Resolvi perguntar a Orlando porque não ficara tão sur- preso por terem feito o caminho de volta, ele respondeu com certo desdém:
— Você já deveria saber, o lugar mais bem protegido é aquele que está à vista de todos, já ouviu falar sobre isso?
— Sim, o próprio Miguel já havia me dito algo assim. Alias, você conheceu Miguel? Poderia falar algo sobre ele?
Orlando disse que Miguel era um cara legal, meio ríspido às vezes; chegou a vê-lo em ação algumas vezes, falou que sentia pena dos infelizes que cruzaram seu caminho.
Disso eu tinha certeza, já havia visto sua maneira
de lutar, naquela noite em que me transformei, ele era rápido, mortal.
Não acreditava que alguém poderia capturá-lo, mas se o fizeram, quem quer que fosse, não seria fácil derrotá-lo.
A viagem já estava chegando ao fim quando o ce- lular de Mary tocou, era Armand. Ela atendeu e colocou no viva-voz:
— E então, algum progresso?
— Nada ainda — respondeu Adryelle.
— Armand, como vai, meu caro? Sou eu, Orlando! Lembra-se de mim?
Fez-se silêncio do outro lado, então Armand disse:
— Claro que me lembro. Alexander está ai? — questionou Armand; sua voz parecia aflita, não entendi o motivo.
— Sim, estou. O que houve?
— Preciso falar com você assim que chegar.
— Mas o que aconteceu, Armand?
— Apenas faça o que eu disse! —Armand gritou e desligou em seguida.
Teria acontecido algo enquanto estávamos fora?
Comecei a ficar angustiado, Mary e Adryelle tam- bém pareciam inquietas, já Orlando parecia feliz por ter chegado.
Estaria ele tramando alguma coisa? Talvez estivés- semos nos arriscando muito... Não sabíamos quase nada a seu respeito.
Quando chegamos ao centro da cidade, Orlando pediu para descer.
— Você não vai se encontrar com Armand? Adryelle perguntou a ele.
— Não agora, vou andar por aí.
— Onde pensa que vai? — perguntei a ele.
— Eu não tenho que lhe dar satisfações, garoto!
Eu tentei o segurar, mas Orlando conseguiu se soltar e lançou um olhar para mim que me fez recuar.
— Eu disse que não lhe devo satisfação alguma! E, se ficar no meu caminho, eu acabo com você, seu inseto!
Mary, por sua vez, bloqueou sua passagem mais uma vez.
— Você vai até nosso conselho, de um jeito ou de outro, querendo ou não — Mary disse furiosamente.
Assim que Mary terminou de falar, ouvimos um click.
Orlando estava apontando uma arma para Mary.
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Histórias De Uma Não Vida
VampirO livro conta a história de Alexander Bogardan, um sujeito simples e pacato que trabalha como web designer que presencia um assassinato brutal, levado pela sua curiosidade ele tenta se aproximar da cena mas infelizmente é descoberto. Os assassinos n...