreviver, é claro!

Então ele se foi.


Nada mais fazia sentido, mas não fazia diferença. A última coisa que ouvi foi o grito de pavor de Adryelle. E, então, a escuridão tomou conta de meus olhos, eu tam- bém não ouvia mais nada. Minha hora havia chegado.

Acordei num lugar estranho. Minha visão estava turva, também mal conseguia ouvir, mas havia várias pessoas perto de mim. Aos poucos fui recobrando a consciência, ao meu lado estavam Adryelle e Nickolas, mas onde estava Mary?

O que será que aconteceu com ela? Será que ela havia...

— É exatamente o que você está pensando, meu amigo. Ela se foi.

Mas como? Como uma pessoa tão forte quanto ela tenha sido morta? Ela havia levado um tiro, mas isso não seria o suficiente para acabar com ela.

— Adryelle, o que aconteceu? Conte-me, por favor!

Eu estava completamente desnorteado, não sabia o que dizer.

— Fomos atacados, logo depois que você saiu cor- rendo atrás do Orlando. Eu não consegui protegê-la... — Lagrimas rolaram de seus olhos, então virou-se para mim e indagou:

— E o tal Orlando? Para onde ele foi? — Nickolas indagou.

— Eu não sei... Quando estava prestes a pegá-lo

Rafael surgiu na minha frente, Nickolas pareceu surpreso.

— Rafael? Como assim? Isso não é possível, foi ele quem lhe trouxe para cá!

Olhei para Nickolas com extremo espanto, como alguém que tenta me matar me ajuda?

Não estava entendendo mais nada!

A porta se abriu abruptamente, era Armand, que mostrou-se surpreso ao me ver.

— Não pensei que iria sobreviver, ou você é muito forte ou é muito sortudo. — Ele deu um pequeno sorriso.

— Armand, se não era o Rafael que me atacou, quem era então?

— Provavelmente um dos capangas do tal Orlando.

— Mas ele me disse que esse não era o seu nome.

Eu ainda continuava sem entender nada, então disse a Armand o que ele havia me dito.

— Ele me falou do paradeiro de Miguel — todos na sala ficaram paralisados com a notícia.

— Vamos, Alexander, diga onde ele está! — disse Armand com tremenda excitação.

— Ele me disse que ele está em casa, numa passagem que fica no porão.

Armand ficou pensativo, mas enviou alguns de seus homens para procurar por Miguel.

Será que Miguel estava realmente lá?


Tinha algo estranho no ar...

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