Capítulo 44

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Lembranças! Quando perdemos algo ou alguém, só elas ficam. E por mais que eu negue, a cada dia a figura de meus pais só desaparecem cada vez mais de minha mente, elas estão se tornando cada vez mais indecifráveis, e isso me deixa apavorada.

E então, as marcas! Essas sim são eternas. A memória pode enfraquecer, ir embora, não existir, mais as marcas sempre ficam, elas significam o impacto que as pessoas deixam em você. Rastros impossíveis de serem apagados.

E aqui estamos nós, em frente a uma loja de tatuagens. Como eu pude não pensar nisso antes? Me automutilar sempre foi minha melhor saída, pra marcar a mágoa, mais agora percebo o quanto fui tosca. Uma tatuagem é eterna, e elas têm significados. Significados além de cores em vão.

- Como eu não pensei nisso antes? - Pergunto incrédula enquanto vejo minhas novas amiguinhas.

No pulso, pontilhei todo o redor do braço com aquela tesoura cortando, muito depressivo eu sei - Isso mesmo, aquelas que vem em embalagens mostrando como cortar. Um minúsculo infinito na pontinha do meu dedo médio, e por fim um também pequeno coração na nuca.

- Eu sou um anjo na tua vida - Ele agarra meu pescoço, rodeando com um de seus braços. Abraço sua cintura.

- Obrigada - Ele me olha sorrindo, dá um beijo em minha cabeça, e continuamos nosso caminho até o carro abraçados.

•••

A água do lago reflete o sol radiante, e a água brilha como um cristal. Respiro o ar puro sentindo meus pulmões se contraírem em alegria - Ah, a quanto tempo não me sinto assim.

- Não acredito que mora colada em um parque e quase nunca vem nele - Ele ri comendo seu sorvete.

Nada melhor como um sorvete em um dia quente!

- É, minha vida é louca - Rio. Ele está encostado em uma árvore, e eu estou apoiada em seu ombro.

- Totalmente imprevisível - Ponho uma colher carregada de sorvete de baunilha com calda de chocolate e jujubas em minha boca.

- Talvez - Ele dá de ombros - Talvez combine com você - Levanto o olhar podendo encara-lo.

- É, tem razão - Suspiro pesadamente.

- Rápido demais, rápido demais - Ele se ergue, me assustando, fazendo uma careta fofinha.

- Congelou o cérebro?

- Sim, ah, que droga - Ele se recosta na árvore e deito sobre suas pernas.

- Léo, você sente falta dos seus pais? - Ele encara o lago com seu semblante pensativo.

- Sim, de vez em quando - Ele me encara.

- Eu queria te perguntar uma coisa - Levanto me recompondo, e giro em sua direção - Na verdade, é uma proposta - Entrelaços meus dedos - Eu estava pensando e...

- E....

- Que tal você vir morar comigo, aqui em New York? - Dou pulinhos de empolgação enquanto ele assimila cada palavra.

- Eu não estava esperando por isso mesmo - Ele ri.

- E então, você topa? - Ele parece pensar.

Amando por AcasoOnde histórias criam vida. Descubra agora